Trabalha de maneira autônoma? Então cuidado com a sua saúde

Ansiedade, incerteza, dificuldade de gerenciar o tempo: como lidar com isso todos os meses sem adoecer? Continue lendo.

Erika Otero Romero

Com o passar do tempo, a sociedade tem visto mudanças em todos os aspectos da vida; até mesmo a maneira como ganhamos nosso sustento.

Durante muito tempo, as pessoas se prepararam para ter empregos tradicionais que lhes proporcionassem algum tipo de estabilidade; no entanto, as coisas mudaram muito.

Na Colômbia, por exemplo, de muitos anos para cá tem sido muito difícil conseguir emprego com contrato por tempo indeterminado [equivalente à “carteira assinada” no Brasil]. Para uma pessoa conseguir isso, ela precisa ter bons contatos e muita sorte. Meu país não é o único lugar no mundo onde isso acontece.

Devido a isso, a forma de trabalhar também mudou. A falta de empregos “tradicionais” mudou diametralmente a forma de trabalhar. Sim, sempre houve pessoas que preferiram ser seus próprios chefes; não há nada de estranho nisso. Porém, com o advento da tecnologia, surgiram também os trabalhos freelancers.

Quando você trabalha por conta própria, não importa onde você mora, você pode trabalhar para terceiros em qualquer lugar do mundo. Essa nova forma de trabalhar permite uma liberdade antes inimaginável. Você escolhe o horário, a forma de se vestir, o tempo que dedica ao seu trabalho. Apesar desses prós maravilhosos, também existem contras que afetam significativamente a vida de uma pessoa.

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Desvantagens da vida de autônomo

Embora existam muitos aspectos interessantes de ser autônomo; a verdade por trás disso é um pouco mais sombria do que gostaríamos.

Ser autônomo significa ganhar dinheiro apenas pelo que você faz. Ou seja, você não tem férias remuneradas, FGTS, plano de saúde e outros benefícios. Além disso, o que mais gera incerteza é a possibilidade de, a qualquer momento, ficar sem trabalho.

Quando você trabalha sob a supervisão de alguém, depende de que essa pessoa gerencie seu trabalho de acordo com o gosto dela. Qual é o problema disso? Apesar de não concordar com suas ações, você tem medo de reclamar por medo de perder a pouca estabilidade que você desfruta. Significa que você não pode – mesmo que tenha o direito – pedir tratamento justo. É algo equivalente a reprimir-se para evitar momentos ruins e tensões com seus colegas de trabalho.

Basicamente, você vive em constante incerteza; com muito a dizer, com muitas necessidades e sem quem recorrer.

O que acontece com um trabalhador autônomo

Alguns especialistas no assunto explicam que a suposta liberdade do trabalhador autônomo vem acompanhada de muitos percalços. Quais desvantagens? Entre elas estão:

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1. Má gestão do tempo;

2.  Instabilidade e incerteza;

3. Estilo de vida sedentário e pouca vida social;

4. Ansiedade;

5.  Procrastinação;

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6. E, em muitas ocasiões, insatisfação constante.

Acredite ou não, isso afeta profundamente a estabilidade mental e emocional de um freelancer.

Não é agradável passar mês a mês na “beira do penhasco”. Você vive sem saber o que vai acontecer. Além disso, você experimenta mudanças que vêm sem aviso e que muitas vezes cortam a liberdade que você pensa que desfruta.

A instabilidade talvez seja o maior problema que um freelancer enfrenta. Logicamente, nem todo mês você terá um ataque de ansiedade. Apesar disso – quase sempre, você deve engolir coisas que não gosta, só para ter paz. Enfim, isso acontece em todos os trabalhos, não é?

A melhor maneira de lidar com os “problemas” de um trabalhador autônomo

Há várias maneiras de lidar com as desvantagens desse tipo de trabalho. Depois de quase 10 anos trabalhando dessa forma, vou lhe contar o que faço para amenizar a situação e não morrer de estresse durante o mês:

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Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje

São meses atrás meses, e às vezes é difícil encontrar motivação para fazer o seu trabalho. Sou inimiga de deixar meu trabalho para o fim, mas às vezes acontecem coisas que desmotivam. Por isso, minha recomendação é que, no dia em que tiver mais energia e motivação, dedique-se integralmente ao seu trabalho.

Você pode ainda optar por reservar determinados dias da semana para trabalhar e outros para “descansar” ou dedicar-se a outras coisas do seu interesse. Isso equilibra a balança e evita o esgotamento mental.

Viva o “aqui e agora

Eu estaria mentindo se dissesse que não me preocupo com o futuro. Claro que sim, mas me dou a chance de sofrer por isso um dia por mês.

Ao contrário de muitas pessoas, não posso me preocupar todos os dias com o que acontecerá comigo no próximo mês. Sofro de ansiedade e os ataques não são agradáveis. Assim, aprendi a viver um dia de cada vez e é isso que recomendo.

Recomendo que projete como seria o seu mês; isto é, quão ocupado você pode se dar ao luxo de estar com seu trabalho. Isso vai ajudá-lo a estabelecer um limite entre o que você pode e o que deve fazer.

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Um mundo espera por você lá fora

Basicamente, o que isso quer dizer é que nem tudo é trabalho e confinamento. Todos sabemos que o sedentarismo é prejudicar para a saúde física e mental.

Dê a si mesmo a oportunidade de transformar seu dever em lazer. É uma questão de aprender a se equilibrar. Por exemplo, se você dedica a tarde ao trabalho, pode dedicar a manhã para se exercitar, fazer compras ou ligar para seus parentes.

Além disso, se sua situação financeira permitir, você pode se inscrever em algum curso criativo – alguns, inclusive, são gratuitos. A questão é não ficar trancado em casa, pois corre o risco de virar um eremita.

Embora essa modalidade de trabalho seja um pouco arriscada e instável, não é muito diferente de outros tipos de trabalho.

O ponto relevante é saber tirar o melhor proveito das circunstâncias. Em vez de focar no que você não pode mudar, foque no que depende de você e torne a vida mais adorável.

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Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original ¿Trabajas de manera autónoma? Si es así, ten cuidado con tu salud

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.