Conheça o Gaslighting – abuso psicológico que pode afetar sua sanidade

O gaslighter é um manipulador que tenta enlouquecer sua vítima. Entenda como funciona esse tipo de abuso e os sinais de que você é uma vítima.

Erika Strassburger

Quando falamos em abuso, geralmente pensamos em violência física e verbal. Mas há um tipo de abuso mais sutil que passa despercebido pela maioria daqueles que o sofrem, cujo propósito é fazer você duvidar da própria memória, percepção e sanidade: o Gaslighting.

A origem do termo

O termo surgiu de uma peça teatral, Gas Light, de 1938, que anos depois virou filme. Conta a história de um homem que manipulava sua mulher, tentando convencê-la, e a outras pessoas, de que ela estava ficando louca. Ele fazia pequenas alterações no ambiente da casa, e quando ela apontava tais mudanças, ele dizia que sempre estiveram daquele jeito, que sua lembrança estava incorreta. O título faz referência ao enfraquecimento da luz da casa – que era alimentada por gás – quando o marido ligava as luzes do sótão enquanto procurava um tesouro escondido. A mulher percebia que as luzes escureciam e ele dizia que era apenas sua imaginação. A partir de 1960, o termo passou a ser usado para se referir à manipulação dos sentidos de alguma pessoa.

Propósito de quem pratica o Gaslighting

O manipulador tem sempre um objetivo em mente: favorecer-se de alguma forma. No filme, o propósito do homem era enlouquecer a mulher para ficar com sua fortuna.

Na vida real, as razões podem ser variadas:

Esconder uma traição

Para negar a traição, o abusador pode tentar convencer sua mulher de que ela imaginou uma cena que viu ou uma conversa que ouviu, que leu errado ou interpretou mal uma mensagem que leu.

Encobrir outros abusos

O abusador manipula de forma a minimizar suas ações e culpar a vítima pelo abuso sofrido. Muitos, inclusive, tentam convencer a vítima e os outros de que eles é que são as vítimas.

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Negar algum delito ou crime

Quando é pego cometendo algum delito ou crime, o gaslighter tenta fazer com que a pessoa que o descobriu pense que viu errado, que está sendo completamente injusta.

Menosprezar a capacidade de alguém

O gaslighting é cometido em vários ambientes, inclusive no ambiente de trabalho. Pode ser praticado por um chefe que se nega a dar aumento a um funcionário capacitado, fazendo-o duvidar de sua competência, quando todos os indicadores mostram o contrário.

Gerar submissão

Para “amarrar” uma pessoa a si, o manipulador faz com que ela acredite que, entre outras coisas, que não tem mais condições de tomar decisões sozinha, pois perdeu o discernimento.

Para evitar o abandono

Assim como no filme, o gaslighter manipula o ambiente, conversas, mensagens etc., não apenas para fazer com que a pessoa não confie mais em si mesma, mas para fazer com que outras pessoas acreditem que ela está desorientada e que tem uma sorte tremenda de ter alguém tão paciente e dedicado ao seu lado. Isso pode acontecer quando o manipulador sente-se ameaçado de abandono.

Há várias outras razões que levam algumas pessoas, geralmente  homens, a manipular o sentido de suas vítimas.

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Como saber se estamos sendo vítimas de Gaslighting

Aqui vai uma lista de sinais que indicam que você pode ser uma vítima;

– Ouvir com frequência frases como “Isso é coisa da sua cabeça”, “Você está imaginando coisas”, “Você anda sensível demais”, “Você está enlouquecendo”, quando você tem certeza do que viu, ouviu, pelo menos inicialmente;

– Medo de errar ao tomar decisões sozinha;

– Ficar se questionando se não está exagerando nas reações, se não está sendo emotiva demais;

– Apesar de tudo estar aparentemente bem, você não se sente feliz;

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Desculpar-se o tempo todo para o companheiro;

Ficar justificando as ações dele perante sua família e amigos;

Duvidar que é boa o bastante naquilo que faz, apesar de tudo indicar que sim;

Sentir-se constantemente confusa sobre si mesma e desorientada sobre acontecimentos;

Sentir-se culpada pelos problemas da relação.

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Se perceber sinais como os descritos acima, busque orientação psicológica relatando tudo o que você passa no relacionamento. Um olhar de fora, ainda mais se for clínico como o de um especialista, pode dar um norte para a sua vida e ajudá-la a sair desse ciclo de abuso.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.