Quando a separação acaba sendo a saída mais saudável

Quando um casal suporta tudo com a falsa premissa de que isso é amor, cedo ou tarde eles percebem que o mais saudável para todos é a separação; e se houve dano, recuperar-se.

Erika Gaytán

“Que horror!” Uma amiga exclamou ao ouvir do psicólogo o que não queria saber: “Você deve pôr um fim nesse casamento”. Depois de duas décadas de uma relação complicada, cheia de desconfiança, humilhação e violência psicológica, ela decidiu consultar um profissional que a ajudasse a entender o que ela não conseguia ver sozinha, o relacionamento deles não estava indo bem. 

Na verdade, não deu certo desde o começo. Quando era jovem, ela se apaixonou por um homem que idealizou de tal forma, que não conseguia perceber quem realmente era aquele indivíduo, minimizando ou ignorando seus defeitos. 

Durante o tempo em que esteve casada, seu único interesse era agradá-lo, deixando a si mesma e os filhos em segundo plano. Agora que sabe o que tem que fazer, tem medo de deixá-lo e não conseguir sobreviver ao “que vão dizer” sua família e amigos, à dependência emocional e ao sentimento de fracasso… sozinha.

Porém, esse último fator pode ser positivo: “Para muitas pessoas pode ser a oportunidade de aprender a ficarem sozinhas. Temos que internalizar que ser solteiro não deve ser sinônimo de estar sozinho”, diz a psicanalista Helena Trujillo, da Escola de Psicanálise e Poesia Grupo Cero.

Como contrabalançar esses medos e tomar uma decisão?

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1. Dê a si mesma a oportunidade de se conhecer

A solidão não é tão ruim quanto as pessoas pensam e pode ser uma aliada perfeita para se conhecer. Se não souber como você mesma é, será difícil saber o que realmente quer para sua vida. Isso também pode ajudá-la a se amar e se respeitar como realmente deseja ser amada e respeitada pelos outros. 

Ao conseguir fazer isso, você nunca mais aceitará que ninguém a trate mal, eu lhe garanto. Mas você precisa começar consigo mesma.

2. Não ligue para o que as pessoas dizem

Uma das principais coisas que podem impedi-la de dar o passo que você precisa para terminar um relacionamento prejudicial é sua preocupação com o que as pessoas podem pensar. Mas isso deve ser deixado de lado. Pois não importa se você está agradando os outros ou não quando o que está em jogo é a sua felicidade e a dos seus filhos. Basta pensar que, embora você possa fingir que são uma família “feliz”, seus filhos sabem que não são e isso está afetando-os.

3. Sua principal força deve ser seus filhos

Pense por um minuto: você gostaria que eles vivessem uma vida como a sua ou a de seu marido? Pois saiba que a maioria das crianças tende a repetir o comportamento do pai ou da mãe.

Ou seja, se você é uma pessoa oprimida, insegura e medrosa, é bem provável que um de seus pequenos repita esse mesmo padrão; ou o de seu marido. Eles vão achar esse comportamento natural, ou que é assim que se vive ou se tem que viver, porque não conhecem outra forma de vida. Por fim, serão pessoas infelizes.

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4. Buscar apoio psicológico a tempo

Se suspeitar ou perceber que, de alguma forma, seu relacionamento não é o que esperava ou queria, você precisa ir a um especialista na área antes que a situação se complique ainda mais. Como ressalta a terapeuta de casais Axantra Coca, “muitos só vão depois de anos de crise. E se um casal está preso em uma crise, pode ser muito difícil sair dela”.

É comum que muitos casais não consigam ficar juntos, depois de terem tentado repetidamente se dar bem. Quando seu bem-estar físico e mental (ou o de seus filhos) está sendo afetado, o mais saudável para todos é viver em harmonia mesmo não sendo sob o mesmo teto. O melhor é viver feliz ou, dependendo da situação, sobreviver.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Cuando la separación resulta ser lo más sano

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