Que seu marido valorize seu trabalho como dona de casa vale mais do que todo o ouro do mundo

Fora ou dentro de casa, o trabalho do cônjuge é igual. Você acha que seu marido valoriza o que você faz pela família?

Erika Otero Romero

Muitos anos atrás, li a seguinte história que me fez rir muito:

Um homem chegou em casa após um dia difícil no trabalho e encontrou o pior panorama possível. Ao sair do carro, ele encontrou a porta da frente aberta.

Quando entrou em sua casa, ele se deparou com a maior baderna: os pratos e as panelas estavam sujos na máquina de lavar louça, as crianças estavam correndo e fazendo barulho por toda parte, o cachorro havia escapado. Havia roupa por lavar, almofadas e lixo espalhados  de forma igual no térreo; e as coisas não melhoraram conforme ia caminhando pela casa.

Subir as escadas foi um desafio e chegar ao quarto, ainda mais. Conforme subia, ele ia ficando mais e mais furioso, mas decidiu não gritar para chamar a esposa, pois parecia que ela não estava em casa.

O corredor e os cômodos do segundo andar eram uma repetição do que eu tinha visto lá embaixo. Ele entrou enraivecido no quarto do casal para ruminar seu mal-estar sozinho. Ficou surpreso quando, ao entrar, viu sua esposa deitada na cama dormindo com tampões de ouvidos e protetor de olhos.

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Sua raiva aumentou e, com muita raiva e sem aguentar mais, ele começou a gritar:

– Mas o que você fez o dia todo?!

Ela, com um sorriso estampado no rosto, tirou os tampões de ouvidos, descobriu os olhos e respondeu:

– Bem, como você fica dizendo que eu só reclamo de estar cansada o dia todo e fico em casa sem fazer nada, pois foi isso que fiz hoje: NADA!

As coisas estão mudando

A história acima é apenas uma anedota que eu encontrei anos atrás na Internet, mas, sinceramente, vale para quem considera o trabalho doméstico algo como “de baixa categoria”.

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Três ou quatro décadas atrás, era normal a esposa ficar em casa cuidando dos filhos, enquanto o marido trabalhava fora. Não havia nada de errado ou de reprovável nisso, mas, como todas as coisas, a realidade social mudou. Assim, as mulheres começaram a lutar com mais afinco por mais liberdade profissional e estabilidade financeira. Através disso, tornou-se comum saírem, de igual para igual com os homens, para trabalhar. O fardo aumentou para elas, mas ficaram satisfeitas do mesmo jeito.

A verdade é que os casais, em que ambos trabalham fora, tiveram que se adaptar a essa situação. Assim, os homens assumiram um papel mais ativo em seus lares e na vida de seus filhos, e as esposas começaram a assumir maior responsabilidade financeira pelas despesas da casa.

E, sim, para muitas pessoas as coisas mudaram, mas para muitas outras, não. O curioso é que, assim como no passado, a mulher que trabalhava fora era vista como “mãe ruim”; agora, a que escolhe ser “dona de casa” é vista como uma mulher retrógrada, que patrocina o machismo de seu parceiro.

É verdade que hoje em dia é demonizado o fato de uma mulher – ou homem – decidir ser dona de casa, em vez de sair para trabalhar. A questão é que ambos os papéis, o de provedor e o de manter em casa, são importantes para uma família e dignos de respeito, porque um não é nada sem o outro.

A história de Brad Kearns

Brad Kearns possui uma comunidade no Facebook chamada DadMum. Ele geralmente compartilha histórias sobre seu relacionamento, sua vida como pai de três filhos, dá conselhos e um pouco mais. Normalmente, ele tem bons comentários em seus posts; no entanto, há algum tempo, ele decidiu fazer um post reclamando de sua esposa.

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Nele, ele explicou que estava muito cansado depois de trabalhar e viajar por mais de 5 horas, ida e volta, de casa para o trabalho. Em contrapartida, como ele disse, para sua esposa (Sarah) era muito fácil, ela só ficava em casa levando as crianças de um lado para o outro enquanto amamentava o bebê. Ir ao parque, alimentar as crianças não era nada comparado ao que ele deveria fazer.

Obviamente, não demoraram para chegar reações de vários tipos. O interessante é que o post dele era completamente sarcástico, porque Brad realmente aprecia e valoriza profundamente o que sua esposa faz por eles. Ele termina o post dizendo:

“Quando ela quer saber como estou (…) provavelmente terei que responder com uma mensagem automática, porque estou muito ocupado. (E quando eu chego em casa) ela está cansada, frustrada e doente demais para ser tocada. Ela está irritada,  suja e, inadvertidamente, sem querer nada além de um banho, um xampu e uma xícara de chá quente… É um dia difícil para mim, mas não se compara ao dela. Obrigado, Sarah,  por tudo o que você faz por nós.”

O valor de cada serviço

Como costumávamos dizer, os dois trabalhos – tanto o de fora quanto o de dentro de casa – valem muito. Não deve haver razão alguma para colocar um acima do outro. Assim como não há nada de errado ou repreensível, mesmo que seja o homem que fica em casa enquanto a esposa trabalha fora; desde que ambos concordem e não haja abuso. Por que não?

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E se o cônjuge que fica no comando da casa recebesse um salário? Acho que não haveria nada de errado em reconhecer esse trabalho. Apesar disso, se aqueles que trabalham fora proveem mais do que o básico, colaboram em seu tempo livre nas tarefas domésticas e se esforçam para oferecer uma boa qualidade de vida ao parceiro, acho que a questão do salário pode permanecer em segundo plano.

O que deve ser observado é que, quando um casal decide formalizar seu relacionamento, ambos devem ser claros sobre o nível de participação na família. No entanto, as coisas sempre mudam com o tempo; portanto, eles devem ter uma mente aberta para todas as possibilidades. O que nunca deve mudar é o respeito e o valor que devem ser dados ao trabalho um do outro em casa, ao cônjuge e à família.

Desejo-lhe muitas bênçãos.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Que tu esposo valore tu labor como ama de casa vale más que todo el oro del mundo

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.