Você dança na chuva ou se esconde dela?

É sua decisão aproveitar a vitalidade da chuva ou se esconder das tempestades. O curso de sua vida depende disso.

Erika Otero Romero

Durante anos, a Colômbia esteve na lista dos países com as pessoas mais felizes do mundo. Isso gerou muita polêmica, pois as pessoas se perguntavam de onde tiraram isso. A situação do país não é das melhores há anos; por isso, aos olhos de muitos, somos um dos países mais violentos.

No entanto, quando as pessoas vêm para cá, percebem que, apesar de as coisas serem difíceis em muitos aspectos, os colombianos sempre têm um pretexto para comemorar, sempre tratamos bem as pessoas, mesmo que não estejamos de bom humor, e sim, de fato, podemos “dançar na chuva”.

Ser resiliente, a capacidade de “dançar no ritmo que é tocado

Ser resiliente não é não sentir dor, é saber aprender com as coisas ruins, saber enfrentar as dificuldades e ser forte.

Quando uma pessoa não é resiliente, é muito difícil para ela lidar com os problemas que surgem. Elas ficam deprimidas e não conseguem pensar em soluções. Isso as leva a sofrer muito.

Por outro lado, quando a pessoa em questão aprende a ser resiliente, passa a enxergar o copo “meio cheio” em vez de “meio vazio”. Posso dizer por experiência própria que sei o que é estar dos dois lados da situação. É muito melhor para uma pessoa ser resiliente.

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Minha história

Fiquei estagnada por um longo período. Depois de me formar na faculdade, consegui dois empregos, um melhor do que o outro, mas depois estagnei. Fiquei sozinha porque me distanciei de minhas amigas depois de descobrir que elas não eram honestas comigo.

Com o passar dos anos, as coisas ficaram mais difíceis. Por mais que eu procurasse oportunidades para sair do buraco em que me encontrava, não conseguia progredir nem “ver a luz no fim do túnel”. Isso durou nove anos, momentos em que chorei, achei que fosse enlouquecer, perdi a fé em tudo. Então as coisas mudaram.

Havia uma menina entre meus contatos no Facebook, uma colega de faculdade a quem apenas cumprimentava. Porém, ao ver o que ela compartilhava naquela rede social, aprendi coisas com que jamais imaginei.

Fiquei sabendo que ela havia morado em Bogotá e lá, trabalhou em um centro médico e em uma estação de rádio; então voltou para sua cidade de origem. Através do que compartilhava, ela me transmitia uma positividade que eu não sabia de onde vinha.

Quando mudou de residência, teve que começar do zero e não demorou muito para conseguir clientes para seu consultório. Voltou a trabalhar no mesmo centro médico e em uma nova emissora. Isso me levou a questionar-me o que ela estava fazendo e eu não, e descobri que tudo se devia à atitude dela.

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Isso mudou a minha vida

Decidi que iria imitá-la. Assim, passei a me esforçar para ver o lado bom das coisas, para sorrir mesmo que não tivesse vontade. Também comecei praticar relaxamento e autoanálise de minha atitude perante a vida. Também decidir parar de reclamar, repreendendo-me sempre que me sentia compelida a reclamar. Foi assim que, pouco a pouco, as coisas foram mudando.

Foi questão de tempo passar a sorrir com mais naturalidade e não mais forçada. Os pensamentos pessimistas ficaram para trás. Comecei a perceber que por trás das coisas ruins que me aconteciam sempre havia coisas boas para resgatar; e tudo isso me levou a ver o mundo de uma forma muito diferente.

Quando comecei a aproveitar a vida e enfrentar as dificuldades, surgiu na minha vida uma oportunidade de trabalho em algo que sempre quis fazer. Foi devagar no início, mas bastou empenho e determinação para que as coisas ganhassem um ritmo mais rápido e positivo; e sim, posso dizer que sou uma pessoa muito diferente do que era há alguns anos.

Agora, não me preocupo mais com coisas que antes me deixavam angustiada, mesmo não sendo nada. Sou uma pessoa mais grata e otimista, consequentemente sou uma pessoa feliz apesar das dificuldades. Sim, tenho momentos de tristeza, mas não deixo que elas dominem minha vida como antes.

Acredite, depois dessa mudança, minha vida mudou.

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Você é a chave para ser feliz

Você tem nas mãos todas as oportunidades de que precisa para ser feliz. Se eu consegui, você também consegue; é apenas uma questão de acreditar que você consegue fazer a mudança e começar a fazê-la.

Encontre a motivação de que precisa para progredir, seja em seus filhos ou em si mesmo. Saia para caminhar e, enquanto caminha, respire e analise as coisas que você sabe que não lhe fazem bem. Em seguida, volte para casa e anote-as em um pedaço de papel e, na frente dessa lista, coloque as coisas pelas quais você deve trocá-la. Por exemplo:

Suponhamos que você não goste de dias chuvosos, que eles o deixem de mau humor. Então, num dia em que estiver chovendo, vá passear na chuva, pense em como ela é benéfica para as plantas. Pense na água que refresca a terra e como é gostoso dormir enquanto chove. Faça o mesmo com tudo que você não gosta.

Outros exemplos:

– Sua sogra vem fazer-lhe uma visita. Ela a critica muito pela forma como você cozinha. Peça para ela ensiná-la e deixe-a cozinhar para vocês. 

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– Você e seu marido discutiram. Você sabe que foi por sua causa. Baixe a guarda, peça desculpas e depois beije-o. E se a culpa foi dele, converse e descubra o que aconteceu, perdoe-o e reconciliem-se.

Aja assim com tudo na vida e você verá como tudo muda. Decida aprender a enfrentar as dificuldades da melhor forma.

A felicidade está ao alcance de todos nós. Consegui uma mudança de atitude e minha vida mudou completamente. Eu sei que você também merece ser feliz. Não desperdice essa oportunidade, é de graça!

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original ¿Bailas bajo la lluvia o te escondes de ella?

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.