Seu parceiro empatiza com você?

Empatia não é apenas saber o que o outro sente. É poder apoiá-lo nos momentos difíceis e desfrutar bons momentos juntos

Erika Otero Romero

Um dos aspectos chave da formalização de uma relação de casal é uma boa comunicação. Quando se fala de boa comunicação, as pessoas acreditam que se trata de falar clara e honestamente. Em parte é, mas é muito mais complexo do que apenas “falar”. É saber expressar, interpretar e entender o que você e seu parceiro sentem e pensam; e isso vai além das palavras.

Agora, a respeito da empatia, muitos acreditam que é “colocar-se no lugar do outro” e “sentir como o outro sente”. A realidade vai mais além: a empatia no relacionamento implica intimidade a um grau máximo.

Ser empático com o parceiro faz existir uma boa conexão emocional, reconhecimento e reciprocidade.

O que significa ser empático com o cônjuge?

Como dizíamos, ser empático implica uma “comunicação profunda e íntima. Vai muito além de se colocar no lugar do outro. É saber responder às necessidades emocionais do outro, não só dar amor conta; mas ter ações que mostram seus sentimentos.

Tipos de empatia no casamento

Para entender como funciona a empatia nas relações de casal, primeiro é preciso conhecer seus componentes e dinâmicas.

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Há três tipos de empatia que devem ser usados na vida diária:

Emocional

“Sinto o que você sente”. Dito de outra maneira, é dar-se conta do sofrimento ou alegria de seu parceiro. É ser capaz de “ler” suas preocupações; colocar-se em sua pele e saber que coisas o ferem ou o alegram.

Cognitiva

“Eu entendo o que você está passando” e não apenas “sentir como o outro sente”, mas realmente entender o que seu parceiro vive.

Compassiva

“Sei que sofre, conheço os motivos e desejo lhe ajudar, quero que se sinta bem”. Isso mostra que há um desejo real de que o seu par esteja bem, feliz, tranquilo e satisfeito.

Abrir-se a sentir sem julgar

Muitas vezes um cônjuge é completamente capaz de perceber que o seu parceiro teve um dia péssimo. Vê a sua tristeza e angústia; no entanto, antes de consolá-lo, ouvi-lo e fazer algo para aliviar a carga, o que faz é responsabilizá-lo pelo que sente.

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Um exemplo para que se entenda melhor. Você teve um dia ruim em seu trabalho. Chamaram a sua atenção por algo que não foi sua responsabilidade. Daí em diante as coisas ficaram cada vez mais difíceis.

Chega em casa e o seu par está à sua espera para comerem algo delicioso. Então, por ter tido muitos inconvenientes, seu ânimo está no chão. Você espera um abraço ou um “vem, vamos conversar”, mas não, em vez disso, inunda-o de reclamações. Acusa-o de permitir que abusem de você por seu bom caráter e por não se impor. Isso só faz piorar seu ânimo e não desejar escutar mais reclamações. Mesmo assim, as reclamações continuam até não poder mais e você se sente quebrar.

Neste caso, o outro sabe ler suas emoções. Apesar disso, é incapaz de expressar empatia compassiva útil. Devido a isso, não oferece qualquer apoio ou alívio.

Cai no juízo fácil: ” é que todos se aproveitam de você”; “você não consegue se impor”, etc.

Neste caso, temos um membro do casal que aplica a empatia emocional, mas não é capaz de desenvolver uma empatia compassiva útil e eficaz que dá alívio e ajuda a outra pessoa.

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Compreender que seu parceiro comete erros como você também é empatia

Na fase da paixão é comum que se veja o ser amado como alguém infalível. Entretanto, à medida que se supera essa época, ambos aprendem a amar-se com seus mais e seus menos. Passaram algum tempo juntos e já conhecem os seus defeitos e fraquezas, mas aceitam-se e amam-se.

Isso ocorre em todo casal que é feliz. Sabem que o amor implica em entender e empatizar com as debilidades do outro.

Quando ambos compreendem o ponto acima, que seu relacionamento vai ter altos e baixos, isso também é empatia. Não é como “espere até chegar o momento dos problemas”; é que sabem que não são perfeitos. Este tipo de empatia é muito útil porque quando os desafios são apresentados, eles estão prontos para enfrentá-los.

Estar aberto às emoções do outro

Embora algumas pessoas possam facilmente expressar suas emoções para seus parceiros, há também aqueles que não podem fazê-lo. Não é que não queiram fazê-lo; é que, muitas vezes, não o fazem por medo de como o outro possa reagir. Não é falta de confiança, é claramente evitar que a outra pessoa sofra.

Agora, em relacionamentos onde a ligação não é forte, o medo de ser julgado estará latente. Sob nenhum ponto de vista, este tipo de relacionamento é satisfatório, autêntico ou saudável.

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Quando num casal o vínculo empático é ótimo, não haverá medo de mostrar como se sente. Nada mostra mais amor do que ser você mesmo sem medo de compartilhar seus mais profundos sentimentos, pensamentos e emoções.

Para terminar, devo dizer que a empatia é uma ligação vital que fortalece as relações pessoais.

Aprender a “ler” o seu parceiro torna o relacionamento mais estável, aberto e feliz.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original ¿Tu pareja empatiza contigo?

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.