Precisamos de 4 a 12 abraços por dia para melhorar nossa saúde, dizem os especialistas

Os benefícios do contato físico são surpreendentes! (E nos dão muito mais que felicidade.)

Adriana Acosta Bujan

Preciso de um abraço, de um beijo e de carinho“. Você provavelmente já falou algo assim em mais de uma ocasião, buscando alívio para algum sentimento, como dor, solidão ou tristeza. Pois, inconscientemente, sabemos que o contato físico pode mudar nosso estado de ânimo.

Muitas pessoas têm o costume de expressar seus sentimentos através de abraços, beijos e afagos, pois é a forma como demonstram empatia pelos demais. No entanto, a sociedade de hoje assinalou certa distância no que diz respeito ao contato físico; seja pelo uso da tecnologia ou por crenças diferentes. Isso faz com que as pessoas percam os benefícios produzidos pelo contato físico.

Quer goste ou não de contato físico, você deve saber que essa primeira necessidade surge após o nascimento, com a nossa mãe, por isso, quando você recebe um tapinha nas costas, um grande abraço ou alguém segura as suas mãos, você se sente protegido, amado e feliz.

O doutor Dacher Keltener desenvolveu um estudo que explica que o contato físico pode nos trazer equilíbrio emocional e melhorar nossa saúde, pois é a principal linguagem da compaixão, do amor e da gratidão.

Como funciona o nosso cérebro com contato físico?

A pele é uma extensão do nosso sistema nervoso, ela emite sinais para o cérebro. Portanto, quando somos tocados, a produção do hormônio cortisol (estresse) diminui, resultando em maior produção de serotonina, dopamina e ocitocina (hormônios conhecidos por nos dar felicidade e bem-estar).

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De que forma o contato físico pode beneficiá-lo?

Melhora a autoestima

O conceito que temos de nós mesmos é conhecido como autoestima. Ela é formada desde a infância, criando vínculos afetivos com nossos pais e modificada por experiências ao longo da vida.

Qualquer contato físico, como um abraço ou um afago, faz aumentar a sensação de segurança e autoconfiança, fazendo-nos sentir amados e especiais, contribuindo, inclusive, para a ideia de melhorar nossa atitude diante do medo, conforme publicado no Journal of Science Psychology.

Melhora a saúde

A American Psychiatric Association mostrou que o contato físico causa a redução do hormônio cortisol, que é o que causa estresse. Quando você recebe alguma demonstração de contato físico afetivo, o cérebro produz os hormônios da felicidade, regulando a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, favorecendo o sistema imunológico.

Assim, seus níveis de ansiedade, angústia ou preocupação serão reduzidos, fazendo você se sentir muito melhor, pois as defesas do seu corpo são ativadas e você poderá se recuperar de alguma doença.

Diminui a percepção da dor

Reduz a tensão muscular, causando uma sensação de relaxamento. Por isso, quando nos sentimos tristes, buscamos um abraço da nossa família, de amigos, pessoas próximas e até desconhecidas. Os abraços são capazes de fazer-nos sentir melhor e confortar qualquer pessoa, mesmo a mais fechada.

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Melhora o humor

Em algumas terapias para tratar depressão e ansiedade, foi incorporada a chamada Abraçoterapia. Ela reduz sentimentos de raiva, solidão, isolamento, frustração ou qualquer distúrbio emocional. Além disso, é importante ressaltar que precisamos de 4 a 12 abraços por dia para nos sentirmos melhor.

Mais empatia

Um toque sutil, como um carinho ou um tapinha nas costas, gera a possibilidade de empatia, amor e compaixão pelos outros. Ajudando-nos a favorecer nossas relações sociais, criando laços de confiança. As pessoas que usam contato físico, são consideradas, inclusive, mais honestas.

Comunica sentimentos sem o uso de palavras

Algumas pessoas não são boas com as palavras, portanto, recorrem ao contato físico para expressar seus sentimentos. Através de um abraço, de um carinho ou, simplesmente, de dar as mãos, elas podem fazer com que os outros sintam seu entusiasmo, alegria, tristeza, ternura, apoio, raiva ou desejo. Conseguem se comunicar de forma assertiva, sem precisar dizer uma palavra.

Descubra diferentes formas de contato físico

Abraços

Abraço clássico: é aquele dado ao chegar e se despedir; transmite satisfação, bondade, simpatia.

Abraço com o contato visual: é mais íntimo, deixando um forte impacto sentimental ou emocional.

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Abraço de companheirismo: é usado para reforçar os laços afetivos de amizade.

Beijos

Beijinho de esquimó: é o contato de nariz com nariz, refletindo afeto; comum em algumas culturas.

Beijo na testa: transmite a sensação de admiração, respeito, ternura e proteção.

Beijo romântico: pode ser dado na orelha, pescoço, boca; expressa nosso desejo, intimidade e amor pelo cônjuge.

Beijo na bochecha: geralmente dado ao cumprimentar ou dizer adeus a alguém; demonstra amizade ou o desejo de criar empatia.

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Beijo na mão: demonstra elegância, educação e respeito.

Segurar as mãos

Para conduzir: é o usado quando você tem filhos para guiá-los e ensiná-los.

Aperto de mão: transmite honestidade, confiança e companheirismo.

Íntimo: acontece no casamento; demonstra confiança, amor, respeito, carinho, etc.

Tapinha nas costas

Forte e com repetições: é um gesto sincero que transmite reconhecimento e felicitações.

Fraco e com repetições: reflete empatia, compaixão, apoio e segurança.

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Só uma palmada: transmite motivação, coragem e esforço, “Vá em frente, você consegue!”.

Carícias e afagos

Carícias de amor, de apreço e lisonja: é feita no cônjuge, nos familiares e filhos. Geralmente, os cabelos, o rosto ou os  joelhos são tocados. Expressa amor e ternura.

Cócegas: favorecem os laços emocionais, além dos efeitos terapêuticos do riso.

Lembre-se: o contato físico não tem a ver com intimidar ou desrespeitar as pessoas. Pelo contrário, transmite apoio, confiança e amor, o que nos fará sentir bem, e melhora nossas emoções e saúde.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger do original Necesitamos de 4 a 12 abrazos diarios para mejorar nuestra salud, dicen los expertos

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Adriana Acosta Bujan

Adriana Acosta estudou comunicação, é mãe de um adolescente, e atualmente se dedica em ensinar e pesquisar em nível universitário em Puerto Vallarta. Publica seus textos esperando que ajude as pessoas com suas vivências úteis.