7 coisas que, como mãe conservadora, ensino a meus filhos

Costumes conservadores protegem crianças e jovens de vários perigos e podem deixá-los em paz e felizes.

Erika Strassburger

Antes de tudo, apesar da onda de conservadorismo que invadiu nosso país, o assunto aqui não é política. Então, seja você de direita ou de esquerda, pode ficar tranquilo!

Sinto-me extremamente grata e feliz por ser uma mãe conservadora. Vou contar um pouquinho de como foi a minha criação para você entender por que me sinto assim.

Fui criada em um lar com muita liberdade e poucas instruções sobre alguns assuntos importantes da vida

Minha criação foi tanto quanto paradoxal. Meu pai era um cara rebelde, aventureiro e sem senso de responsabilidade. Vivia como liberal, mas tentava ser um pai conservador, bem no estilo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Ele costumava me dizer que 27 anos era cedo demais para eu namorar (sim, ele dizia exatamente isso!). Eu não podia nem sequer dizer o nome de um menino dentro de casa sem que ele ficasse enfurecido.

Minha mãe era uma pessoa pacata, caseira e trabalhadora, mas me dava muita liberdade. Como meu pai viajava muito, fiz bastante uso dessa liberdade.

Não tenho uma única lembrança, na infância ou adolescência, de meus pais me dando instruções sérias sobre namoro e sexualidade. Eles falavam bastante sobre escola, faculdade, profissão. Mas o assunto sexo era um enorme tabu na nossa casa.

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Certa vez, na época em que foram noticiados os primeiros casos de AIDS, meu pai me chamou para conversar sobre o assunto. Ele disse algo assim: “Filha, tem uma doença muito perigosa aí, a AIDS, por isso nunca aceite bebida de ninguém! Cuide para ninguém colocar nada na sua bebida!”. Eu tinha 13 anos, disse que tudo bem, que iria cuidar. Somente algum tempo depois fui descobrir que a AIDS era transmitida por relação sexual. Fico me perguntando até hoje de que ele estava falando, de Boa Noite Cinderela? Por que não falou sobre sexo?

Alguns anos antes, quando eu tinha nove anos, cheguei mais cedo da escola e vi, acidentalmente, meus pais “fazendo aquilo” e, totalmente chocada, fui perguntar para a minha mãe o que tinha acontecido. Eu não tinha a mínima ideia do que se tratava. Parecia muito assustador para mim. Ela prometeu que me contaria mais tarde, naquele mesmo dia. Quando chegou o momento da conversa, ela me olhou nos olhos e disse “Tu és muito pequena para saber, quando crescer, eu vou te contar”. Aquilo me deixou tão frustrada, que nunca mais perguntei nada sobre o tema para ela. E ela nunca me chamou para conversar sobre isso.

Eu tive uma infância e adolescência com mais liberdade do que, na minha concepção atual, eu deveria ter. Talvez por serem outros tempos, e por não existir os perigos de hoje, nossos pais ficavam tranquilos. Quando criança, eu podia ir para onde quisesse com minhas amigas, desde que minha mãe soubesse onde eu estava, é claro, e depois de cumprir algumas tarefas de casa. Com 6 anos, eu já brincava sem supervisão com crianças mais velhas da vizinhança. Aos nove, eu podia passar os finais de semana no sítio de uma amiga, com 11 anos eu viajava com o coral da escola para festivais em várias cidades. Aos 12, eu podia ficar até mais tarde na casa das amigas do bairro. E podia passar a tarde perambulando por aí. Minha mãe tinha muita confiança em mim. E eu não dava motivos para ela desconfiar, mesmo assim, a liberdade era exagerada, porque tive acesso a coisas que não deveria ter.

Fui exposta a riscos

Na maioria das vezes, fazíamos coisas inocentes e salutares. Mas tive contato com coisas completamente inadequadas para a minha idade. Aliás, na minha opinião, inadequadas para qualquer idade.

Lembro-me, quando tinha entre 11 e 12 anos, de estar brincado de esconde-esconde na rua com as crianças da vizinhança, e uma das crianças saiu de seu esconderijo com uma revistinha de fotonovela pornográfica na mão. Nunca mais consegui esquecer aquelas imagens chocantes. Já pensaram no quanto isso pode afetar uma criança?

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Naquela época já era comum ver crianças de 11 anos se beijarem na saída da escola. E havia crianças que se expunham a coisas bem piores. Toda criança e jovem precisa ser instruído, inclusive sobre beijos. Precisa de instruções principalmente sobre assédio ou abuso sexual. Graças ao Bom Pai Celeste, nunca fui abusada por nenhum rapaz ou homem, mas já sofri assédio.

Conforme crescia, eu ia ficando exposta a coisas mais perigosas e prejudiciais. Eu era bem madura para a minha idade, então sabia dizer não a muitas ofertas. Mas também corri riscos e cometi erros dos quais me arrependo, e que talvez não cometesse se tivesse sido melhor instruída.

Bem, não estou aqui para culpar meus pais por não saberem como conversar sobre esses assuntos comigo. Não sei que tipo de instruções eles receberam dos pais deles, mas tenho certeza de que se preocupavam comigo.

Ser pais conservadores não significa ser cheios de tabus

A despeito da criação que recebi, decidi fazer diferente com meus próprios filhos. Decidi ser uma mãe despida de qualquer tabu para instruir meus filhos da melhor maneira possível, e lhes dar uma educação conservadora.

Parte desta escolha se deve ao fato de eu ter me tornado cristã praticante. Não existia muita religiosidade na casa dos meus pais. Meu pai dizia que eu deveria rezar toda noite, mas nunca o vi rezando ou orando. Minha mãe e eu íamos à missa uma ou duas vezes por ano, mas ela não era uma mulher religiosa durante na minha infância e adolescência.

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Depois de adulta, filie-me à Igreja em que estou até hoje. Foi lá que aprendi que Deus nos ama tanto, que quer nos dar o melhor que Ele tem. Entre as coisas que podemos receber Dele, está a verdadeira felicidade. Não me refiro àquela alegria momentânea que sentimos quando estamos numa festa, viajamos ou compramos algo novo. Mas de algo tão belo e profundo, que nem mesmo os momentos mais difíceis da vida são capazes destruir.

Mas, mesmo que não fosse cristã praticante, eu não iria querer que meus filhos corressem os mesmos riscos que eu corri. Então, provavelmente lhes ensinaria a maior parte das coisas que lhes ensino atualmente.

Ser conservador nos costumes traz felicidade e segurança

Tem uma frase muito conhecida em um livro sagrado que temos na Igreja: “iniquidade nunca foi felicidade”.  Você pode estar se perguntando por que estou colocando no mesmo balaio tópicos como costumes conservadores, religiosidade, segurança e felicidade. O fato é que Deus é bem claro sobre os requisitos essenciais da verdadeira felicidade. Ele deixou princípios que, quando seguidos, trazem paz de espírito e alegria tão profundas, que nada as poderá nos abalar. E todos sabemos quantos riscos certas escolhas podem trazer.

Se na minha infância e juventude, que eram outros tempos, fui exposta a tantos perigos, imagine os perigos a que nossos filhos estão expostos nos dias de hoje! A melhor forma de protegê-los é ensinar-lhes a verdade tal como é, nua e crua, e mostrar o que devem fazer para ficarem em segurança e serem felizes de verdade.

Veja, abaixo, alguns dos ensinamentos que, como mãe conservadora, tenho ensinado a meus três rapazes para protegê-los do que há de ruim e iníquo no mundo, e para que se sintam bem em paz consigo mesmos:

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1. Há um tempo certo para cada escolha na vida

Há tempo de brincar, de estudar, de namorar, de casar e ter relações sexuais, etc. E esta deveria ser a ordem certa dos acontecimentos.

Leia: 10 razões para evitar namoros precoces

2. Quer saber qualquer coisa sobre sexualidade, venha me perguntar

Como já disse, não há assunto que seja tabu para mim. A responsabilidade de instruir crianças e jovens sobre sexualidade é dos pais. Nenhuma criança deve ser deixada “no vácuo” sobre esse assunto tão importante para a sua vida.

3. Manter-se sexualmente puro não é caretice, é sabedoria

Devemos ensinar nossos meninos e rapazes a respeitarem o corpo das meninas (e seus próprios corpos também). Devemos ensinar às nossas filhas o quanto seus corpos são belos e sagrados, que não devem permitir que sejam tocadas de maneira inadequadas. Devemos ensinar nossos rapazes e moças a manterem a pureza sexual. Cada pai conservador ensina o que achar melhor. Eu ensino meus filhos a reservarem esse momento lindo para o casamento.

4. Nada de palavrões

Um verdadeiro conservador não tem costume de dizer palavrões. Ele preza viver em um ambiente com diálogos limpos e se esforça para ser um exemplo para os filhos.

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5.  Aquilo que os olhos veem fica marcado para sempre

Os pais conservadores devem orientar seus filhos a não terem contato com pornografia e outros conteúdos pesados, nem participar de conversas com teores desse tipo. E se isso porventura acontecer, que eles abandonem imediatamente, antes que se torne um vício que lhes traga problemas para a vida toda.

6. Respeitar os horários e frequentar lugares seguros e edificantes

Não está ultrapassado estabelecer horários para nossos jovens voltarem para casa e determinar que lugares eles não devem frequentar. Pode parecer o contrário, mas toda criança e jovem clama por regras e limites. Isso lhes dá a segurança de que são amados e importantes para seus pais e cuidadores.

7. Respeitar as diferenças não significa ser permissivo

Em primeiro lugar, os pais conservadores devem ensinar, de maneira adequada, alguns conceitos atuais sobre gênero, sexualidade, homoafetividade, ente outros, para que seus filhos não fiquem totalmente alienados aos temas, e para que não sejam instruídos incorretamente lá fora. E a despeito das escolhas dos outros nos quesitos sexualidade, modelos de família, etc., os pais conservadores têm obrigação de ensinar seus filhos que é possível, sim, respeitar as diferenças quando se tem valores conservadores.

Entretanto, respeitar as diferenças não significa ser permissivo. Ou seja, não quer dizer que tenhamos que abraçar causas com as quais não concordamos como prova de amor (no caso de algum familiar) ou amizade, ou para sermos politicamente corretos. Devemos continuar amando e respeitando essas pessoas ao mesmo tempo em que defendemos nossos valores.

Lembrando que enquanto “a palavra convence, o exemplo arrasta”. O exemplo será sempre o melhor professor.

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Às vezes me pego pensando nos riscos a que fui exposta por ter tido liberdade demais. E oro agradecendo a Deus por ter preservado a minha vida. Que possamos proteger essas vidas tão preciosas que Deus colocou aos nossos cuidados.

Leia também: O que a Bíblia nos ensina sobre ser uma mãe melhor

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.