O papel do pai na vida de seus filhos é insubstituível

Os filhos, para crescerem harmonicamente, precisam tanto do pai como da mãe: conseguir isso fará com que cresçam em saudável equilíbrio.

Marilú Ochoa Méndez

Há uns meses, fiz uma balança com o meu filho de 10 anos. Para conseguir isso, primeiro, nós penduramos de um ponto de apoio dois cadarços iguais que deveriam segurar, cada um, um recipiente pequeno. Da simetria e estabilidade de cada um deles dependia que nossa balança funcionasse.

A primeira coisa que fizemos foi tentar bolinhas de gude e moedas. O meu filho queria saber quantas bolas de gude seriam iguais a todas as moedas que ele tinha guardado na semana. Foi, para nós, muito interessante experimentar com diferentes materiais e assegurar que a balança permanecesse equilibrada.

Como mãe, em várias ocasiões, refleti sobre o valor que tem minha contribuição no lar, e o valor que tem a contribuição de meu marido. Ontem, enquanto via curiosa como meu marido é importante para meus filhos, refletia sobre o valor que ambos temos para dar equilíbrio e sustento emocional a nossos descendentes.

Pai e mãe em harmonia dão equilíbrio às crianças

Lembrei-me desta balança de que falei acima. Pensava em como é importante para cada criança que pai e mãe estejam equilibrados em força, participação e apoio, para que as crianças nivelem sua vida, sua percepção do mundo, e cresçam sãs em mente e corpo.

Encontrar esse equilíbrio de força e sustentação não é fácil para os pais, requer muita comunicação, generosidade e uma grande unidade, mas os frutos são notáveis.

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Imagine se um dos seus pés fosse mais curto ou mais fraco que o outro, que difícil seria se mover, avançar! Imagino que, ao carregar um copo de água, seria difícil chegar ao nosso destino sem entornar a maior parte do líquido.

Agora, pense na maravilhosa bênção que é poder contar com suas duas pernas e se mover harmoniosamente. Será que nós, pais, não deveríamos nos esforçar de todo o coração para dar aos filhos esse mesmo apoio emocional? Isso seria conseguido com uma verdadeira sinergia dos papéis de pai e mãe.

Nem sempre se dá ao pai o valor que tem

Por vezes, devido a questões culturais, o papel do pai era ser o chefe máximo do lar, distanciado física ou emocionalmente dos filhos e participando da família através das mães.

No meu caso, por exemplo, minha mãe nos comunicava o que havia discutido com nosso pai, e já sabíamos que quando era indicação oficial vinda dele, não havia nada que fazer. Hoje, porém, nos permitimos repensar esses papéis, e as mães não querem ser as porta-vozes de seus maridos. Queremos uma participação comum, igual.

E no final, não se trata também do que as mães querem, mas da grande necessidade que as crianças têm de serem olhadas, atendidas e impulsionadas por ambos os progenitores.

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Certamente, é da natureza materna entregar vida, os desvelos sua energia e profunda atenção aos filhos, mas eles não precisam apenas de cuidados e ternura, necessitam força, aventuras, impulsos e alguém que os incentive a fazer coisas grandes, e é aqui que entra nosso querido esposo.

A mãe dá à luz filhos, e o pai os ergue

Adoro esta frase pela sua força. Quer dizer que a mãe os dá à luz, os enche de amor, os protege e os nutre, e ao pai cabe pô-los de pé: dar-lhes segurança, desafiá-los e exigir deles que deem o melhor possível.

É incrível como às vezes se desvaloriza, minimiza e ignora o fundamental papel dos pais de família. Exaltam-se as mães que criam os filhos sozinhas, dizendo-lhes que são “pai e mãe” ao mesmo tempo, quando uma mulher, por mais incrível que seja, não pode nunca suprir de maneira completa as riquezas que um homem traz ao lar.

Pode soar politicamente incorreta a afirmação acima, mas quem substituirá em um corpo a falta do pé direito? A pessoa sem esse membro poderia colocar uma prótese, usar uma bengala, andar em uma cadeira de rodas, mas deverá assumir que essa parte lhe falta, e dar o melhor de si para preencher o vazio.

Urge revalorizar o papel do pai na família

A psicóloga clínica espanhola Celia Rodríguez Ruiz diz a respeito que o papel do pai é a base para o desenvolvimento social, pela força que proporciona sua direção e manejo de autoridade no lar. Além disso, afirma que “a ausência de tal papel tem graves consequências em seu desenvolvimento social, emocional e afetivo”.

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Para ela, é obrigação da sociedade em geral “reivindicar este papel paterno, assim como se aclama do papel materno”. E para isso, ela sugere três caminhos:

1 Uma sensibilização da sociedade

O homem, como ser social, precisa de todos. É verdade que uma mãe pode cuidar sozinha do lar, da manutenção econômica e do cuidado dos filhos, mas deveria? Não é verdade que por querer abarcar todo esse universo acaba presa do cansaço e esgotamento, separada afetivamente dos filhos e às vezes cheia de ressentimento?

O desafio da nossa sociedade é reconhecer a riqueza de pai e mãe em igualdade de circunstâncias.

2 Uma mobilização pela igualdade com a mulher

O pai é tão capaz como a mãe de acordar, trocar fraldas, fazer arrotar, aprender a acalmar os primeiros choros, consolar um bebê por uma dor de barriga… Assim como a mãe é tão capaz de prover sustento econômico como o homem.

Quanto perde um pai que assumem que o cuidado dos filhos é responsabilidade só feminina!

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3 Uma nova mentalidade, baseada na corresponsabilidade

Nem só a mãe, nem só o pai, ambos! De nós depende a estabilidade de nossos pequenos, ambos podemos trabalhar juntos, nossos filhos agradecerão.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original El rol del padre en la vida de sus hijos es irremplazable

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Marilú Ochoa Méndez

Enamorada de la familia como espacio de crecimiento humano, maestra apasionada, orgullosa esposa, y madre de seis niños que alegran sus días. Ama leer, la buena música, y escribir, para compartir sus luchas y aprendizajes y crecer contigo.