Não faça com que seus filhos sejam incapazes

Quando você é superprotetor com seus filhos você os torna incapazes de se defenderem sozinhos.

Francia Benson

Lembro-me de uma mãe superprotetora que fazia as tarefas para seu filho. Uma vez eu perguntei se não seria melhor ensinar a ele como fazer e orientá-lo. Ela respondeu que ela preferia fazer as tarefas e quando ele crescesse as faria sozinho. O tempo passou, ela continuou fazendo as tarefas do filho e desta vez a desculpa foi que ele não sabia fazê-las e não queria reprovar a matéria.

Os filhos são como pequenos pedaços de argila. Nós pais somos os artesãos, nosso amor por eles pode moldá-los de muitas maneiras. Tem pais que se equivocam em como dar esse amor pensando que ao fazer a vida dos filhos mais fácil eles estão demonstrando seu amor. Esta jovem mãe ao querer evitar que seu filho tivesse a responsabilidade de realizar tarefas não lhe deu as ferramentas necessárias para que ao crescer ele pudesse utilizá-las e fazer suas tarefas sozinho. Não apenas o tornou dependente, mas também roubou um conhecimento ao qual ele tinha direito.

O sábio provérbio chinês diz: “Dê um peixe a um homem e você o alimentará por um dia, ensine-o a pescar e o alimentará para o resto de sua vida”. Ensine seu filho a cuidar de si mesmo. A ter habilidades, o conhecimento e a experiência necessária para poder enfrentar as provações da vida. Se você sempre der o peixe a ele quando você não estiver mais por perto ele morrerá de fome, ensine-o a pescar e ele irá sobreviver. Quando somos superprotetores com os filhos nós os tornamos incapazes de se defenderem sozinhos. Isso cria neles inseguranças e dúvidas sobre sua capacidade. Causa uma baixa autoestima porque não puderam provar sua competência e habilidades. Não sabem o que podem fazer e não se conhecem.

Os pais superprotetores não permitem que seus filhos solucionem seus próprios problemas. Eles o solucionam. Como resultado, as crianças não aprendem a superar seus problemas, o que os afeta socialmente e em todos os aspectos de sua vida. A insegurança é tal que eles não conseguem tomar decisões. Uma decisão trivial para eles representa algo grande e lhes causa estresse. Ao crescer deixarão que outros decidam por eles piorando sua insegurança.

Um jovem de 23 anos ficou doente e pediu para que sua mãe ligasse para o trabalho para dispensá-lo, como a mãe sempre havia feito com seus professores. Ele não aprendeu a falar com seus semelhantes, para se desculpar ou explicar-se. Seu comportamento era o de um adolescente, completamente dependente de seus pais e sem saber o que queria. Não tinha nem ideia de como gerenciar sua vida. Quando finalmente conseguiu descobrir o que queria fazer, pediu permissão a sua mãe para entrar para uma academia de detetives policiais. Como esperado, ela recusou a permissão. Nessa idade já era um adulto, não teria que pedir consentimento dos pais, mas essa é a forma como as pessoas se comportam quando foram superprotegidas.

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A depressão é uma consequência da superproteção. Ao sentir-se inseguro e ter uma autoestima baixa se vê submergido em uma tristeza profunda. Os pais que superprotegem o fazem para evitar que seus filhos sofram, talvez consigam isso temporariamente, mas pioram no futuro. Os filhos têm o direito ao erro, à tomada de decisões próprias e ao conhecimento através da experiência.

Molde seus filhos para que aceitem sua autonomia e para que aprendam a lidar com a frustração. Lembre-se que crescer envolve a conquista de realizações. Deixe-os crescer e alcançar as conquistas que cada etapa de suas vidas traz. A melhor forma de demonstrar o amor é transmitindo confiança aos filhos, ajudá-los a encontrar soluções para seus problemas, mas não solucioná-los por eles. Deixá-los sofrer as consequências de suas decisões e atos. Isso irá treiná-los para poder enfrentar a vida como pessoas independentes e qualificadas.

Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original No incapacites a tus hijos, de Francia Benson.

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Francia Benson

Francia formou-se na Universidade de Utah em Comunicações e Periódicos, além de possuir licenciatura em Artes Visuais. É casada e tem um filho.