Esta foto gera ternura, mas por trás dela há um risco inimaginável para os bebês

A diferença entre um descanso seguro e a morte súbita é mínima. Mas você pode evitá-la.

Erika Otero Romero

Nada é tão fofo quanto ver homens levando seus filhos recém-nascidos. Para mim, pelo menos, parece muito terno e uma grande demonstração de amor paterno.

Uma das imagens mais populares e encantadoras é a de pais dormindo com o bebê recém-nascido no peito. Mas por trás dessa pose fofa existe uma história muito trágica, que gostaria de compartilhar com você.

Uma história de dor por trás de uma posição terna ao dormir

Em 2010, o Dr. Sam Hanke tinha acabado de se tornar pai. Numa tarde, ele pegou no sono com seu filho de 4 semanas sobre o peito. Quando acordou algumas horas depois, descobriu que seu filho havia morrido.

O menino era saudável, então teve uma vida relativamente saudável; portanto, sua morte não tinha sido causada por doença.

O filho de Hanke perdeu a vida devido à Síndrome da Morte Súbita Infantil. Mas não é um caso isolado.

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Do que se trata essa síndrome?

Consiste na morte de um lactente por causas indeterminadas. Ou seja, o bebê morre sem que haja uma explicação específica para isso. A criança pode ter morrido como resultado de um acidente que causou asfixia ou estrangulamento. Também pode acontecer morrer pelos efeitos de uma infecção ou anomalias cardíacas (morte súbita natural), ou até mesmo por ser vítima de homicídio.

Causas

Apesar do número substancial de mortes acidentais de bebês, o número de crianças que morrem a cada ano por essa síndrome ainda é significativo (cerca de 4.000 bebês nos EUA).

Além das doenças cardíacas não diagnosticadas, infecções, acidentes enquanto dormem na cadeirinha ou no carrinho; uma das principais causas da morte de bebês pelos efeitos dessa síndrome é o desejo de imitar aquela “fotografia fofa de pai e filho no peito enquanto dormem”.

As fotos do tipo “pai e bebê recém-nascido” são muito ternas e fazem muitos com que as pessoas queiram imitar a situação. Pelo menos é o que afirma  Shontavia Jackson Johnson, diretora do Centro Jurídico de Propriedade Intelectual da Universidade de Drake.

Jackson sustenta que essa imagem gera um tipo de conexão com o observador, e é inevitável não querer imitá-la quando se tem um bebê. Isso porque a imagem do pai cuidando do bebê é incomum na vida real.

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A morte súbita infantil acidental pode ser evitada

Como dissemos, muitos bebês morrem enquanto dormem, o que equivale a um acidente. Assim como aconteceu com o bebê do Dr. Hanke. Por isso, a solução é previsível: cuidar com a forma como o bebê dorme, oferecendo-lhe um ambiente seguro de descanso.

1. Coloque seu bebê de barriga para cima para dormir, seja para uma soneca ou à noite.

2. Certifique-se de que a superfície onde ele descansa é firme e que o lençol esteja bem preso no colchão.

3. Não use travesseiros e cobertores para cobrir o bebê. Vista-o com roupas confortáveis e quentes, dependendo do clima.

4. Remova todos os brinquedos da área de dormir do seu bebê.

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5. Certifique-se de que nada esteja cobrindo a cabeça ou o rosto do seu filho.

6. Não permita que fumem perto dele.

7. Se for praticar co-sleeping, tome todos os cuidados necessários.

8. Evite deixar que seu filho adormeça sentado no caso de usar carrinhos de bebê ou cadeirinhas de carro, pois ele pode ser asfixiado pelo cinto de segurança.

A campanha de um pai que perdeu o filho

Atualmente, o Dr. Sam Hanke e sua esposa se dedicam a educar os pais para que se conscientizem dos riscos que um bebê pode correr por não cuidar com a forma como dorme. Isso ele faz por meio da Charlie’s Kids, uma organização que criaram para lembrar o filho falecido.

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Conhecendo as causas da morte súbita infantil acidental e como evitá-la, agora você tem mais uma tarefa a cumprir: evitar a todo custo compartilhar fotos de seu marido dormindo com seu filho no colo, por mais fofo e popular que esse tipo de imagem seja.

Você sabe que tem um “efeito pólvora” e que poucos conseguem evitar compartilhar aquela foto fofa (e perigosa). Assim você ajuda as pessoas a não caírem na tentação de imitá-las.

Eu sei que culpar uma foto parece bobo, mas como diz o doutor Jackson: “A imagem do papai e do bebê é poderosa por causa da conexão implícita. Imagens positivas que mostram o amor parental na mídia são realmente muito raras”, o que gera sentimentos positivos que levam a compartilhar esse momento, e também incentiva os pais a quererem imitá-lo.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger do original Genera ternura, pero tras esta foto hay un riesgo inimaginable para los bebés

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.