Meu filho não quer dividir! O que fazer?

A melhor forma de ensinar um filho é através do bom exemplo. Os pais precisam ensinar seus filhos a serem caridosos e, dessa forma, eles aprenderão o valor de dividir e compartilhar as coisas na vida.

Roberta Preto

Os filhos são cuidados e protegidos por bons pais que os amam. Embora esses atos de amor e esforço sejam refletidos em todos os filhos, às vezes, pode ocorrer do primogênito ou do caçula terem mais dificuldades em aceitar essa divisão de amor e carinho dos pais. Esses tipos de sentimentos egoístas se refletem na hora de compartilhar a atenção daqueles que eles amam e das coisas que eles possuem. Segundo os psicólogos e estudiosos, eles acreditam que esse tipo de comportamento se inicia a partir do primeiro ano de vida da criança e dura por volta dos 6 anos, quando ela começa a se relacionar melhor e a se tornar mais segura de si mesma. No entanto, cabe aos pais se atentarem ao comportamento de cada um de seus filhos e observar a maneira como eles lidam com suas diferenças entre irmãos e amigos da escola, e, acima de tudo, os pais precisam deixar de serem egoístas também, já que são eles os maiores exemplos dos filhos.

Estive participando de uma reunião com uma amiga e lá estava um casal com suas belas filhas, a maior têm 12 anos e a caçula 3 anos. A filha mais velha estava quieta e abraçada ao pai, já a caçula estava inquieta e bagunçava tudo, ela pegava os lápis de cores da bolsa de sua mãe para rabiscar papéis, depois os guardava e alguns deixava cair, também não parava de tagarelar. O pai estava irritado, mas a mãe se mantinha calma. Então, a mãe pegou sua menina no colo e a menina ficou em pé nas pernas dela e apertava as bochechas de sua mãe. O pai, envergonhado com o barulho, apontou o dedo para a criança e mandou que se aquietasse. No entanto, ela se quer deu bola, simplesmente manteve o foco na mãe, aproximou seus olhos nos dela e disse: “Eu te amo de todo o meu coração.” Em seguida, ela puxou a irmã mais velha e com seus braços pequenos abraçou a irmã e a mãe, cada uma com um braço e a três formaram um abraço único. Aquela foi uma das cenas mais lindas que pude presenciar e me fez concluir que aquela menina era muito amada por sua família, por isso ela sabia o que era amar verdadeiramente. Todas as coisas que serão citadas abaixo, se aplicadas, irão ajudar nós pais por um tempo, mas se não ensinarmos nossos filhos como a mãe da história acima ensinou sua filha, a lei que rege o universo, eles irão se tornar egocêntricos e egoístas. Essa lei se chama “amor”, através dela, nossos filhos aprenderão a olhar com amor para tudo o que os cercam. Nenhuma atitude egoísta pode superar o amor, somente o ato de amar e de se doar é o que elimina de qualquer ser humano, seja qual for a idade, atitudes mesquinhas e vazias que todos nós acabamos por adquirir durante nossa jornada terrena. Vejamos alguns passos para nós pais aprendermos a lidar com as atitudes de nossos filhos:

Não o chame de egoísta

Na infância, todas as crianças acreditam em tudo o que sua família diz, e se em algum momento uma mãe acusar seu filho de egoísta porque ele se recusa a dividir uma bolacha com outra criança, isso irá grudar na mente dele como piche gruda na pele. Sabemos que para o piche sair é um processo lento, porque você precisa esperar ele secar para depois removê-lo, o processo é desconfortável e dolorido, o mesmo sucederá na mente de uma criança. O estrago que isso fará na vida de seu filho é tão prejudicial quanto o piche na pele. Seu filho não só terá acreditado que é um egoísta como também terá aumentado seu comportamento egoísta.

Não perca o controle da situação

Crianças que não sabem aceitar um “não” tendem a se tornar adultos egocêntricos e egoístas. Os filhos são muito espertos e se eles descobrem o ponto fraco dos pais, eles irão usar isso contra seus pais todas as vezes que eles desejarem algo e lhes for negado. Então, se seu filho não quer dividir e você insiste e ele como sempre abre “o berreiro” e lá está você cedendo, tenha certeza: Ele já venceu!

Não perca a paciência

O autocontrole é essencial para educar um filho. Se tentarmos ensinar nossos filhos a compartilharem algo, num momento de muito estresse de nossa parte, estaremos descontando neles nossas frustrações, e daremos a eles o mal exemplo de como se conduz uma situação. Provavelmente, não teremos somente filhos que não sabem dividir nada como também estaremos criando crianças que na vida adulta reagirão com agressividade a tudo, porque essa foi a formação que ensinamos a eles.

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Sente e olhe nos olhos deles

Ensinar os filhos de uma forma que eles entendam a linguagem universal do amor não é uma tarefa fácil, porém é essencial para a educação deles. Nós, pais, devemos estar na mesma altura dos filhos e olhar em seus olhos, mostrando a eles o quanto os respeitamos e confiamos na capacidade deles de serem bons e generosos. O respeito que demonstramos agindo dessa forma, mostrará o quanto a atitude positiva deles irá nos orgulhar. Eles irão adotar esse tipo de atitude não só quando estivermos olhando, mas quando eles perceberem que precisa ser feito, pois isso se tornará parte do caráter deles.

Não os obrigue a dividirem

É lamentável quando você vê um pai ou mãe tomando “aos tapas” a bolacha da mão do filho porque ele não quer dividir. E pior ainda é quando esses mesmos pais tomam o pacote de bolacha do filho e dão para outra criança, depois, cheios da “falsa educação” dizem: “Eu lhe avisei para não ser egoísta, você não merece, por isso que dei para ele”. Também existem outros tipos de pais que dizem: “Dê a bolacha para ‘fulano’ ou está de castigo”. Seu filho não só vai passar a odiar você como toda criança que pedir algo para ele, também sentirá que não tem escolhas, apenas obrigações e que tudo gera castigo ou perdas, caso não o faça. Não existe lição mais triste de ser aprendida do que aquelas que nos compelem a fazer, principalmente, quando se trata de crianças e cabe aos pais terem esse cuidado. Os filhos precisam escolher fazer o certo, porque desejam e sabem que é a melhor coisa a ser feita.

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Roberta Preto

Roberta Preto, 33. Formada como tradutora e intérprete, escritora, mãe. Apaixonada pela vida, em uma eterna busca por conhecimento. Espero que minhas palavras possam ser uma luz na vida das pessoas. Sonho em ajudar a humanidade a tornar-se livre da escravidão da ignorância.