Qual é o limite da humilhação em um relacionamento?

O limite é você mesmo(a) que determina. Afinal, você tem as rédeas da própria vida ou não?

Erika Strassburger

Ana e Otávio (os nomes foram alterados) se casaram apaixonados. Esse lindo e jovem casal tinha muitos sonhos e ambições para sua vida a dois. Sonhavam em crescer materialmente, ter vários filhos e criá-los para se tornarem pessoas de bem.

Conforme os filhos foram chegando, Ana foi ficando com cada vez menos tempo para si mesma. Ela sempre foi vaidosa, gostava andar bem arrumada, usar perfumes importados e praticar exercícios. E agora, mal tinha tempo para se exercitar, fazer as unhas e retocar as mechas do cabelo.

Quando os filhos estavam na escola ou dormindo, ela só queria saber de descansar o corpo e a mente, lendo um livro ou fazendo alguns trabalhos manuais, que era uma terapia para ela e ainda lhe rendia uma graninha.

Nos primeiros anos de casamento, o marido trabalhava o dia todo e estudava à noite. Depois passou a trabalhar mais horas do que o normal. Então, ela mal podia contar com a ajuda dele. Mas era compreensiva, pois ele trabalhava muito e ela admirava o seu caráter provedor.

Humilhações veladas

Por razões que Ana foi descobrir apenas mais tarde, Otávio começou a diminuí-la com comentários sobre mulheres acima do peso (mas não se referindo diretamente a ela), sobre ele ser o único que trabalhava, ignorando o fato de ela cuidar da casa e dos filhos, ele fazia questão de dizer que ainda era atraente, dando a entender que ela já não era mais.

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Otávio sabia que Ana gostava de se exercitar e, em vez de oferecer alternativas – como ficar com os filhos durante uma hora por dia, que fosse, para que ela fosse para a academia (coisa que ela já havia sugerido) – ele preferiu continuar com as humilhações veladas como meio de induzi-la a mudar. Ou talvez ele não se importasse mais.

Ana fez o que pôde para emagrecer – ela fez por si mesma e não por ele, porque queria se sentir melhor consigo mesma – mas depois da algumas cesáreas, é impossível perder peso e melhorar a aparência da barriga sem um treino mais pesado (e às vezes, sem uma abdominoplastia). Sendo assim, não conseguiu grandes coisas com seus esforços.

Da humilhação velada ao desprezo

De humilhações veladas e insensibilidade, Otávio resolveu “chutar o balde”. Ele não a beijava mais, não era mais carinhoso com ela, não a elogiava. Mas, claro, ainda queria fazer sexo, – sem nenhum romantismo. E ela começou a se sentir usada, pois era realmente o que estava acontecendo.

Não demorou muito para a verdade vir à tona: ele estava tendo um caso. Ana pediu o divórcio e ele foi viver sua aventura.

O que essa história ensina

Apesar de haver casos de humilhações mais agressivas, como xingamentos, gritos, violência física, opressão sexual, entre outras, humilhação velada não deixa de ser humilhação. Quando ela não é interrompida da primeira vez que ocorrer, a mulher (ou marido, porque muitos deles também são humilhados) está passando a mensagem de que “não foi tão ruim assim”, e a tendência é as coisas piorarem.

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O que fazer se ocorrer um episódio de humilhação velada? Conversar seriamente com o cônjuge, perguntar o que ele quis dizer com aquilo, e se houver alguma coisa que ele queira dizer, que seja de forma direta. É importante perguntar, para que não haja qualquer mal-entendio.

Como se proteger

Jamais aceite ser humilhada! Para se proteger e proteger também a relação, é importante combinar com ele que, quando os dois estiverem descontentes com alguma coisa, vão sentar e conversar. A falta de vontade de chegar a um acordo sugere que não há vontade de salvar a relação. Isso geralmente ocorre quando há uma terceira pessoa envolvida.

Há solução para a maioria do problemas conjugais. Nada que uma conversa franca, empatia e metas traçadas não possam resolver. Para os problemas sem solução existe o divórcio, e ele não precisa deixar para trás um rastro de humilhações e mágoas.

Leia também: 4 situações degradantes que mulher nenhuma deveria aceitar de seu marido

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.