Viciado em amor? Diga adeus à dependência emocional

Quando aprender a amar-se como é, poderá ser capaz de amar o seu parceiro, sem medos ou laços.

Adriana Acosta Bujan

“Não posso viver sem você”, “Minha vida não tem sentido se não estiver ao meu lado”, “Não posso fazê-lo sem você”, “Não sou nada se não estou com você”; estas e muitas frases mais podem lhe parecer familiares. Quase todos nós, em algum momento da vida, temos experimentado uma dependência emocional do parceiro. Talvez, são pensamentos que qualquer apaixonado pode ter (é o normal); no entanto, torna-se um problema emocional quando não se consegue apreciar a vida sem o amor de alguém.

Ainda que soe louco, é importante assumir que “nada nem ninguém nos pertence“, não somos donos desse alguém por mais que o amemos. Somos seres independentes desde que nascemos e assim temos que aprender a viver para nos sentirmos plenos e felizes. Uma realidade é que estamos tão acostumados a deixar nossa própria vida nas mãos de outra pessoa, só para sentir confiança, proteção e segurança em nós mesmos, que podemos confundir com amor ou dependência.

Se conseguir desprender-se desse medo que invade seu coração, você será capaz de experimentar um amor livre e real; esse amor que merece, e o qual tem direito de sentir. O problema é que algumas pessoas se sentem inferiores a ponto de não acreditarem fervorosamente que alguém possa amá-las tal como são; por isso se apegam a uma relação ainda que sejam infelizes.

Amado, vem me resgatar!

Geralmente, as pessoas dependentes nunca experimentaram a felicidade, porque são incapazes de desfrutar a vida se não for junto com a pessoa que pensam amar. São pessoas que ocultam seus verdadeiros sentimentos e emoções, já que sempre preferirão aceitar o que o ser amado diz ou dispõe; o que provoca antepor seus próprios desejos, metas e sonhos.

Têm tanto medo de perder o parceiro, que evitam confrontos, caindo em constantes chantagens emocionais. Aprendem a viver com a dor e sofrimento para mantê-lo ao seu lado, isso é conhecido como submissão.

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No caso de fazerem algo que provoque algum mal-entendido com seu parceiro, terão sentimentos de culpa provocando-se feridas psicológicas. São pessoas ciumentas que desejam ter o controle da vida de seu parceiro para ter a segurança de não ser abandonadas; inclusive tendem ao isolamento social, porque só querem estar com essa pessoa.

Este tipo de pessoa deseja receber, de maneira excessiva, afeto, atenção e valorização por parte de seu parceiro; pelo que costumam exigir orientação para tomar decisões e proteção em sentido amplo, como se a outra pessoa fosse uma espécie de salvador.

Liberte-se para ser feliz

A dependência emocional se caracteriza por um déficit de autoestima e desvalorização de si mesmo, relacionando a crença de não valer o suficiente, pelo que se tende a idealizar e a buscar no outro apoio e segurança. Por esta razão, é importante aprender a se libertar:

1 Procure o amor em si

Para poder amar outra pessoa será importante aprender a amar-se primeiro; deverá fazer uma retrospectiva e refletir nas carências de afeto que tem. Trata-se de recuperar a sua autoestima, confiança e segurança, acreditando que é capaz de ser feliz sem a necessidade de estar com alguém. Será o momento de se mimar, de se aceitar tal como é, de se abraçar, de se mimar e de ter em mente que você mesmo é a prioridade número um.

Evite viver a sua vida dependendo da aprovação dos outros, celebre os seus êxitos, aplauda-os, feche capítulos do passado que o atormentaram e comece de novo; lembre de si mesmo para que possa saber o que quer, o que procura e quais são os seus sonhos; assim poderá se concentrar e trabalhar nisso.

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2 Confie em seu parceiro

Uma vez que esteja ciente que você é uma pessoa valiosa e que seu parceiro o ama como você é, com esses defeitos e grandes virtudes, é hora de aprender a confiar nele. O amor numa relação baseia-se na confiança, se há falta dela é muito difícil ter uma relação bem-sucedida e plena.

Comece a libertar-se e a libertar o seu parceiro, dê-lhe espaço e independência. Tenha em mente que seu par o ama e que não deverá duvidar disso nem um segundo. Deposite o medo do abandono no esquecimento.

3 Diferentes maneiras de amar

Um dos obstáculos que se interpõem a sentir o verdadeiro amor são as crenças que se têm arraigadas do que é amar. Talvez tenha tido uma infância em que os seus pais demonstravam seu amor discretamente, ou, pelo contrário, demonstravam seu amor sem preconceitos. Foi o que aprendeu e é por isso acha que o seu parceiro deve agir da mesma maneira.

No entanto, você deve tomar consciência de que todos temos diferentes formas de amar; por exemplo: alguns tendem a amar de maneira fria e outros não, alguns podem demonstrar seu amor com coisas materiais, outros amam com ações e detalhes. Por isso, deve aprender qual é a maneira de amar do seu parceiro, para que não se decepcione ou o idealize.

4 Seja corajoso

Se, infelizmente, a sua relação o levou ao limite e você é vítima de violência, está na hora de ter coragem para recuperar o seu amor próprio, a sua essência e ser. Talvez você seja dependente emocional porque se acha incapaz de lutar por sua própria conta, de conseguir seus sonhos e de ser feliz; a incerteza do futuro o manteve imóvel, e é por isso que não concebe viver sem seu parceiro ainda que seja uma relação tóxica.

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Nesses casos, será importante considerar pedir ajuda externa de qualquer perito para que o ajude a recuperar sua integridade e, dessa forma, consiga libertar-se.

A dependência emocional pode tornar-se um transtorno psicológico grave, que leva algumas pessoas à depressão e ansiedade. O medo de ser abandonado é mais forte do que qualquer outra coisa, por isso às vezes tendem a ser vitimizados e fazer mal a si mesmo, para que o ser amado permaneça ao seu lado.

O que não percebem é que o que sentem não é amor, mas dor, frustração e um profundo sentimento de desvalorização por si mesmos.  Aprenda a se amar e, assim, amará os outros.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original ¿Adicción al amor? Dile adiós a la dependencia emocional

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Adriana Acosta Bujan

Adriana Acosta estudou comunicação, é mãe de um adolescente, e atualmente se dedica em ensinar e pesquisar em nível universitário em Puerto Vallarta. Publica seus textos esperando que ajude as pessoas com suas vivências úteis.