Para criar filhos felizes, você deve desistir de ser um pai ou mãe padrão

Não há tarefa que requeira mais de nós do que ser pai ou mãe; todos esperam algo diferente de você, incluindo você mesmo.

Erika Otero Romero

Está certo quem diz que trazer filhos ao mundo é fácil. O que essas pessoas ignoram é o fato de que criá-los requer muito dos pais.

Tornar-se pai ou mãe requer bastante sacrifício. Muitas mães desistem dos estudos, dos sonhos e objetivos porque querem dar ao pequenino coisas que não tiveram na vida. O que acontece, basicamente, é que a vida que elas conheciam muda completamente a partir do nascimento da criança.

Do ponto de vista do filho, ser mãe ou pai parece muito diferente. Vemos nossos pais como heróis que podem fazer qualquer coisa; entretanto, a situação assume outra perspectiva quando se é o pai ou a mãe.

Não desejo ser dramática ao expor a situação dos pais dessa perspectiva; no entanto, é hora de pararmos de romantizar a paternidade. Está longe de ser um conto de fadas; se você é mãe ou pai, sabe que estou coberta de razão sobre isso que estou expondo.

Por exemplo, é horrível ter de suportar críticas de terceiros que acham que fazem as coisas melhor do que você, confrontar “especialistas” que viram “de cabeça para baixo” tudo o que você acreditava ser verdade. Você fica tão confusa que não sabe o que fazer. Então, você apenas se deixa levar por seus instintos e ora para dar certo.

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Há algo que eu gostaria de lhe dizer: não tenha medo, nenhuma criança vem com manual de instruções; o que elas fazem, à medida que crescem, é dizerem o que precisam de você. Aprenda a “ler” as necessidades de seus filhos e tente supri-las. Lembre-se de como você foi criada; e não faça com seus filhos o que gostaria que seus pais não tivessem feito com você. Implemente técnicas e vá fazendo modificações conforme for necessário. E, por último, desfrute a aventura.

Coisas a que você renuncia quando embarca na aventura de ter filhos

Há muitas coisas das quais uma pessoa precisa abrir mão quando tem filhos. Também há vários aspectos que devem ser cultivados em favor dos filhos. Sendo assim, listarei alguns a seguir:

1. Renunciar à impaciência

O que pais e mães mais precisam é ter paciência. Você vai ficar morrendo de raiva várias vezes ao dia. Seja por eles serem muito levados ou simplesmente por serem teimosos.

Em algum momento, você terá que se esconder em um cômodo da casa, respirar fundo e orar para não começar a gritar para se fazer ouvir. É o melhor que você pode fazer, porque não quer se sentir mal por gritar com eles, quando pode corrigi-los com calma, mas com rigor.

Quando você cai na armadilha dos gritos, seus filhos aprendem a ter medo de você em vez de respeito. Eles só irão respeitá-la quando mostrar que “é você quem manda”. Fale com clareza e diga-lhes, com calma, que da próxima vez que não obedecerem, eles vão conhecer as consequências de sua indisciplina.

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2. Renunciar à privacidade

Esqueça aqueles cinco minutinhos para descansar ou ficar na cama pela manhã; sua cama será invadida por crianças, de vez em quando. É possível que até no banheiro você não tenha sossego, pois até lá eles irão procurá-la.

Seja por terem ficado doentes ou por estarem atrasadas com alguma tarefa escolar, enquanto são pequenas, as crianças vão precisar de sua orientação, ajuda e consolo; e assumir isso é sua responsabilidade.

3. Soltar o controle

Faça um esforço para não querer ter tudo à sua volta sempre sob controle. Com as crianças em casa, você deve ser o mais flexível possível porque, se uma regra não funcionar, você deve implementar outra.

Não tente forçá-los a comer; relaxe e espere até que fiquem com fome para oferecer o que sobrou do almoço. Não brigue na hora de dormir; explique que, se eles não dormirem na hora certa, terão que se levantar cedo para ir para a escola do mesmo jeito.

Dê a eles a chance de escolher o que vestir ou comer. Dê-lhes pequenas responsabilidades de acordo com sua idade, e quando se recusarem, diga-lhes que foram eles que escolheram. Eles aprenderão a escolher com mais sabedoria.

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Soltar o controle e dar-lhes alguma responsabilidade irá deixá-la mais relaxada e evitará que você fique chateada desnecessariamente.

4. Dizer “adeus” à culpa

O sentimento de culpa só será produtivo se você perceber que errou em alguma repreensão dada ou foi injusta; ou seja, é útil para corrigir o caminho. O que é inútil, é se sentir culpada por esses pequenos agrados que você faz para si mesma sem envolver seus pequeninos.

É justo dar-se ao luxo de, de vez em quando, tomar um sorvete às escondidas, assistir a um filme que você queria tanto ver, mas acabou adiando para que eles pudessem ver o filme favorito deles.

Você merece essas pequenas recompensas. E não se sinta culpada, pois todo ser humano merece ser feliz mesmo que seja com pouco.

5. Esquecer os medos da infância

Sua infância se passou em outros tempos, muito diferentes. É infrutífero tentar comparar o passado com o agora. O que deve fazer é implementar algumas táticas que seus pais usaram que funcionaram com você. Tire da cabeça todas as lembranças prejudiciais e curta a infância de seus filhos.

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Brinque com eles, conte-lhes histórias, dance e cozinhe com eles. Deixe-os sonhar e fortalecer suas habilidades. Dê a eles as oportunidades que, talvez pela alta de recursos, você não teve.

Elimine os velhos medos e permita-se ser feliz; sua família merece.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Para criar hijos felices debes renunciar a ser un papá o mamá de molde

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.