Luto durante a quarentena, como superá-lo?

Encontre neste artigo alguns conselhos para superar a dor da perda e se sentir melhor, apesar da pandemia.

Adriana Acosta Bujan

Sem dúvida nenhuma, a dor pela morte de um ente querido é devastadora, é um sentimento que obscurece nossa razão e sentidos, que nos torna mais vulneráveis ​​e temerosos. É um imenso sofrimento que não desaparece com o passar dos anos e que se torna parte do nosso viver. Quem já passou por isso consegue entender perfeitamente.

Hoje, posso dizer que nós que perdemos nossos entes queridos antes, de uma maneira ou de outra, tivemos sorte e fomos abençoados, pois tivemos a oportunidade de nos despedir de acordo com nossos costumes. Atualmente, isso é restrito devido à pandemia causada pelo coronavírus.

Como se sabe, em muitos países do mundo está proibido realizar velórios e funerais, uma vez que a contaminação pode permanecer latente mesmo após a morte. É algo que os cientistas continuam deduzindo e analisando. É por isso que a dor que as pessoas sentem é muito mais intensa, pois viola suas crenças e tradições arraigadas.

Esta é uma situação que, infelizmente, precisamos superar, pois o número de mortes no mundo aumenta todos os dias. Mas como superar o luto? Como fazer isso se você não teve o tempo suficiente para assimilar a perda?

Um anjo que acompanha você 

É razoável que, ao perder seu ente querido, você se encontre em uma situação estressante, pois o fato de permanecer isolado dificulta o gerenciamento dessa nova situação, pois aumenta o nível de necessidade de contato social, à medida que você procura apoio e empatia dos os outros para evitar se sentir sozinho e abandonado.

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No entanto, você deve saber que seu ente querido se tornou um anjo, que ele cuida de você e o apoia, e que nunca o deixará sozinho, apesar da grande dor que sua alma sente. Talvez você sinta tristeza, medo, raiva ou alguma culpa, mas deve entender que a cura é um processo que levará tempo para assimilar, e isso é conhecido como luto.

Os especialistas fornecem algumas recomendações para lidar com a perda de um ente querido, mesmo em confinamento, o que pode ser útil para ajudá-lo a não se sentir arrasado.

1. Uma despedida diferente

A situação o obrigou a deixar de lado suas tradições e costumes, pois, por enquanto, poucas pessoas podem assistir aos velórios e funerais. É por isso que é recomendável realizar um ritual de despedida diferente, um ato significativo que ajuda você a se sentir em paz consigo mesmo.

Essa despedida fará sentido quando, de uma maneira ou de outra, você conseguir esvaziar seu coração e expressar seus sentimentos mais profundos; Para isso, é recomendável escrever uma carta de despedida , que permita expressar sua dor e tristeza, desejando ao seu ente querido um bom caminho para a paz.

2. Um altar

No México, há uma tradição de fazer um altar para os mortos nos primeiros dias do mês de novembro, que ajuda as pessoas a manterem viva a memória de seus entes queridos e, de alguma forma, a ter uma comunicação espiritual com eles. Portanto, você pode fazer um altar para o seu ente querido como maneira de ajudá-lo a dizer adeus. Consiga flores, velas, fotos, alimentos de que mais gostava e qualquer objeto que seja significativo para você.

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3. Longe, mas unidos

Sabemos que precisamos ficar em isolamento social; no entanto, isso não o impedirá de deixar seus sentimentos fluírem e buscar o apoio emocional de que precisa de pessoas que você ama, como sua família e amigos. Você pode buscar o apoio delas através das redes sociais, com uma videochamada que permita que você se sinta acompanhado.

Para superar o sofrimento, é recomendado procurar maneiras de manter contato com as pessoas à sua volta. Assim, você poderá desabafar e descarregar toda a dor que sentir na alma. Converse com eles, convide-os a fazer alguma coisa para a pessoa amada, como um poema, dedicar uma música ou o que estiver ao seu alcance. Lembre-se, vocês estão distantes, mas ao mesmo tempo unidos.

4. Anime-se fazendo coisas diferentes

Infelizmente, o luto é superado individualmente, porque somos todos diferentes. Há pessoas que aceitam a realidade gradualmente e outras, da noite para o dia. Por esse motivo, você deve se concentrar em melhorar seu ânimo: você conseguirá isso quando investir seu tempo meditando, exercitando-se e pensando em coisas positivas.

Sei por experiência própria que não é fácil, mas, no fim das contas, é algo que precisamos fazer para nos recuperar. Talvez o seu bem-estar dependa de outras pessoas, como acontece com os filhos; então, por mais que seja difícil, pense em se sentir bem, assim poderá apoiar os outros.

5. Não tente parecer uma fortaleza

Quando um ente querido morre, é normal que as pessoas criem uma barreira de força, já que não se quer transparecer dor e vulnerabilidade, é uma parte inata da sobrevivência humana. No entanto, quando se trata de superar o luto, não há desculpa suficiente para parecer forte; pelo contrário, é válido chorar, ficar deprimido e sentir-se arrasado. Deixe seus sentimentos fluírem, isso o fará se recuperar e, por conseguinte, aceitar a realidade com maior resignação.

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6. Um lugar vazio 

Posso dizer que a coisa mais triste quando um ente querido morre é quando você fica sozinho e começa a guardar seus pertences em grandes caixas. É quando a dor penetra na alma como se fosse uma espada cravada direto no coração. Haverá um espaço vazio em seu armário, na mesa onde estava acostumado a comer ou talvez em sua cama.

Mas em sua mente não haverá um vazio, seu ente querido permanece constantemente em seus pensamentos. Tenha certeza de que no plano espiritual ele estará com você a todo momento. Para superar o luto, é recomendado manter alguns pertences que tiveram grande significado para você; talvez possa colocá-los em um lugar especial que somente você irá saber.

A dor de perder um ente querido é devastadora e permanece para sempre. Apesar disso, você deve aprender a conviver com ela. Como você é uma peça importante e fundamental neste mundo terreno, terá ainda muitas coisas a fazer para conquistar seus sonhos.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original El duelo en cuarentena, ¿cómo superarlo?

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Adriana Acosta Bujan

Adriana Acosta estudou comunicação, é mãe de um adolescente, e atualmente se dedica em ensinar e pesquisar em nível universitário em Puerto Vallarta. Publica seus textos esperando que ajude as pessoas com suas vivências úteis.