Spandex e autoestima

O que eu aprendi sobre autoaceitação com uma mulher de 60 anos, dançando na rua e usando roupa de elastano, ou seja, um spandex bem colado.

Nicole Harmon

Nota do editor: Uma versão deste artigo foi originalmente publicada no blog de Nicole Harmon, Have Joy. Republicado aqui com permissão, traduzido e adaptado por Sarah Pierina.

Eu estava parada em um sinal vermelho no meu caminho para o trabalho em 2007, quando um movimento na calçada um pouco à minha frente me chamou a atenção. Meus olhos pousaram em uma mulher, provavelmente em seus 60 e poucos anos. Ela era um pouco mole e flácida, e estava sacudindo locais que a maioria de nós mulheres não quer sacudir, e ela estava usando apenas um top esportivo, shorts de elastano e fones de ouvido.

Eu fiquei surpresa ao ver um corpo mais velho em tal tipo de malha – é apenas algo que eu não tenho visto com muita frequência. E enquanto eu a observava, meu espanto crescia. Ela acelerava por cinco ou seis passos, parava, fechava os olhos, jogava seus braços para o alto, e com uma despreocupação selvagem e infantil, ela dança com toda a energia do mundo. Eu estou falando de balançar seus quadris, balançar os cabelos para todos os lados, balançando pele flácida para um lado e para o outro, esse tipo de dança.

Em seguida, ela iria acelerar por mais alguns passos e repetir o jubileu de dança. Ela estava cantando a letra de qualquer que seja a música que ela estava ouvindo, completamente abstraída de todas as pessoas que estavam olhando para ela e julgando-a.

Eu dei risada e observei-a até o sinal ficar verde. Será que ela não percebeu todos olhando para ela? Será que ela não sabia que seu corpo estava flácido de uma forma que se deve cobrir e não exibir? Eu estava envergonhada por ela.

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Ao sair dali, meus pensamentos permaneceram nesta mulher e eu comecei a perceber algumas coisas surpreendentes sobre ela. Eu percebi que ela, sem dúvida, sabia que as pessoas estavam olhando para ela, mas ela não se importava. Ela – Não – Ligava. Como ela se sentia sobre si mesma era mais importante para ela do que o que estranhos em carros que passavam pensavam dela. Esta mulher não estava envergonhada de seu corpo de 60 anos ou de seus passos de dança de 40 anos atrás. Percebi que ela era confiante, que ela aceitou suas curvas e rugas e ainda se achava bonita o suficiente para usar elastano e top em público. Isso é mais do que eu poderia dizer sobre a minha confiança com meu próprio corpo. Ela estava fazendo o que ela queria e ela estava se divertindo fazendo isso.

Meu constrangimento por ela começou a se transformar em inveja. Quantas vezes eu deixei minhas inseguranças me impedirem de fazer algo? Quantas vezes minha preocupação com o que os outros estão pensando ditou como eu vivo? Como seria estar tão convencida de que estou bem a ponto de me permitir desfrutar momentos assim? Será que eu iria tirar mais fotos com meus filhos? Será que eu me inscreveria para aquela promoção? Será que eu aceitaria elogios mais livremente? Será que eu experimentaria uma nova aula de ginástica, voltaria para a escola, iria me voluntariar na comunidade ou colocar um traje de banho e nem uma vez se quer ter um pensamento negativo sobre o meu corpo?

Infelizmente, a maioria de nós não consegue imaginar como seria viver a vida livre do fardo de como outras pessoas podem nos julgar. Então, obrigada, senhora dançarina de rua meio vestida. Obrigada por usar sua malha e ter me ensinado uma lição valiosa enquanto dançava em seu caminho pela vida.

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Nicole Harmon

Nicole Harmon is a Marriage and Family Therapist in Sandy, UT. She is wife to a very patient man and mother to three crazy little girls.