Como não entregar os pontos diante de injustiças

É muito difícil não se abalar diante de injustiças. Como não se entregar ao desânimo quando as coisas parecerem não melhorar? Aqui estão alguns conselhos para acalmar seu coração.

Erika Strassburger

Uma das coisas que mais me deprimem é ver injustiças sendo cometidas. Pessoas sendo acusadas injustamente, uns levando a culpa pelo que outros fizeram, o mal tripudiando sobre o bem. É de partir o coração.

Quando vemos injustiças com mais frequência, nós nos perguntamos “Aonde o mundo vai parar? Será que nada vai refrear o mal?” Então percebemos que só há uma barra de ferro realmente segura, a que devemos nos agarrar para não entregarmos os pontos: o Senhor e Sua verdade.

Como vivemos em um mundo civilizado e temos capacidade inata de discernimento entre o certo e o errado, é normal esperarmos que a verdade venha à tona e a justiça seja aplicada, ou seja, que culpados paguem por seus erros e inocentes sejam absolvidos (ou melhor, que nem sequer sejam acusados). Mas, infelizmente, nem sempre é assim.

“Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos”

Há cerca de dois mil anos, Paulo, um dos Apóstolo de Cristo, profetizou sobre nossos dias:

“Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos (…) presunçosos, soberbos, blasfemos (…), irreconciliáveis, caluniadores, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amantes dos deleites do que amantes de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” (2 Timóteo 3:1-5)

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Certamente, durante todo o período de existência da Terra, houve pessoas com essas características, mas para que Paulo profetizasse a respeito, é porque em nossos dias seria numa concentração assustadora e porque tais comportamentos seriam normalizados por muitos. E é o que está acontecendo.

Como não nos abatermos com esse cenário?

Quando presenciamos uma injustiça, nossa vontade é tentar esclarecer tudo na hora, apresentar evidências, servir de testemunha, proteger a pessoa injustiçada, seja ela familiar, amiga, alguém que admiramos ou mesmo estranha. Se você tem um espírito justiceiro como eu, com certeza fará o que estiver ao seu alcance. Mas, muitas vezes, o que está ao nosso alcance não é o suficiente para evitar que o pior aconteça.

Neste caso, em vez de desanimarmos e entregarmos os pontos, precisamos confiar que, um dia, a justiça será feita.

Precisamos continuar fazendo a nossa parte

Até onde nossa voz alcançar, precisamos falar o que realmente aconteceu, ajudar a desfazer mal-entendidos, esclarecer os fatos. Isto quando soubermos dos fatos, é claro. A pior coisa é uma pessoa se calar quando pode ajudar a livrar um inocente.

Precisamos orar por força para suportar

Mesmo que não sejamos a vítima, precisamos pedir ao Senhor força para suportarmos a maldade humana, força para que a vítima consiga suportar. Dependendo do nosso nível de empatia, sofremos tanto quanto a vítima, às vezes até mais, pois nos sentimos de mãos atadas, sentimo-nos mal por estarmos bem enquanto um inocente está sofrendo perseguição ou pagando por um erro que não cometeu. Precisamos lutar para que nossa esperança não esmoreça, pois somos mais úteis quando temos ânimo e energia para ajudar.

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Precisamos entregar nas mãos do Senhor

Quando parecer não haver saída, entregue nas mão do Senhor. Se Ele está atento a cada andorinha que cai, certamente estará atento ao que acontece com cada um de Seus filhos. Muitas vezes, apenas uma intervenção divina pode pôr fim a uma injustiça.

Nosso Salvador sabe muito bem o que é ser injustiçado. Ele foi acusado de crimes que não cometeu, teve a chance de ser libertado, mas a autoridade em questão preferiu lavar as mãos. Foi julgado de forma ilegal, ridicularizado, torturado e condenado a uma morte tremendamente cruel. Sobre isso, um profeta antigo disse certa vez: “E tomará sobre si a morte, para soltar as ligaduras da morte que prendem o seu povo; e tomará sobre si as suas enfermidades, para que se lhe encham de misericórdia as entranhas, segundo a carne, para que saiba, segundo a carne, como socorrer seu povo”.

Que lição precisamos aprender com isso?

Até mesmo as vítimas e seus defensores precisam tirar lições de uma situação de injustiça. O que podemos aprender com isso? Não confiar mais tanto em qualquer um? Tomar mais cuidado com o que dizer? Não se abrir com pessoas que mal conhecemos? Não acreditar em qualquer coisa que disserem? Cuidarmos para nós mesmos não sermos injustos?

Não há uma única pessoa neste mundo que não saia fortalecida de uma tribulação. O sofrimento – mesmo causado por mãos injustas – nos torna pessoas melhores, mais empáticas e que aprendem a valorizar mais as coisas simples da vida, como amizade, família e liberdade.

Seja a vítima você ou uma pessoa de quem você gosta, erga a cabeça, dê o melhor de si para ajudar e, então, entregue nas mãos do Senhor. Cedo ou tarde, tudo será esclarecido. Apesar das injustiças a que todos estamos sujeitos, o mais importante é o julgamento pelo qual todos iremos passar no grande tribunal de Deus. É Ele quem dará o veredito final. E pode ter certeza de que, se as pessoas que cometeram essas injustiças não se arrependerem e corrigirem o mal que fizeram, o juízo do Senhor recairá sobre elas. “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e justiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça” (Romanos 1:18).

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Por fim, convido-o a fazer o esforço (talvez sobre-humano) de perdoar seus algozes. Eu sei que parece impossível, mas o ódio e o rancor são venenos para quem os sente (sobre eles, não tem efeito algum), e piora ainda mais o nosso sofrimento, além de nos levar a fazer coisas impensadas. O perdão, por sua vez, é curativo. Pode não desfazer mal-entendidos nem injustiças, mas traz paz ao coração daquele que perdoa. E numa situação de injustiça, o que mais queremos é sentir paz.

Leia também: 3 conselhos para não perder a paz quando for vítima de injustiça

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.