Pessach e Páscoa cristã: 7 paralelos entre Moisés e Jesus Cristo

A primeira Páscoa, o Pessach, foi um prenúncio do que vira ser, muito tempo depois, o evento mais importante de todos os tempos.

Erika Strassburger

Alguns séculos depois da morte de José, o segundo homem mais importante do Egito, em cujas mãos o faraó entregou a administração de todos os negócios do Egito, nasce Moisés sob o reinado de um faraó que não conhecia José (Êxodo 1:8). É incompreensível como apagaram os feitos de José da história do Egito depois de ele ter salvo toda aquela terra da morte pela fome.

Na época de Moisés, os israelitas – descendentes de Jacó (Israel), que veio ao Egito com sua família sob a proteção de José e do próprio faraó – haviam se multiplicado enormemente e passaram a ser vistos como um perigo iminente. Para mantê-los sob controle, o faraó impôs cargas de trabalho pesadas sobre eles (Êxodo 1:11).

Em meio a esse cenário, nasce um menino que traria libertação ao povo do convênio, e que, desde muito pequeno, passaria por situações semelhantes às que o Salvador Jesus Cristo passou. Embora Moisés tenha sido “apenas” um profeta, comparado com a grandiosidade da natureza de Jesus, sua vida e missão foi um protótipo da vida e missão do Salvador. Veja alguns paralelos:

1. Infanticídio

É inacreditável que um governante ordene algo tão desprezível e cruel quanto o assassinato de criancinhas, mas isso aconteceu tanto na época do nascimento de Moisés (Êxodo 1) quanto na de Jesus Cristo (Mateus 2:16). Em ambos os casos, foi ordenada a morte apenas de meninos.

Mas por quê? O novo testamento conta que Herodes soube a respeito do nascimento do “rei dos judeus” e Salvador, e certamente não iria querer dividir seu trono com ninguém.

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Quanto ao faraó da época de Moisés, além de querer refrear o crescimento na nação hebraica, é bem provável que ele também tenha ficado sabendo que os israelitas aguardavam um libertador (Gênesis 50:24). Se não, não teria ordenado a morte apenas de meninos.

2. Protegidos no Egito

Moisés foi escondido por sua mãe durante três meses depois de nascer (Êxodo 2:20) e acabou sendo adotado pela filha do faraó. Embora já vivesse no Egito e estivesse na mira do faraó, ironicamente acabou sendo protegido pela família do tirano.

José, por sua vez, recebeu a visita de um anjo dizendo fosse com sua família para o Egito, onde ficou até a morte daquele que queria matar Jesus.

3. Pastores

Ao fugir para Midiã, depois de ter matado um egípcio, e ter se casado com Zípora, Moisés se tornou pastor do rebanho do sogro, Jetro. Um dos títulos de Jesus Cristo é “Bom Pastor”.

4. Do cativeiro à terra prometida

O Senhor enviou Moisés para tirar o povo daquela situação de escravidão e conduzi-los à terra prometida, Canaã. Jesus cristo foi enviado à Terra para livrar o povo do cativeiro do pecado e da morte, e conduzi-lo à terra prometida celestial.

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5. Jejum de 40 dias

Moisés absteve-se de pão e água durante 40 dias (Êxodo 34:28) em preparação para lavrar as tábuas contendo os dez mandamentos. Jesus Cristo retirou-se para o deserto durante 40 dias para jejuar em preparação para o seu ministério, que lhe exigiria muita resistência física, espiritual e mental.

6. Maná do céu e “Pão da Vida”

Miraculosamente, o Senhor fez chover pão (maná) dos céus e enviou codornizes para alimentar os hebreus em sua peregrinação no deserto. Jesus também proveu alimento de maneira miraculosa ao multiplicar pães e peixes e alimentar uma multidão faminta.

Mas o paralelo mais importante, neste caso, relaciona o maná ao próprio Salvador. Ele mesmo explica em João 6:48-51:

Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.”

7. O Cordeiro sem mácula

Para proteger os primogênitos da morte, o Senhor disse a Moisés que orientasse o povo a passar sangue de “cordeiros sem mácula, machos de um ano”, nas “ombreiras, e na verga da porta”, além de comer sua “carne assada no fogo, com pães ázimos e com ervas amargosas”. Todos aqueles que o fizeram tiveram seus primogênitos protegidos do anjo destruidor.

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Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus, o cordeiro imaculado (sem pecado) que verteu Seu precioso sangue e entregou a vida para nos salvar do pecado e da morte. Graças ao seu sacrifício, todos iremos ressuscitar (imortalidade). E aqueles que escolherem segui-Lo podem ser purificados de seus pecados e voltar a viver com Deus (vida eterna).

Poucas horas antes do início de seu sacrifício expiatório, Jesus Cristo instituiu o Sacramento (ou Santa Ceia):

“E tendo dado graças, partiu o pão e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.  Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.” Esta é uma ordenança da qual devemos continuar participando em lembrança do Senhor Jesus e “para nos conservarmos limpos das manchas do mundo”, ou seja, para a remissão de nossos pecados.

Com a proximidade da Páscoa, vale a pena também recordar o Pessach, que nada mais é do que um símbolo da verdadeira Páscoa que viria: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (I Cor. 5:7) Esse evento mostra o quanto Jeová amava aquele povo, como gostaria que eles O conhecessem melhor e compreendessem Seu Evangelho. Queria também prepará-los para que O reconhecessem quando viesse à Terra e se sacrificasse por eles.

Leia também: Entenda por que a Páscoa deveria ser ainda mais importante que o Natal para os cristãos

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.