Minipílula não aumenta o alto risco de trombose no pós-parto

Um dos grandes riscos da pílula anticoncepcional é a possibilidade de trombose, principalmente após o parto. Esta pílula vem mudar isso.

Stael Ferreira Pedrosa

Um dos grandes riscos da pílula anticoncepcional é a possibilidade de trombose. Médicos alertam que o risco de uma mulher que não toma anticoncepcional, não está grávida e nem no pós-parto sofrer uma trombose é de 4 para cada 10 mil mulheres. A tendência é que esse índice suba quando a mulher engravida de 4 para 29 a cada 10 mil e 120 para cada 10 mil no pós-parto.

O perigo das pílulas com estrógeno

A pílula anticoncepcional por sua carga hormonal de estrógeno aumenta ainda mais esse risco. E a razão é explicável: deve-se à ação coagulante do estrógeno, que somada à predisposição natural do corpo em produzir coagulantes para evitar hemorragia no parto, aumenta ainda mais a possibilidade de surgirem coágulos ou trombos e as chances de uma trombose no pós-parto, sendo um dos motivos da contraindicação de pílulas com carga hormonal de estrógeno no puerpério.

A contracepção no pós-parto

Geralmente a prolactina, hormônio que favorece a produção de leite, inibe a ovulação diminuindo as chances de engravidar durante o período de amamentação. Porém, é arriscado contar apenas com esse fator para evitar uma gravidez. Por isso os médicos recomendam utilizar algum tipo de contraceptivo que não tenha o estrógeno na fórmula, já que este também afeta o leite materno, interferindo tanto na quantidade quanto na qualidade do leite, diminuindo-o e tornando-o menos nutritivo.

Para ajudar na contracepção durante esses períodos, os médicos recomendam os contraceptivos hormonais como a DIU Mirena e a minipílula, ambos à base de progesterona. Também indicados os métodos de barreira como os preservativos e o DIU que já é colocado no parto.

A minipílula

Contraceptivo oral sem o componente estrogênico, a minipílula tem como princípio ativo a progestina – forma sintética da progesterona e seu principal mecanismo de ação o espessamento do muco cervical, fazendo com que se torne mais espesso e atuando como uma barreira à entrada dos espermatozoides e atuando também no endométrio, tornando-o mais fino e menos propenso ao recebimento e adesão do embrião, dificultando a ocorrência da gravidez.

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Atualmente existem 3 formulações diferentes de minipílula no Brasil, cada uma com uma progestina diferente:

  • Noretisterona 0,35 mcg (nomes comerciais: Norestin, Micronor).

  • Desogestrel 0,075 mcg (nomes comerciais: Cerazette, Nactali, Juliet, Kelly).

  • Linestrenol 0,5 mcg (nome comercial: Exluton).

Quem pode tomar a minipílula?

Os ginecologistas são unânimes quanto à prescrição individual de qualquer medicamento, o que inclui, claro, a pílula e a minipílula. Portanto, pode-se dizer como guia geral que cada mulher deve procurar seu médico antes de tomar qualquer medicamento. Afinal cada uma tem um histórico médico que precisa ser levado em conta.

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Embora seja mais indicada para o período pós-parto, há muitas mulheres que a utilizam normalmente como método contraceptivo habitual, principalmente aquelas mais em risco, pois a minipílula, não traz risco cardíaco e nem tem efeitos adversos como a enxaqueca, ganho de peso e alterações da libido e pode ser usada por fumantes, hipertensas, diabéticas, as que estão acima do peso, porém ainda assim deve ser utilizada sob supervisão médica.

A minipílula tem menos efeitos colaterais que as pílulas comuns sobre o leite materno, no entanto, é possível encontrar resquícios desta no leite. O que ajuda é que a quantidade é insignificante e não altera o leite e nem a nutrição do bebê.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.