Mãe dá à luz e não permite que o cordão umbilical seja cortado, mantendo o bebê preso à placenta por 5 dias após nascer

Entenda os riscos e por que algumas mulheres estão tomando essa decisão. 

Viviana Dominguez

Dar à luz e não deixar que cortem o cordão umbilical 

Clara Riva, da Austrália, decidiu, juntamente com o marido, não cortar o cordão umbilical quando seu segundo filho nascesse, por dois motivos: eles queriam que o processo de corte entre o umbigo do bebê e a placenta fosse natural, e também porque queriam conservar a placenta por mais tempo para “poder honrá-la”. O artigo publicado no site UpSocl conta como, após 5 dias, o cordão umbilical se desprendeu naturalmente do bebê, o que manteve a placenta até que fosse enterrada sob uma árvore frutífera. 

Nascimento de Lótus, uma novo método de “não cortar” com o cordão umbilical 

O nascimento ou parto de Lótus, consiste em deixar o bebê preso à placenta através do cordão umbilical após o nascimento. 

Os médicos dizem que esse processo leva de 7 a 10 dias e é considerado um estágio de transição. O nome desse procedimento vem da mulher que o descobriu, Clair Lotus Day, da Califórnia, que, não conformada com procedimento natural de cortar o cordão umbilical do bebê, passou a indagar os estudos da primatóloga Jane Goodall, que passou anos observando a vida dos primatas e descobriu o seguinte: 

“A pesquisadora notou que esses primatas não mastigam nem cortam o cordão umbilical para separar seus filhotes e os deixam presos à placenta. Após o nascimento, as chimpanzés se moviam com seus filhotes nas árvores até que o descolamento do cordão e da placenta ocorresse naturalmente.” 

Em 1974, Clair Lotus, acompanhada por sua obstetra, que também estava interessada nesse novo procedimento e fez o parto, pela primeira vez, não cortou o cordão umbilical do bebê, mantendo-o preso à placenta até que se soltasse naturalmente. 

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Os benefícios desse procedimento 

O artigo espanhol Parto ou Nascimento de Lótus esclarece muito bem o único benefício a nível fisiológico: “depois do nascimento do bebê, a placenta continua desempenhando sua função através do cordão umbilical e bombeia até 60 cc. de sangue para o recém-nascido. Segundo alguns especialistas, esse tipo de transfusão natural favorece o bebê em sua adaptação à vida fora do útero e também contém células-tronco de vital importância para a saúde da criança”. 

Na verdade, não cortar o cordão umbilical quando o bebê nasce ou deixá-lo cair sozinho não traz qualquer outro benefício além da transfusão de sangue para o bebê. No mais, esse procedimento é realizado por alguns pais como um processo transicional do bebê com o mundo, menos agressivo e obviamente natural. 

De acordo com os pais que decidiram optar pelo método Lótus, seus filhos tendem a ser mais calmos e felizes. 

Cortar o cordão após o nascimento ou deixar para depois? 

No nascimento, o cordão umbilical pulsa por cerca de 3 a 7 minutos. Quando fica branco é porque parou de pulsar, e é quando normalmente é cortado, embora os médicos costumem fazê-lo dentro de dois minutos após o nascimento. 

Alguns médicos sugerem que se espere até que o cordão pare de pulsar para que o bebê receba mais sangue da placenta, pois isso o beneficiará no primeiro ano de vida e, além disso, é um bom pretexto para manter a mãe e a criança juntas por mais algum tempo. 

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Mas, quais riscos o bebê corre se for mantido preso à placenta por mais tempo? 

Quando isso acontece, os bebês tendem a apresentar uma cor vermelho-púrpura causada pela Policitemia, problema causado pelo aumento de glóbulos vermelhos no sangue, relacionado à ligação do bebê à placenta pelo cordão umbilical. Esse excesso de sangue que causa a policitemia também pode deixar sequelas neurológicas. 

Se optarmos pelo natural, que seja um processo natural 

Pois bem, é claro que não importa muito se você decidir cortar o cordão do seu bebê 2 ou 7 minutos após o parto, o importante é estar sendo assistida por seu médico. E se quiser experimentar algo novo, como o método de Lótus, consulte um especialista no assunto antes tomar essa decisão. 

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger  do original  Madre da a luz y no deja que le corten el cordón umbilical permaneciendo con el bebé unido a la placenta por 5 días luego de nacido 

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