Talvez não seja autismo, mas Transtorno de Processamento Sensorial

Se você tem uma criança peculiar que não se enquadra no diagnóstico de autismo, essas palavras podem ajudar.

Denhi Chaney

A experiência de segurar seu filho nos braços pela primeira vez após o nascimento não dá para ser descrita. É uma experiência linda: imaginamos todas as coisas que esse bebê vai fazer durante a vida, temos sonhos, expectativas, e nesse momento, tudo é mágico. 

Então esse bebê cresce e começamos a ver que temos que ajustar nossas expectativas, pois, como nós, nosso filho não é perfeito. No entanto, muitos de nós notamos que nosso filho não apenas não é perfeito, mas também há coisas que o tornam muito peculiar, por assim dizer. 

Nossos instintos dizem que algo não está certo, e depois de levá-lo ao médico e especialistas, alguns dizem que não há nada de errado, outros nos dizem que nosso filho tem autismo. É importante reconhecer que muitas dessas crianças que não diagnosticadas com autismo têm um problema diferente e precisam de ajuda profissional. 

Estas palavras não substituem a consulta e avaliação profissional. Minha intenção é trazer um pouco de informação e talvez ajudar alguns de vocês que se perguntam por que seu filho é tão sensível aos sons, não suporta etiquetas nas roupas e faz uma grande birra toda vez que precisa estar no meio de muitas pessoas.

Seu filho pode ter o que é chamado de Transtorno de Processamento Sensorial, o que, na verdade, significa que ele tem dificuldade em receber e organizar o que seus cinco sentidos estão recebendo. Confira algumas maneiras de reconhecê-lo:

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1. Sensibilidade extrema

Todas essas crianças têm extrema sensibilidade em alguns ou nos cinco sentidos. 

Por exemplo, muitas crianças se incomodam com a luz do sol, reclamam se estão assistindo à TV, não suportam o barulho do liquidificador ou do aspirador de pó, não gostam de mexer em coisas pegajosas. É um desafio dar um banho, pois a temperatura tem que ser exata, e o mais simples cheiro deixa-os enjoados. 

É importante reconhecer que a reação não é homogênea; ou seja, uma pessoa pode se incomodar mais com cheiros e outra mais com tato, mas tem problemas com pelo menos um dos cinco sentidos.

2. Ansiedade diante de estranhos

Muitas crianças são naturalmente tímidas e não gostam de estar perto de estranhos. Essas reações são normais e até boas. Mas as crianças com esse problema não apenas não gostam, isso faz com que elas entrem em pânico. É normal ver como essas crianças têm muita dificuldade de ir a locais onde há muita gente ou têm de estar fisicamente próximas de pessoas que não conhecem.

3. Problemas com o desenvolvimento psicomotor

Embora nem todas as crianças tenham problemas graves, é comum vê-las apresentando dificuldade para andar de bicicleta, escrever, jogar bola ou usar uma tesoura. É importante mencionar que a maioria dessas crianças não apresenta problemas para correr ou pular, o que dificulta o diagnóstico.

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Como eu disse no início, essas palavras nunca devem substituir a avaliação de um profissional, mas espero que, se tiver dúvidas sobre seu filho, este artigo o ajude a tomar a decisão de avaliá-lo e, finalmente, esclarecer suas dúvidas. 

Vale ressaltar que existem tratamentos para esse problema, e à medida que as crianças com essa condição iniciam a terapia, os resultados tendem a ser excelentes.

Para mais informações:

Leia: Transtorno sensorial, sabe o que é isso?

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Quiza no es autismo, sino trastorno del procesamiento sensorial

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Denhi Chaney

Denhi Chaney é formada pela Universidade de Brigham Young com mestrado em Terapia de Casal e Familiar. Ela também é esposa e mãe de um filho.