Violência doméstica: Provocada x gratuita

Importante analisar muito bem a questão da violência a fim de quebrar esse ciclo e trabalhar no sentido de eliminá-lo em seu casamento.

Suely Buriasco

A violência doméstica é um problema grave que abala pessoas no mundo todo. Lidar com um marido agressivo é realmente muito difícil e quando a agressão passa a ser física é preciso analisar muito bem a situação, afinal, nesse caso, já existe periculosidade.

Nenhum tipo de agressão é normal e nenhum ser humano deve se submeter a ela, mas diante de um acontecimento isolado, isto é, que nunca tenha acontecido antes, vale a pena aprofundar essa análise.

Agressão provocada

Claro que nada justifica a violência, mas se seu marido nunca havia demonstrado antes nenhum sinal de agressividade é importante repensar os fatos. “Ele perdeu a cabeça” parece mesmo uma desculpa, mas existem situações que isso é verdadeiro. Em alguns casos que atendi como mediadora de conflitos eu pude constatar que a mulher provocou a situação e até bateu primeiro, sendo o ato do homem uma reação. É preciso observar se com a emoção alterada você de alguma forma não o agrediu primeiro, lembrando que existem muitas formas de agressão. Muitas vezes durante o processo de mediação a mulher confessou que havia irritado e humilhado muito o marido com palavras. A agressão verbal pode não deixar marcas aparentes, mas é igualmente um grande trauma.

Agressão gratuita

Todavia, se você tem consciência de que a agressão foi gratuita, por ciúme, sentimento de posse ou simplesmente porque você o desagradou é preciso estar muito atenta. Isso demonstra que a agressividade de seu marido é muito latente. No livro “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois” dediquei todo um capítulo para meus estudos sobre violência doméstica, nele escrevi: “O abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física, mas também portadores de Transtorno Explosivo da Personalidade são agressores físicos contumazes“. O fato é que pessoas agressivas devem buscar ajuda médica e psicológica o quanto antes e também os familiares precisam de apoio psicológico para aprender a lidar com essa situação.

Quando perdoar

Perdoar ou não é uma questão muito individual, costumo dizer que o perdão é sempre recomendável, o que não significa manter o casamento. Viver a violência doméstica provoca grandes traumas morais e pode afetar muito a autoestima. Muitas mulheres chegam ao cúmulo de acreditar que merecem o castigo aplicado por seus esposos. Portanto, cuide de você mesma e pense na decisão que pode ser melhor para você. Penso que se essa foi realmente a primeira vez que seu marido a agrediu e se ele se mostra arrependido, pode-se pensar na possibilidade de dar-lhe uma chance. No entanto, repense essa opção se esse não for o caso, ou seja, se seu marido já havia demonstrado sinais de agressividade gratuita. Pense no seu bem-estar e de seus filhos, se os tiver, e aja de forma a manter o equilíbrio no lar. Antes de decidir-se, analise tudo que já viveram juntos e veja se realmente vale a pena, e quais são as chances de acontecer de novo.

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A Dra Mariagrazia M Luwisch recomenda no site que: “A Violência Doméstica é um atentado à dignidade do Ser Humano. Não deixe que essa situação continue. Quebre o ciclo!“.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.