Assédio sexual: veja como a passividade pode favorecê-lo

Embora não mereçamos ser tratados assim, muitas vezes acabamos, involuntariamente, favorecendo esses comportamentos através desses 5 comportamentos.

Yordy Giraldo

Uma das maiores diferenças entre a velha e a nova geração talvez seja a maneira de nos comunicamos. Hoje em dia, podemos dizer (pelo menos pessoalmente) quase qualquer coisa sem que alguém arqueie a sobrancelha em desaprovação ou espanto.

Os conceitos de liberdade de expressão e violência verbal, embora não tenham qualquer ligação, são hoje alardeados como sinônimos. Basta percorrer as redes sociais, assistir a alguns programas de televisão, ouvir rádio ou simplesmente pegar o transporte público para ver os excessos a que estamos expostos.

Essa abertura incompreendida levou a que situações como o assédio sexual sejam frequentes para a maioria das mulheres e, mesmo sendo difícil de acreditar, para muitos homens também. Hoje em dia, o assédio não escolhe gênero.

Os assediadores encontraram nessa linguagem liberal o disfarce perfeito para esconder seus ataques, sob a ideia de que hoje é normal usar conteúdo sexual em todas as nossas conversas. Nada mais distorcido e falso.

O assédio, obviamente, não se limita às palavras, mas começa com elas que, por sua vez, são a forma mais generalizada desse tipo de violência. Porém, embora não mereçamos ser tratados assim, muitas vezes acabamos favorecendo esses comportamentos quando permanecemos passivos.

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Verifique com cuidado esses comportamentos que, involuntariamente, podem estar estimulando o assédio sexual à sua volta. Você se identifica com algum?

1. Permitir aquilo que ofende ou incomoda você

Não permita linguagem ou contato físico que seja ofensivo para você. Agir como se não tivéssemos entendido ou percebido é o tipo de comportamento que diz ao assediador que ele pode continuar a fazê-lo. E, acredite, ele vai continuar.

1. Ficar em silêncio torna você cúmplice

Por medo de nos metermos em problemas, de sermos criticados, discriminados ou de perder o emprego, acabamos ficando em silêncio. Ao fazê-lo, automaticamente nos tornamos cúmplices.

3. Ceder por medo

Não faltam exemplos de pessoas que aceitam propostas por medo de retaliação. O problema é que, uma vez que você concorda em ceder ao assédio, ele deixa de ser crime e, então, você acaba ficando vulnerável.

4. Usar justificativas

Ao estarmos sendo importunados, é comum, nós mesmo ou nossos
conhecidos, justificarmos esses comportamentos usando frases
como “coisa de homem”, “são todos iguais” ou “ele é assim mesmo”, desculpando o agressor ou agressora.

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5. Não buscar ajuda

Em vez disso, pedimos demissão de um emprego ou abrimos mão de uma amizade porque achamos que não vão nos apoiar. Agindo assim, deixamos os assediadores se sentindo livres e confiantes de que podem continuar agindo dessa forma porque vão sempre sair impunes.

Insinuações diretas ou indiretas que nos ofendem e incomodam, e que, sobretudo, abrem caminho para que os assediadores avancem, é o resultado de um tratamento desrespeitoso e sem limites.

Agir apropriadamente é algo considerado fora de moda, o que acabou deixando-nos indefesos contra os inescrupulosos que procuram submeter nossa vontade à deles.

Ao escolher suas vítimas, os assediadores não costumam se basear
apenas em suas preferências pessoais, mas na vulnerabilidade delas. Por isso é fundamental mostrar-lhes que não estamos dispostos a permitir que nos subjuguem. E a melhor forma de fazê-lo é comportando-se com decoro, formalidade e segurança suficientes para estabelecer limites em todas as ocasiões e circunstâncias.

Leia também: O que é e como denunciar o assédio sexual no trabalho

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Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Acoso sexual, descubre cómo lo estás alentando

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