Violência nas redes: um mal do qual você deve proteger sua família

A violência não está apenas nas ruas, mas também dentro do seu lar e afeta diretamente aqueles que você mais ama.

Erika Otero Romero

Os seres humanos são mais do que “pessoas boas ou más”. Alguém pode ter um caráter excelente, ser muito gentil e compreensivo; entretanto, você também pode perder o controle de suas emoções em algum momento. É normal, somos humanos. Isso não nos torna maus, frios ou cruéis; apenas humanos.

Apesar disso, há quem – seja por sua natureza ou pelo malestar causado por uma situação ou por outra pessoa – comporta-se de forma violenta sem medir as consequências. Essas pessoas vão se comportar agressivamente em qualquer ambiente em que estejam. No entanto, elas costumam ser mais
mordazes se a vítima não souber de quem ou de onde vem a agressão.

Agressão digital e suas consequências

Este é um fenômeno que está agitando o mundo atualmente.

A situação é esta: você posta algo nas redes sociais ou dá uma opinião sobre qualquer assunto. Suponhamos que determinado número de pessoas não goste do que você escreveu. Então, começa a chover criticas e até ameaças a você. Os ataques aumentam em número e intensidade, a ponto de você decidir apagar o que escreveu. O problema é que os agressores não têm piedade, e se atrevem a lhe enviar mensagens no privado criticando e ameaçando você.

O que torna tudo pior é que, assim como pode ser uma situação ocorrida uma vez ou em determinado dia, ela pode prolongar-se no tempo e no espaço, ou seja, deixar de ser apenas virtual. O assédio se torna tão insuportável, que a pessoa atacada sente medo e opta por se retirar totalmente do mundo virtual.

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Ninguém está a salvo desta situação. A Coreia do Sul é um dos países mais afetados por esse fenômeno. Todos os anos, centenas de pessoas cometem suicídio devido ao assédio implacável nas redes sociais e na mídia. Porém, isso é mais intensificado contra pessoas famosas, como atores ou cantores (ídolos).

A violência chegou a tal ponto, que muitos deles optaram por denunciar seus agressores. O interessante é que acabaram descobrindo que eram apenas covardes que se aproveitavam do anonimato oferecido pelas redes.

Não há limites, tampouco piedade

A intimidação e as agressões não se limitam ao que os outros pensam. Os agressores se sentem no direito de criticar sua aparência e o que você veste. Se você é gordo ou muito magro, se usa maquiagem ou não. E mais, chegam ao ponto de criticar sobre com quem você sai. Sentem-se tão livres para opinar sobre a vida do outro como se fosse a própria vida. Para esse tipo de gente “é seu direito à liberdade de expressão”.

Você deve estar se perguntando por que escrevo com tanta propriedade sobre o assunto. Bem, a verdade é que é inevitável não ser vítima disso. Qualquer pessoa ativa nas redes sociais vai acabar sendo vítima desse tipo de agressão em algum momento.

Jovens e agressão digital

A verdade é que você precisa ser muito autoconfiante e resistente para suportar a perseguição com paciência. De fato, as pessoas mais suscetíveis são as que mais sofrem com esse tipo de ataque.

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Esta talvez seja a maior razão pela qual você deve proteger seus filhos. Pode ser que nós, adultos, não sejamos afetados pelas críticas cruéis dos cyberbullies (assediadores virtuais), mas com as crianças e a história é outra.

Hoje em dia, as crianças usam redes sociais ou plataformas de jogos com mais frequência. O fato de estarem expostas a essas atividades torna-as possíveis vítimas de pessoas sem escrúpulos.

Os meninos de 10 a 17 anos estão em pleno desenvolvimento físico e emocional. Nessa faixa etária, somos mais suscetíveis a críticas de outras pessoas. Deixá-los sozinhos e à deriva nas redes sociais ou plataformas de jogos online não apenas deixam-nos expostos ao bulling, como também a predadores sexuais.

Medidas extremas para proteção necessária

Algo que escolheram em várias partes do mundo para proteger as pessoas do cyberbullying foi desabilitar a opção “comentários”. Sei que parece uma coisa boba, no entanto, surtiu tanto efeito, que muitas pessoas começaram a reclamar que “estavam sendo privadas do direito à liberdade de expressão”.

Algo que os agressores on-line não entendem é que “o direito deles acaba onde começa o direito dos outros”. O fato de terem o direito de se expressar não lhes confere o direito de fazer mal a outras pessoas.

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É justamente por isso que os pais devem tomar medidas extremas. Não é justo um jovenzinho ser vítima de alguém que acredita ter o direito de magoá-lo, e ainda fazê-lo por diversão.

Diante desse cenário, algumas ferramentas que os pais podem usar são:

1. Controlar o tempo que seus filhos passam na Internet;

2. Ativar o controle dos pais que certos dispositivos oferecem. Com ele, você pode monitorar o que seus filhos fazem on-line.

3. Falar claramente com seus filhos sobre os riscos que eles podem correr ao navegar na Internet.

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4. Caso seus filhos já estejam sendo vítimas de cyberbullying, tome as devidas providências. Se a legislação de seu país permitir, faça uma denúncia às autoridades competentes. Faça-o sem pensar duas vezes, a segurança da sua família está em primeiro lugar.

O mundo é um lugar muito pequeno graças à tecnologia. Portanto, é melhor ser cuidadoso na internet e não dar às pessoas inescrupulosas a chance de destruirem a nossa paz.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Violencia en las redes: un mal del que debes cuidar a tu familia

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.