Medo do amor? A ciência tem a resposta

Acha que o amor não é para você, porque tem medo de ter uma relação formal? Os especialistas têm uma resposta.

Adriana Acosta Bujan

Ela era uma mulher bonita, inteligente, independente e sociável; sem dúvida, qualquer homem desejaria estar ao seu lado. Muitas vezes, teve a oportunidade de se apaixonar, já que mais de um queria ter um encontro com ela; no entanto, algo estranho se passava já que nunca conseguiu formalizar uma relação.

Dizia que tinha uma maldição, que não tinha sorte no amor e que não nasceu para amar. Apesar do grande exemplo que via em seus pais com mais de 30 anos de matrimônio, era impossível encontrar um companheiro que a fizesse feliz.

Minha amiga não era muito exigente em sua procura, talvez porque se dedicava cem por cento a buscar o amor, convertendo-se em obsessão. Ela tentava uma e outra vez conhecer pessoas, mas sempre escolhia homens infiéis, abusadores, egoístas e narcisistas.

Por suas más experiências românticas, pouco a pouco foi crescendo nela um medo inexplicável de se apaixonar. No final desistiu, terminando isolada e deprimida.

Um medo que não pode ser ignorado

Especialistas afirmam que existe um tipo de fobia a se apaixonar, conhecida como Filofobia. Esse transtorno não só impede que você ame, mas também destrói as relações sociais da pessoa que o sofre. Ocorre uma terrível sensação de mal-estar, pelo que aumenta de forma inconsciente o estresse emocional e físico, a ponto de incapacitar a pessoa e conduzi-la a um isolamento total.

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Regularmente, as pessoas têm medo de se entregar, apaixonar ou formalizar; vivem relações ligeiras, sem compromissos, pois sentem-se vulneráveis ao serem traídas, abandonadas ou feridas. Normalmente nunca falam da sua vida privada e só têm aventuras românticas passageiras.

Quando se encontram com uma pessoa que os atrai física e emocionalmente, de maneira imediata começam a ter ataques de pânico, desordens gastrointestinais, suores, taquicardias, falta de ar e um desejo de escapar da situação.

Pode parecer estranho, já que apaixonar-se é uma das melhores experiências que a vida nos oferece, porém, existem algumas razões pelas quais essas pessoas sofrem desse transtorno. A mais comum é ter experimentado um divórcio, separação ou um processo de desamor doloroso, que não se tenha conseguido superar.

Isto faz com que qualquer nova situação romântica seja um desastre, pois gera um medo intenso de rejeição, abandono e dor.

Uma solução para voltar a amar

Felizmente, nem tudo está perdido, a Filofobia é um transtorno curável, onde a terapia psicológica é fundamental, já que a orientação dos especialistas ensina a encontrar o problema na raiz, canalizando de maneira positiva os pensamentos, crenças e reações em relação à origem que desencadeou a fobia.

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Além da ajuda oferecida por um especialista em saúde, você deve levar em conta que a cura é um processo que leva consigo mudanças de alguns hábitos e costumes, pelo que é importante trabalhar de maneira conjunta (paciente e terapeuta) para conseguir uma cura completa. Portanto, aqui estão algumas recomendações:

1 Não fuja dos encontros românticos

Este é o primeiro passo que você deve analisar e canalizar; quando mais enfrentar seus medos e se expor a eles é provável que consiga superá-los, já que terá uma perspectiva e aprendizagem diferentes em cada nova oportunidade amorosa.

As pessoas que sofrem deste distúrbio começam a ter sintomas de pânico; no entanto, é importante controlá-los usando algumas técnicas de relaxamento como a respiração profunda e inalação. Você também pode ajudar a planejar um encontro romântico em um lugar tranquilo e relaxante, que não seja muito movimentado.

Tenha em mente que, muitas vezes, pensa-se demais nas consequências negativas, mas quando se expõe a seus medos, você se dará conta que suas preocupações e temores não eram para tanto, ao final de contas, desfrutará de uma agradável companhia.

2 O aqui e o agora

Ocasionalmente comete-se o erro de pensar no futuro incerto ou no passado, deixando de lado as experiências significativas que nos dá a vida no presente. Por isso, é recomendável viver a relação dia a dia, sem trazer consigo pensamentos negativos gerados pelas experiências do passado.

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Como dizem os terapeutas, “um dia de cada vez”. Esta frase serve para desfrutar cada momento, sem se preocupar com o que vai acontecer. Lembre-se que cada pessoa é diferente, que somos únicos neste mundo, por isso, não é garantido que a nova relação romântica o fará sofrer.

3 Um passo de cada vez

Você pode sentir-se mal física e emocionalmente ao ter um encontro romântico, mas deve pensar na sua cura e ser paciente, que, aos poucos, conseguirás controlar esses medos. Por exemplo, um grave erro que algumas pessoas comentem é apaixonarem-se perdidamente por alguém que não conhecem bem, que lhes fala bonito e que promete baixar a lua e as estrelas no primeiro encontro.

Tome suas precauções e aja com cautela, dê-se tempo para conhecer a pessoa, sem se entregar de corpo e alma. Assim, você evitará ser ferida e magoada.

4 Comunicação assertiva

Sempre achei que a comunicação fosse a base das boas relações sociais; se souber transmitir uma mensagem clara e eficaz, você terá a empatia das pessoas que ao redor. Aplique sua capacidade de comunicação para partilhar os sentimentos e emoções com o parceiro, dizer-lhe diretamente o que sente, seus medos e receios, fazendo com que a pessoa em questão entenda e compreenda. Se conseguir comunicar-se de forma assertiva, é provável que a tensão emocional diminua e lhe traga mais tranquilidade.

Nunca deixe de lutar pelos seus sonhos. Se você quer ter uma pessoa em sua vida e o medo a paralisa, procure ajuda imediatamente e não ignore isso. Tenha em mente que você é uma pessoa valiosa, inteligente e que tem todo o direito de dar e receber amor.

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Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original ¿Miedo al amor? La ciencia tiene la respuesta

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Adriana Acosta Bujan

Adriana Acosta estudou comunicação, é mãe de um adolescente, e atualmente se dedica em ensinar e pesquisar em nível universitário em Puerto Vallarta. Publica seus textos esperando que ajude as pessoas com suas vivências úteis.