Você vai mandar seus filhos para a escola depois da pandemia? Considere estas recomendações
Em algum momento as crianças voltarão às aulas, e como pais devemos estar atentos a seguir uma série de recomendações especiais se quisermos cuidar da saúde de nossos filhos
Emma E. Sánchez
Há pouco mais de cem anos, o mundo viveu a última grande pandemia da qual se tem memória e registros, um contágio de influenza, também conhecida como “a gripe espanhola”.
Em 1918, esta doença devastou a humanidade, estimando-se que cerca de 50 milhões de pessoas morreram. Este contágio foi intenso porque ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial e milhares de soldados conviviam em espaços pequenos, “lado a lado”, diariamente e andando pelas praças de guerra, viajavam de um acampamento militar a outro, propagando o vírus por toda parte.
A isto se somou que os governos desse tempo não comunicaram a doença, os cuidados e precauções às tropas “para não desanimá-los nem preocupá-los”, o que acabou por provocar um contágio muito mais forte e severo no que hoje chamamos “a segunda onda”, aquela situação que após o primeiro surto, vem um segundo mais agressivo e mortal.
Em 1918, a comunidade científica mundial não tinha muita informação sobre o vírus, não haviam testes laboratoriais, vacinas antibióticos ou meios de comunicação de massa para fornecer informações às pessoas, e o que se podia fazer era fomentar hábitos de higiene como: lavar as mãos com frequência, usar máscaras em público e fechar teatros e escolas.
Sabia-se que uma nova pandemia chegaria à humanidade
Desde então, surgiram diversos centros e instituições para a prevenção e controle das doenças, pois se sabia que, cedo ou tarde, uma nova pandemia apareceria.
E coube a nós vivê-la, mas, desta vez, com muito mais conhecimento sobre os vírus e seu comportamento, com medicamentos, respiradores e mais material médico para poder enfrentar essa pandemia.
Embora o contágio continue a ser um grande perigo para a saúde, hoje podemos fazer mais para cuidar de nós do que no passado.
Manter-nos alertas
Hoje sabemos que, após este período de confinamento, mais uma ou duas ondas de contágio virão para as quais devemos estar muito alertas, nunca baixar a guarda e, em particular, no que se refere ao retorno às atividades habituais, incluindo a escola.
Se você tem filhos em idade de educação básica, certamente se preocupa com o tão famoso, necessário e temido regresso à escola.
Cada país, inclusive cada estado, província ou município, distinguem suas próprias recomendações para o retorno à vida após o COVID-19.
O retorno gradual
Até o momento, a maioria dos governos tem planos de um retorno gradual em todas as atividades produtivas deixando a Educação para o final, especialmente na educação básica. Os estudantes universitários serão os primeiros a regressar.
Isto é feito com a finalidade de proteger melhor as crianças pois, afinal, são o bem mais precioso da humanidade.
Medidas de higiene para sempre
Esta parte já devemos todos entender e aceitar, se antes do coronavírus você era uma pessoa que não lavava as mãos regularmente, agora já não poderá ser igual. Medidas de higiene como lavar frequentemente as mãos, não tocar o rosto, evitar apertos de mão e tossir no ângulo do cotovelo, devem ser já o habitual.
Agora que as crianças estão em casa, aproveite para insistir nesses novos hábitos, desta maneira, quando voltarem à escola, já estarão habituadas.
A quantidade de alunos por sala e o distanciamento social
Um dos primeiros desafios que as escolas estão enfrentando tem a ver com o distanciamento social entre as crianças, pois, para elas, isto é muito difícil, querem brincar, mover-se e, claro, brincar com os amigos.
Então imagine um grupo de 20 ou 30 alunos numa sala de aula, como garantir que eles não se toquem?
A escola do seu filho deverá garantir, de alguma forma, que isto aconteça para evitar que a escola se converta num centro de contágio.
Como pode ser feito?
O regresso voluntário
Em alguns lugares começa a se pensar um “regresso gradual”; isso significa que os pais decidem se mandarão seu filho à escola, ou não. Compreendemos, ainda que haja famílias que poderão conservar as crianças mais tempo em casa porque há um adulto cuidando delas, mas em outros casos, não é uma opção, pois os pais deverão voltar a trabalhar e não haverá com quem deixar os pequenos.
Metade on-line e metade presencial
Considerando que haverá crianças que poderão voltar e outras não, para muitas escolas prevê-se que os professores deverão dar aulas tanto presencial como on-line. Sob que formatos ou de que maneira? Não há uma maneira única para tal, pois cada comunidade e família têm seus próprios desafios – desde ter um equipamento em casa, conectividade ou outros elementos – para receber aulas à distância, inclusive deslocar-se até a escola.
Cada região e escola tomarão decisões ou tornarão públicos os parâmetros mínimos para que cada criança possa continuar com sua educação. Esta medida pode ajudar a escola à distância funcionar. Certamente, a escola do seu filho terá uma boa proposta.
Volta à escola para menores de 6 anos
Este é um tema que está gerando muita controvérsia, pois se na China as crianças são muito mais disciplinadas quanto a seu comportamento antes dos 6 anos, em outras culturas pode ser que as coisas não funcionem assim.
Espanha e França decidiram que as crianças menores de seis anos simplesmente não retornarão à escola de maneira presencial.
Limpeza e desinfecção de instalações
Este é outro grande desafio para as escolas, mantê-las limpas e esterilizadas. Já se pensa, inclusive, na possibilidade de telas de acrílico transparente em cada carteira para evitar o contato com seus colegas ou o uso de máscaras também transparentes para evitar a troca de fluidos; mas, além disso, está a responsabilidade de limpar constantemente os objetos de uso comum, como botões, mesas, cadeiras, lápis, inclusive os livros.
E sem falar da hora da merenda escolar! É muito possível que esse tempo seja evitado ou totalmente transformado.
O que você deve fazer, como mãe?
Primeiro, ensinar aos seus filhos as práticas de higiene e cuidado pessoal dentro e fora de casa.
Segundo, fortalecer seu sistema imunológico através da alimentação, do exercício e, claro, com uma boa atitude e tranquilidade emocional.
Terceiro, manter-se em comunicação com a escola e participar de maneira colaborativa para o bem comum de toda a comunidade escolar, seguir as indicações e deixar a crítica para outro momento. O cuidado da saúde, é uma questão social, uma responsabilidade que devemos enfrentar como grupo humano pois esta é a única maneira de preservar nossas vidas.
Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Tras la pandemia, ¿vas a mandar a tus hijos a la escuela? Considera estas recomendaciones