Equilibrando as finanças em tempos de crise

O dinheiro encolheu, o mês esticou e as contas continuam a chegar. E agora?

Stael Ferreira Pedrosa

Nestes tempos de pandemia de Covid-19, o que vimos foi perda de empregos e renda, redução de salários ou de dias trabalhados para que as empresas equilibrassem as finanças, outras fechando e em várias localidades, a fome aumentando entre a população mais pobre e inúmeras outras adversidades financeiras.

Alguns tiveram uma ajuda com o auxílio emergencial no ano passado, mas, agora, muitos não receberão e o valor é praticamente um terço do que era antes, para alguns ¼. É hora de repensar as finanças e, caso ainda não tenha se educado financeiramente, a hora é agora.

Para quem tem emprego ou renda, mas precisa poupar

É necessário rever os gastos, diminuir os desnecessários e tentar poupar, já que ainda não se pode ter certeza quanto ao futuro. A famosa “reservinha” nunca foi tão necessária. Além disso, é necessário ter paz financeira. Para isso, aqui vão algumas dicas:

1. Evite novas dívidas e pague as que já tem

Se não for uma dívida muito grande como para a aquisição da casa própria – que, sim, deve continuar sendo paga em longo prazo, junte as dívidas menores e veja quais são as prioritárias. Normalmente, são as dívidas do cartão de crédito, que, ao serem “roladas”, vão acumulando juros e moratória que podem comprometer qualquer orçamento. Pague o mais rápido possível e evite o rotativo. Se estiver difícil, tente negociar com sua operadora do cartão, o mesmo se aplica a outros credores.

2. Limite as compras

Ao invés de comprar o que pode (roupas, calçados, móveis, etc.), faça um orçamento de gastos mensais e se mantenha dentro dele, ainda que você consiga mais dinheiro em determinado mês, evite gastá-lo. Isso inclui todos os supérfluos. Poupe!

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3. Procure ganhar mais

Se tiver algum tempo livre, tente utilizá-lo para uma segunda atividade que possa gerar renda, pode ser um hobby que se transforme em trabalho, abrir um e-commerce, ou vender doces, comida ou sanduíches em take away (para serem retirados no local) à noite ou fins de semana.

Para quem perdeu emprego

É difícil dar conselhos tais como: “comece a fazer algo por conta própria, empreenda”! Afinal, a pergunta que fica é: “se o dinheiro está escasso quem vai comprar o meu produto ou pagar por meu serviço? ”. “Como vender meu produto ou serviço se não posso sair às ruas?

1. Sempre há algum público

É um fato que ainda tem muitas pessoas precisando do produto ou serviço que você tem a oferecer. Se você tiver uma moto, pode trabalhar com sistemas de entregas, (delivery) para terceiros (farmácias, pizzarias, lanchonetes, etc.) ou de seus próprios produtos. Se não tem, ainda pode produzir alimentos (marmitas ou congelados) em take away. Muitas pessoas estão enfrentando jornadas exaustivas trabalhando em home office, cuidando das crianças, da casa e acompanhando as aulas on-line dos filhos. Essas pessoas certamente são um público alvo para comidas prontas e ou pré-prontas. Veja aqui como fazer esse serviço com segurança

2. Explore o nicho certo

Outra questão, em termos alimentares, que pode ser explorada em propagandas (folders, cartazes em locais onde as pessoas vão, como supermercados e farmácias) é o fato de as academias estarem fechadas e as pessoas terem receio de ganhar peso. A oferta pode ser de cardápios saudáveis, orgânicos, fit, etc. Salgados e doces com baixos níveis de sódio, gordura e açúcar.

3. E-commerce

Outra opção (que tem crescido muito na pandemia) é o e-commerce – venda de produtos em plataformas on-line. Pode ser qualquer coisa que você consiga produzir, tais como lembrancinhas de casamento ou aniversário, roupas, ou qualquer outro produto que não demande grande ou médio investimento inicial. Procure plataformas gratuitas, tire fotos caprichadas dos seus produtos e crie páginas ou grupos no Facebook, convide os amigos e, se puder, faça vídeos para o youtube, ensinando como fazer alguma de suas peças e divulgando sua plataforma.

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4. Aulas on-line

Muitos pais estão tendo problemas para acompanhar os filhos na educação on-line, muitas crianças precisam de reforços. Se você tem um computador ou notebook, conhecimento específico em áreas como matemática, gramática, ciências e línguas, pode oferecer aulas particulares on-line. Divulgue em grupos no WhatsApp, informe que você está prestando esse serviço. Certamente os clientes virão.

É impossível, em um único artigo, abordar todas as situações; afinal, tem pessoas que não têm nem mesmo o que comer, quanto menos para oferecer a terceiros em forma de marmitas. Ou não têm matéria-prima para começar algum produto. Nesses casos, aqueles que têm um pouco mais devem se mobilizar para ajudar os que nada têm. Esta pandemia veio mostrar que o que importa mesmo é a solidariedade.

Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.
Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra.
Eclesiastes 11:1,2

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.