Mulher, exorcizar seus próprios demônios deveria ser seu principal objetivo

Você é dona de si mesma; por isso aprenda a conhecer-se e a fazer as mudanças necessárias para avançar e não ficar estagnada.

Erika Otero Romero

Crescer e ser a melhor versão de nós mesmas, deveria ser uma das metas principais de toda mulher.

É um fato que todos mudamos com o passar dos anos; ainda assim, no mais profundo de nosso ser continuamos sendo as mesmas. Somos iguais em nossos valores e princípios; é necessário que assim seja porque são eles que fundamentam nossa estabilidade. Esses valores e princípios são indeléveis e mantêm-nos em pé nos momentos de adversidade.

No entanto, há situações que muitas vezes preferimos manter por medo da mudança; porque é melhor seguir no mesmo embora nos adoeça ou nos faça infelizes.

Às vezes, mudar é voltar às nossas raízes, respeitar e amar a nós mesmas

Vou dar um exemplo com o qual talvez se identifique, quer se trate da sua própria história ou da de outra pessoa.

Há uns anos, conheci uma pessoa que me pôs o mundo de pernas para o ar. Era, talvez, a primeira vez que me apaixonava por alguém que me correspondia e isso fez-me sentir especial.

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Como toda relação, começou sendo um sonho, mas com o tempo foi me mudando a um ponto onde não me reconheci. Em questão de quatro anos perdi a mulher que eu era. Passei de alguém centrada e feliz, com valores e princípios sólidos, a uma mulher preocupada, nervosa e ciumenta que perdeu seu norte por alguém que jamais a amou realmente. Foram quatro anos de tortura emocional a que eu voluntariamente me submeti.

Quando tudo acabou, tenho que ser muito honesta, foi um alívio. Não posso dizer que doeu, já tinha doído muito por anos; pelo contrário, foi um alívio, uma espécie de liberação mental e emocional que hoje não termino de dar graças por ter-me libertado.

Depois que aquela relação acabou, tive que começar a juntar meus pedaços. Junto dele mudei muito e não de uma maneira boa; assim, tinha que lutar para tirar de mim tudo o que não gostava, praticamente me reconstruir desde os alicerces. Não vou enganá-la, isso me levou anos, mas progressivamente estou conseguindo.

Mudar é bom, desde que seja para o bem

Todos já lidamos com profundas feridas emocionais. Estas, como as físicas, deixam cicatrizes e ensinamentos. A diferença é que muitas vezes os ensinamentos que deixam as feridas emocionais não são vistos como degraus para avançar, mas geram desejos de vingança e muita amargura.

Quando uma pessoa permite que sua alma se contamine com tão maus sentimentos, progressivamente se perde de si mesma. Quando alguém está assim tão ferido, é capaz de fazer coisas abomináveis contra os outros, o que acaba por magoar ainda mais.

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Sim, reconheço que a princípio a única coisa em que se pensa é em cobrar o que lhe fizeram; apesar disso, quando se pode dominar essa parte instintiva, cada um compreende que o melhor para si, é aprender com o que aconteceu e seguir em frente.

É aqui que você usa todas essas cicatrizes morais como degraus para atravessar os muros do seu próprio ego. Essa é a maior diferença entre alguém que escolhe fazer o certo e quem prefere morrer de amargura.

Escolher sempre é uma opção, e se você deseja viver com paz mental, sabendo que você é forte, você terá uma boa vida; uma melhor do que se você optar por prejudicar os outros.

Você é capaz de reconhecer quando precisa se reconstruir?

Todos somos capazes de fazê-lo. A situação é que -lamentavelmente- necessitamos estar no fundo do poço para querer sair. É o que acontece com as pessoas que sofrem de dependência ou que vivem em relações abusivas.

Se você tem um familiar que sofre de vício, saiba que só haverá uma mudança real quando ele sentir que não pode mais. É o mesmo quando uma pessoa vive uma situação de maus-tratos constantes. Elas sabem que sofrem, que são infelizes; no entanto, o medo as domina. É preciso muita força de vontade e coragem para querer sair de uma situação como essa e reconstruir-se.

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O mesmo acontece com muitas das pessoas que sofrem de uma doença crônica. Muitos doentes com diabetes ou doenças cardíacas têm dificuldade em fazer uma mudança na sua dieta e no seu estilo de vida, mesmo que saibam que isso as levará a uma melhor qualidade de vida.

Seja como for, todos somos capazes de reconhecer que merecemos e precisamos de uma mudança; o que falta é ter a vontade necessária para fazer a mudança. A questão é que somos seres que nos adaptamos às diversas situações que a vida nos dá, mas essa adaptação leva tempo; por isso, há tanta resistência à mudança.

Faça-se respeitar, mas antes, respeite a si mesma

Mais que o respeito que exige dos outros, o principal é que se respeite a si mesma. Só se respeitando é que você saberá quando alguém não o faz e será capaz de estabelecer limites. Quando aprendemos a distinguir quais são os nossos limites, é mais fácil evitar pessoas e situações que nos magoam.

No entanto, eventos que a forçam a fazer uma mudança em si, vão aparecer na vida e é aqui que você deve saber que lado escolher, se o do crescimento ou o da amargura e autolesão.

Posso dizer pela minha própria experiência que quando você decide mudar para melhor, tudo à sua volta começa a melhorar. É por isso que lhe peço que, se sente que precisa mudar alguma coisa na sua vida, não tenha medo. Arrisque-se, porque vale a pena sair de qualquer situação complicada e até voltar para si mesma mais forte, mais bonita. Você merece ser uma versão melhor de si mesma.

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Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Mujer, salvarte de tus propios demonios debería ser tu principal meta

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.