Você ficaria surpreso em saber quem realmente está influenciando seus filhos

Quem influencia mais os filhos aos estudos e na frequência à igreja, pais ou padrastos? Conheça as consequências das novas formações familiares.

Evelise Toporoski

Quando eu estudava no ensino médio, lembro que uma professora fez um levantamento informal para saber quantas pessoas da turma moravam com o pai e a mãe. Fiquei muito surpresa em ver que apenas eu e mais dois colegas tinham ambos em casa, os outros tinham pais separados, moravam apenas com a mãe, avó, e outros já conviviam com padrastos.

Já faz mais de dez anos que esta pesquisa ocorreu e é cada vez mais comum ter famílias com diferentes formações. Já parou para pensar quais são as influências e consequências disso? Quanto o padrasto e o pai com a guarda compartilhada influenciam na formação dos filhos e enteados?

Em busca dessas respostas, o cientista social Matthijs Kalmijn fez um estudo chamado Family Disruption and Intergenerational Reproduction: Comparing the Influences of Married Parents, Divorced Parents, and Stepparents(Em livre tradução, O rompimento da família e reprodução intergeracional: Comparando as influências dos pais casados, pais divorciados e padrastos).

Ele se concentrou em dois quesitos: a influência a nível educacional e a frequência à igreja. Pais biológicos não residentes no mesmo lar que o filho tinham maior influência na educação das crianças do que os padrastos. Kalmijn considera que a genética, ou a capacidade cognitiva do filho pode ter sido herdada, mas também não descarta outras influências sociais, “padrastos normalmente não estão envolvidos na vida da criança antes de entrar na casa, mas pais divorciados ainda podem estar envolvidos depois que saem de casa”, explica o especialista.

Contudo, os padrastos são mais influentes na religiosidade do que o pai biológico que não mora na mesma casa. A explicação encontrada é de que os padrastos têm forte influência na socialização da criança e o comparecimento à igreja reforça o novo laço familiar.

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É isso mesmo?

Ao ver um estudo desses podemos achar que ele é taxativo, e que os comportamentos acima são uma regra. Na verdade, isso pode ou não ocorrer na maior parte das famílias.

É importante perceber que pais, padrastos, enteados, meios-irmãos têm muita influência na formação de cada indivíduo. Há décadas, apenas a formação tradicional das famílias foi estudada, mas atualmente temos acesso a estudos como estes que nos fazem perceber que as diferentes influências de novos integrantes da família são mais profundas do que imaginamos.

As novas relações não têm uma regra para dar certo, temos é que aprender a conviver com amor e respeito com a nossa família, que está em constante formação.

Leia: Para os enteados: Como estreitar os laços com seu padrasto

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Evelise Toporoski

Jornalista com experiência em redação de jornais e revistas. Mãe e esposa compartilhando experiências de vida!