Quando há maltrato, não há amor. Veja as razões

Nunca permita o maltrato, mas se já está ocorrendo, encontre aqui algumas ideias para sair desse flagelo.

Erika Otero Romero

Quando começamos uma relação, nunca nos passa pela cabeça que poderíamos chegar a ser vítimas de abuso. É triste, mas o desejo de “manter o controle” sobre algumas situações faz com que muitos casais caiam no profundo abismo da violência doméstica e, em geral, quando se permite a violência, sair dela é cada vez mais difícil.

O abuso físico e emocional dentro do casamento não está ligado a uma cultura ou classe social específica, casamentos de jovens ou já maduros e, tampouco, é exclusivamente contra as mulheres. Para ser ainda mais concreta, até os namoros neste momento estão se contaminando com esse mal. O que é ainda mais preocupante, é que envolve não só a pessoa diretamente afetada, mas também os seres amados da vítima de abuso. Os peritos classificam o abuso nos seguintes tipos:

Maus-tratos físicos: socos, chutes ou empurrões.

Relações sexuais forçadas, submissão sexual ou qualquer outro tipo de conexão sexual.

Maus-tratos emocionais: palavrões, intimidação, humilhação.

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Comportamentos controladores ou restritivos, como afastar a pessoa dos seus entes queridos ou impedir que a vítima tenha acesso à informação ou à assistência médica.

Normalmente, as vítimas de abuso sofrem em silêncio por muito tempo, porque são submetidas à intimidação. Todo tipo de violência possui desencadeantes, dos quais não costumamos estar conscientes, mas, em todos os casos, a conduta obedece a uma síndrome que os especialistas classificam em três ou quatro estágios:

Tensão crescente

Suscitada pela acumulação diária de tensões causadas por situações conflituosas, as quais são reprimidas ou minimizadas sob sentimentos de desespero, desgosto e depressão.

Explosão

Nesta fase, a acumulação e repressão de tensões concentram-se em um só momento, quando a pessoa explode emocionalmente por meio de atos violentos ou agressões físicas, verbais, emocionais ou sexuais.

Remorso

O agressor se desculpa por seus atos e reconhece a agressão perpetrada; já que a culpa prejudica a sua autoestima, e isto facilita o reinicio destas três fases cíclicas.

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É importante conhecer esse ciclo, pois é muito fácil que, em algum momento da vida, você ou alguma conhecida sua possam passar por algo similar. É muito útil distinguir essa linha tênue que há entre o amor de verdade e uma “ilusão de amor perverso”. Eu fui vítima disso e considero que é bom reconhecê-lo para, assim, aprender a distinguir o amor verdadeiro de um amor doente, que só nos prejudicará ao ponto de perder a confiança em nós mesmos e a fé nos outros.

Como evitar uma relação com um agressor?

Se já está envolvida com alguém que tende a maltratá-la, aja.

Não estou dizendo para revidar, ou se colocar no mesmo nível, o que proponho é que, à primeira mostra de agressão, termine a relação.

Não aceite gritos

Os gritos precedem os insultos, e depois disso, a violência física não tardará a surgir.

Não permita nenhuma aproximação sexual que você não deseja

Expresse seu desconforto de maneira direta e não permita.

Não guarde silêncio

“O que cala, consente”, se você é dessas pessoas que, para evitar um conflito, não diz nada e aguenta calada, está dando a oportunidade para que o abuso comece, pois outras pessoas podem concluir que você concorda com a situação, já que não diz nada.

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Pode pensar que, já que abusam de você, pode abusar de outros também

Uma resposta muito comum ao abuso é essa, por isso não permita, ou pode chegar a abusar até mesmo daqueles que mais a amam.

O abuso pode ser extensivo

Seu parceiro violento não só descontará suas frustrações em você: seus filhos e até mesmo sua família podem vir a ser vítimas de agressões.

Denúncia

Muitos assassinatos dentro do casamento, atualmente, são precedidos por violência física e verbal. O que se recomenda é denunciar o abuso.

Se ele bater uma vez, vai bater de novo

Não importa quantas flores, serenatas, presentes ou cartões de desculpas ele lhe dê; se a situação se apresentou uma vez, existe o risco de que se apresente de novo. As pessoas mudam, é verdade, mas os abusadores raramente mudam. Na maioria dos casos, o melhor é fugir. Nunca será suficiente posicionar-se, amar-se e respeitar a si própria.

Muito foi dito a este respeito, mas a violência na nossa sociedade só cresce. Um tapa ou um grito não é amor, e onde há violência não há respeito; um parceiro que a ama jamais recorrerá à violência. Para mais informações, convido você a ler este artigo sobre relacionamentos e abuso emocional.

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Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Cuando hay maltrato, no hay amor. Descubre por qué

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.