O luto no divórcio existe e você deve superá-lo: essas 11 dicas ajudarão você a se curar

O divórcio é uma morte da qual você pode renascer mais forte e uma pessoa melhor.

Erika Otero Romero

Cada perda pela qual uma pessoa passa é dolorosa e ela precisa de tempo para se curar e superar. O luto é frequentemente associado à morte; e de certa forma o divórcio é uma morte. Na verdade, é uma morte dolorosa de um casal que um dia prometeu ficar junto até o fim.

Se você experimentou a morte de um ente querido, sabe que a dor sentida é profunda e crônica. É uma tristeza tão pesada que muitas vezes requer da pessoa muita força de vontade para se recuperar, de tão difícil que é.

Quem é mais afetado pelo divórcio?

Não vou mentir para você; o divórcio é assimilado de maneira diferente por ambas as partes. Pode ser que um sofra mais que o outro. Também pode acontecer que ambos sejam muito afetados. Para outros, o divórcio é um “salva-vidas”, uma espécie de mal necessário; caso contrário, a vida teria sido insuportável.

Qualquer que seja a situação, a pessoa que mais sofre experimentará emoções como negação e raiva. Ela se sentirá profundamente triste e desejará consertar a situação, mas, por fim, acabará aceitando. O pior pode acontecer se a pessoa menos afetada recomeçar sua vida amorosa com outra pessoa.

Um aspecto importante em relação ao divórcio é que os homens sofrem mais profundamente. A razão é que, sendo menos inclinados a expressar seus sentimentos, eles sofrem em silêncio. Isso torna o processo de superação mais lento e mais forte; chegando ao ponto de ele ter explosões de raiva ou depressão.

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Não desanime, existe uma maneira de superar o divórcio de forma saudável. Aqui estão algumas recomendações:

1. Aceitação

Toda situação complexa em que vivemos precisa de um ponto de fechamento e mudança. Isso acontece quando você aceita e reconhece que o divórcio é real.

A aceitação e o reconhecimento iniciam a cura. Sim, haverá dor, mas uma dor curativa, pois permite o fechamento emocional e psicológico.

2. Paciência

Você deve ser paciente porque leva tempo para se recuperar desse tipo de luto, pois você viveu durante um tempo com uma pessoa que amava.

É normal que memórias e emoções que machucam apareçam de tempos em tempos; então, sim, você precisará desenvolver paciência para se permitir fechar o ciclo e curar a dor.

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3. Tenha um círculo de apoio

Ter fontes de apoio, como família ou amigos, ajuda você a desabafar e se distrair. Obviamente, devem ser pessoas confiáveis, empáticas e gentis, que toleram bem seu sofrimento. Além disso, elas devem ajudá-lo a dar um basta para que você tenha resiliência e não se afogue em um mar de amargura.

4. Cuidados pessoais

Quando as pessoas estão deprimidas, começam a negligenciar a si mesmas. Elas param de comer ou comem demais; além disso, podem passar a ficar desarrumadas e descuidadas com sua aparência física.

Algo que acontece muito é a pessoa tentar fugir da realidade refugiando-se no álcool ou em drogas psicoativas.

Sob nenhuma circunstância você pode se permitir cair nisso, pois vai piorar sua situação. Durma o que tiver que dormir, coma aquilo que seu corpo precisa. Vá à academia ou se exercite em casa. Não deixe que a dor e a preguiça tomem conta da sua vida.

5. Reconheça o que você sente

Reconhecer o que você sente é aprender a se sentir confortável com sua dor, raiva, amargura ou o que quer que sinta. É nada mais e nada menos do que intelectualizar suas emoções: dar nome a elas. Saber e aceitar quando sente raiva e processá-la. Isso faz com que você se familiarize com sua condição humana e, gradualmente, essas emoções vão sendo curadas.

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6. Identifique o que está além da raiva

Não é segredo para ninguém que muitas vezes sentimos raiva, mas o que pode estar causando esse sentimento é dor ou tristeza. Por isso, saber se sua raiva é fruto da tristeza permitirá que você a resolva e saiba como enfrentá-la.

7. Tempo e lugar para sofrer

A dor e a tristeza do luto causado pelo divórcio podem e vão atingir você nos lugares mais inesperados. Se isso acontecer, reconheça o que você está sentindo e se comprometa a enfrentá-lo em outro momento. E quando esse momento chegar, dê a si mesmo a oportunidade de ficar triste ou chateado, 30 minutos ou quanto tempo precisar. Esses momentos serão o seu “lugar seguro” para sentir e reconhecer suas emoções.

8. Não esconda da sua família o que você está sentindo

Quando vivenciam o divórcio, as pessoas são tentadas a negar seus sentimentos, principalmente aos filhos. Não faça isso.

Se você mora com seus filhos ou os vê de vez em quando, pode ter uma crise de choro na frente deles. Como é de se esperar, eles vão querer saber a razão de estar chorando. Não se censure, converse com eles sobre o que está sentindo. Mas não fale mal do seu ex-cônjuge. Lembre-se de que ele(a) é pai/mãe deles e isso vai apenas jogá-lo contra você e semear ressentimento e dor. Seus filhos não merecem isso.

Eles continuam sendo filhos dos dois e devem estar longe de seus problemas, mas não ignorar seu sofrimento.

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9. Não culpe, perdoe

O perdão não é um favor que você está fazendo ao seu ex-cônjuge para deixá-lo voltar à sua vida; que isso fique claro. É um ato de amor com você mesmo, pois o ajuda a se curar e a não viver com rancor.

Culpar o outro ou culpar a si mesmo pelo que aconteceu não faz sentido, é apenas se revitimizar; você não precisa nem merece isso.

Quando você perdoa e perdoa a si mesmo, o processo de cura é rápido e eficaz.

10. Planeje seu futuro

O divórcio é um desfecho como muitos que ocorrem na vida. Após um desfecho, outro capítulo na vida começa e você tem o direito de planejar outro que seja brilhante.

Quando foca a atenção em seu futuro e em planos prováveis, você desvia a atenção da dor e se concentra em algo produtivo: seus objetivos e sonhos.

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11. Dê a si mesmo uma chance no amor, mas na hora certa

Você não ganha nada tentando curar a dor do divórcio com um parceiro atrás do outro. Fazer isso é piorar ainda mais a situação. Primeiro, encaregue-se de se curar para não acabar sobrecarregando um parceiro em potencial de amargura dessa separação. Seu novo relacionamento merece ser saudável, estável e próspero.

Fechar um ciclo doloroso de forma saudável lhe deixa grandes ensinamentos e torna você um ser humano melhor. Lembre-se, o verdadeiro amor deve começar por você.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original El duelo en el divorcio existe y debes superarlo: estos 11 consejos te ayudarán a sanar

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.