Perdoar a si mesmo é a melhor prova de amor que você pode dar

Amar é perdoar, e o amor mais forte que você pode professar é aquele que sente por si mesmo.

Erika Otero Romero

Os grandes conhecedores da educação infantil nos ensinam muito a tratar e educar nossos filhos com amor. Muitas vezes, ouvimos que o abuso físico deixa feridas na alma de uma criança, ou que palavras ofensivas diminuem a autoestima de seu filho. Você sabe que é verdade porque, se você cresceu tendo pais rígidos, provavelmente não quer tratar seus filhos da mesma maneira.

Pois bem, se essa é a maneira correta de criar e educar um filho, por que você não aplica a educação com amor a si mesmo?

É fato que podemos nos tornar muito cruéis com nós mesmos. Nós nos criticamos, pressionamos e maltratamos de uma forma que não faríamos nem com nosso pior inimigo. Se somarmos a isso o fato de que muitas vezes tomamos decisões que sabemos que vão nos causar danos, acabamos ficando ainda mais prejudicados.

Pode ser que você veja esse tipo de “autorrepreensão” como forma de se tornar uma pessoa melhor, e embora a intenção não seja ruim, a ação, por si só, é. Isso porque essas “repreensões” causam feridas emocionais difíceis de curar.

Aprendemos errando

É inevitável que os seres humanos cometam erros. É assim que você aprende a não cometer o mesmo erro novamente. O problema surge quando, por teimosia, orgulho ou “cegueira emocional”, você insiste em seguir o mesmo caminho que o levou ao fracasso.

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Alguns casos comuns:

– Ficar em um relacionamento tóxico porque você não vê o quão cruel essa pessoa é com você.

– Manter um vício que você vê claramente que está prejudicando seu corpo.

– Perder o controle facilmente.

– Não colocar limites nos outros.

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Essas são ações que claramente não lhe fazem bem, mas por não saber como eliminá-las ou lidar com elas, você permite que elas destruam sua repetidamente autoestima.

A boa notícia é que nunca é tarde para aprender a maneira correta de enfrentar essas situações; quanto mais rápido você fizer isso, melhor para você.

A maneira certa de perdoar a si mesmo

Sempre que precisar se corrigir, faça-o com amor. É sempre possível se perdoar pelo mal que você causa a si mesmo, mas é preciso ter em mente a necessidade de ser humilde, compassivo, paciente e, acima de tudo, ter muito amor-próprio.

Lembre-se de que você não pode amar outro ser humano se não começar amando a si mesmo.

Como desenvolver amor-próprio?

A primeira coisa que você deve fazer é enxergar o “copo meio cheio”. Será sempre mais fácil ver as falhas em você, mas e se você tentar olhar primeiro para suas qualidades e características mais positivas?

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Primeiro o que é bom

Por exemplo: fique na frente de um espelho e comece a se olhar com atenção. Observe seu rosto, detalhe por detalhe, até chegar aos pés. Em seguida, faça uma lista mental das coisas que você mais gosta em si mesmo (a): olhos, boca, sardas, orelhas ou cabelo. Faça esse processo até terminar todas as partes do corpo.

Então agradeça por seu corpo funcionar bem e ser saudável. Se você sofre de alguma doença crônica ou permanente, como diabetes, continue apreciando o processo do seu corpo e o fato de que ele luta para se manter de pé apesar da doença.

Depois de realizar esse processo, vá para o aspecto pessoal e faça o mesmo processo. Procure suas qualidades e aspectos mais fortes, valores e princípios incluídos. Faça uma lista do que você sente que o tornam único e especial. Mais uma vez, depois de tê-lo feito, agradeça por se manter firme na dificuldade, por ser forte e lutador, pois quem o critica não tem o direito de fazê-lo, simplesmente não sabe o caminho que você teve que percorrer para chegar onde está.

Após o processo positivo de encontrar seus pontos favoráveis, vamos para a parte que gera mais dor.

Depois, o que não é tão positivo

Assim como fez com suas qualidades, faça uma lista das coisas que você sabe que o machucam; também pode incluir aqueles aspectos que seus familiares e amigos mais próximos lhe disseram para abandonar, pois eles sabem que você só está se prejudicando com isso.

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Quando já tiver essa lista, analise o que está fazendo com que não consiga ou não tenha coragem de deixar de ser assim, ou de abandonar aquele relacionamento nocivo ou aquele vício.

Pense: o pode fazer para se afastar daquele amigo ruim ou amor ruim? O que pode fazer para superar esse vício? Como se controlar mais e evitar essas explosões de raiva? Analise cada aspecto que o afeta e, por reação em cadeia, prejudica aqueles que estão próximos a você.

O processo

Deixe-me dizer-lhe que abandonar maus hábitos ou relacionamentos prejudiciais requer muita força de vontade. Por isso é importante estabelecer pequenas metas de curto prazo. Por exemplo:

Digamos que um de seus pontos fracos seja ser muito explosivo. As pessoas o irritam com muita facilidade e você explode em insultos. Mas quando a raiva passa, você percebe o erro e se sente muito mal. O que você faz a seguir é repreender-se com xingamentos ofensivos.

Em vez disso, estabeleça metas. Isso requer que tudo o que fizer, você faça conscientemente. Se o incomodarem, você tem duas opções: se afasta para evitar a reação que virá, ou reage, mas não de forma rude. Você pede respeito e se afasta para não estimular o desejo dos outros de ver você tendo um acesso de raiva.

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Acredite em mim, qualquer opção que você escolher será melhor do que ter uma explosão de grosseria ou gritaria.

O mesmo serve para o caso de você querer parar de fumar ou sair de um relacionamento tóxico. Para se reeducar e se dar mais amor, você precisa aprender a se amar mais e se perdoar. Só assim irá conseguir curar suas feridas emocionais.

Posso dizer a você que funciona, porque eu coloco em prática comigo mesma. Tenho certeza de que se existe alguém que pode ajudá-lo a mudar para melhor, essa pessoa é você.

Desejo-lhe, como sempre, o melhor.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Perdonarte es la mejor prueba de amor que te puedes dar

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.