6 tradições antigas que deveríamos resgatar para sermos mais felizes

São tradições que precisamos resgatar para sermos mais felizes como pessoa, família e comunidade.

Erika Strassburger

O mundo, de maneira geral, está seguindo um caminho muito estranho. As pessoas parecem se importar cada vez menos umas com as outras e mais com os animais. Mal cumprimentam os vizinhos, mas colocam coraçõezinhos em seus posts nas redes sociais. Detestam receber visitas, mas têm prazer em ficar horas e horas no celular trocando mensagens. Muitos jovens de hoje falam altivamente com seus pais e avós. Muitos pregam o amor com palavras e atitudes cheias de ódio, a internet encurtou distâncias e distanciou famílias.

Não dá para negar que modernidade trouxe benefícios imensuráveis para a humanidade, e o mercado (principalmente o tecnológico) apresenta-nos todos os dias um novo objeto de desejo. Mas será que foi sábio consentirmos que fossem levadas de nós aquelas velhas práticas que nos deixavam tão felizes?

As facilidades da modernidade e o mau uso das tecnologias foram deixando-nos infelizes com o tempo. Não porque facilitaram a nossa vida, mas porque abandonamos aquelas velhas práticas tão importantes. E, pela lógica, graças à tecnologia, deveríamos ter mais tempo para elas hoje em dia. Mas não é o que acontece. Não é à toa que os casos de doenças mentais crescem vertiginosamente.

Para resgatar a verdadeira alegria, faz-se necessário olhar para o passado em busca daqueles momentos que nos faziam realmente felizes. Você vai concordar que precisava de muito pouco, em termos materiais, para se sentir bem e em paz.

Abaixo estão tradições que precisamos resgatar para sermos felizes como pessoa, família e comunidade:

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1. Almoçar à mesa, em família

Infelizmente, muitas pessoas perderam o hábito de se sentarem juntas à mesa para almoçar/jantar. Quando o fazem, há sempre uma TV ligada ou celular ao lado do prato bloqueando a comunicação da família. Mas o mais comum é cada um pegar o seu prato e ir comer em um cômodo da casa enquanto assiste algo no celular. Aí está uma maneira de desperdiçar um tempo diário precioso em que estão todos juntos em casa durante a semana.

Seria tão importante resgatarem o velho hábito de fazerem as refeições à mesa, enquanto conversam sobre a escola, o trabalho, os namoros etc. Isso pode parecer insignificante para alguns, mas são coisas simples assim que ajudam a manter o amor e a união familiar.

2. Criar memórias na casa dos avós

Muitas pessoas estão ocupadas demais para visitar seus idosos. Esquecem-se de todo o sacrifício que fizeram pela família, não levam em conta toda experiência de vida que podem transmitir através de conselhos.

As recordações da infância que me são mais caras têm a ver com minha falecida bisavó Helma. Ela morava em uma casa simples de madeira em um sítio da família, onde alguns filhos e netos tinham casas também. Era um lugar lindo, cercado de árvores nativas, com árvores frutíferas, um rio que passava nos fundos da propriedade que tinha uma pinguela. Havia um potreiro, um forno de tijolos onde ela fazia seu maravilhoso pão de milho, que comíamos com chimia comum e nata.

Passávamos o dia todo brincando, correndo, comendo frutas do pé, bem longe da sua pequena TV em preto e branco. À noite, ela contava-nos histórias e jogávamos víspora usando grãos de milho para marcar os números. E nem sequer nos importávamos com as altas badaladas, de hora em hora, do enorme relógio na parede da sala. Meus olhos se enchem de lágrimas enquanto escrevo isso, porque foram dias muito, muito felizes.

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3. Chamar os vizinhos pelo nome

Minha mãe, tios e avós sabiam o nome de cada vizinho que tínhamos na quadra e de vários outros de quarteirões próximos. Eles sabiam quem eles eram, quem eram seus filhos e volta e meia alguns deles paravam em nosso portão para conversarem um pouco, quando viam alguém lá na frente.

Hoje em dia eu também cumprimento minha vizinhança, mas confesso que sei o nome de poucos. Acho lindo o costume norte-americano de dar boas-vindas aos novos vizinhos com um bolo ou cookies. As comunidades de lá são fortes e eles podem contar uns com os outros. Será que podemos contar com nossos vizinhos e eles conosco?

4. Ir para os lugares a pé ou de bicicleta

É óbvio que há lugares que não dá para irmos a pé nem de bicicleta, mas não há dúvida de que o fácil acesso a diversos meios de transporte nos deixou muito acomodados.

Eu moro numa cidade pequena, a 12 minutos a pé do centro e às vezes pego um Uber para chegar mais rápido. Às vezes é justificável, porque está chovendo ou o sol está muito quente, mas teve momentos que simplesmente não era necessário.

Eu poderia mencionar meus vizinhos que vão trabalhar de carro, sendo que moram a 20 minutos a pé do trabalho, mas seria hipocrisia da minha parte. O fato é que precisamos avaliar se é sábio tirar o carro da garagem ou pegar um Uber, e muitas vezes gastar com academia para pedalar ou andar na esteira, tendo a oportunidade de fazê-lo sem pagar e ainda economizar combustível.

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Andar a pé ou de bicicleta com mais frequência, observando a natureza, faz bem para a saúde e nos conecta com o Criador, pois enche nosso coração de gratidão pelo lindo planeta que Ele nos deu. Podemos aproveitar, enquanto andamos, para agradecer-Lhe por cada coisa linda que virmos pelo caminho. É uma terapia incrível.

5. Contato com a terra

Nossos antepassados tinham contato frequente com a terra, porque plantavam o que comiam, plantavam flores, não tinham medo de pisar descalços na grama e na terra. Nossa geração tem medo de bicho-de-pé, medo de aranha, medo de praticamente tudo que vem da terra.

O contato com a terra – com a natureza de maneira geral – traz muitos benefícios para a saúde, principalmente mental, e faz com que nos lembremos de nosso lugar, que somos todos iguais perante o Criador.

6. Ir para a Igreja em família aos domingos de manhã

Nossos avós, fossem eles católicos, protestantes ou de outras denominações, iam para a igreja em família todos os domingos de manhã. Era o compromisso deles do domingo. Eles inclusive tinham suas “roupas de domingo”. Chegavam em casa e reuniam a família na cozinha para preparar almoço e conversar. Sem que percebessem, estavam fortalecendo seu vínculo familiar e não apenas sua fé.

Infelizmente, isso foi se perdendo gradualmente com o passar das décadas. Mas, hoje, nota-se um esforço maior em recobrar essa tradição. Ainda vemos pessoas indo à igreja sozinhas, ou a mãe com os filhos, ou o casal sem os filhos, o que é muito válido. Mas seria maravilhoso se conseguíssemos reunir toda a família para irmos à igreja e tornar isso uma tradição semanal.

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Talvez você não concorde com todos esses pontos, mas com certeza vai concordar que a verdadeira felicidade não tem a ver com coisas, tem a ver com pessoas e momentos. De que outras tradições você sente falta e acha que lhe trariam mais felicidade, saúde e paz?

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.