Finanças familiares saudáveis em meio a uma crise econômica global

5 ideias para espantar a crise financeira da familia.

Oscar Pech

Quando terminei minha licenciatura, muitas das pessoas que estão lendo isto ainda não haviam nascido. Lembro-me de que na última aula eu quis ser o último a sair, apaguei a luz e fechei a porta. Isso era algo que eu achava simbólico: tinha certeza de que não voltaria a por os pés em uma sala de aula. Naqueles anos maravilhosos era assim: você terminava sua licenciatura e estava pronto para a vida; conseguia um trabalho, ficava a vida toda nesse trabalho, aposentava-se e vivia sua velhice em paz. Tudo era organizado, planejado, controlado e previsível.

Então, o capitalismo se esgotou. As empresas não tinham como continuar a vender seus produtos em seu próprio país, e nasceu uma nova ordem econômica: a filha do capitalismo, mais gananciosa, mais cruel. Nós a chamamos de globalização, e para as famílias, entre outras coisas, significa que para sobreviver agora, não competimos com os negócios da cidade vizinha, que não é tão diferente de nós, mas com coreanos, taiwaneses, japoneses, franceses, etc.: com nações que quem sabe como o fazem, mas fabricam coisas melhores e mais baratas. Desde 2009, o mundo ocidental não descobriu. Antes, nossos avós podiam dizer: “Você devia fazer como eu, no meu tempo…”. Nós não podemos fazer, não podemos aconselhar nossos filhos sobre como viver nestes tempos, porque não sabemos como fazê-lo: as circunstâncias mudam continuamente, muito rapidamente.

Isto é muito importante: se não podemos ensinar nossos filhos a enfrentar a realidade como fazíamos antes, podemos incutir princípios econômicos, que são verdades eternas, imutáveis e que se aplicam a qualquer situação, por mais confuso que seja o século XXI. De acordo com o banqueiro canadense Nathan Eldon Tanner, estes cinco princípios são:

1. Em primeiro lugar, cumprir com suas obrigações com Deus

Nas diferentes denominações religiosas, espera-se que as famílias paguem dízimo, ofertas, contribuições ou esmolas. Essas doações recebem muitos nomes, mas o fato é que, como disse recentemente o doutor em conduta organizacional, David A. Bednar, quando cumprimos financeiramente com o Senhor,“muitas vezes recebemos bênçãos significativas, mas sutis, que nem sempre são o que esperamos, e que facilmente podem passar despercebidas”. Não recebemos um aumento de salário, nem renda extra, mas recebemos “maior discernimento que vai nos ajudar a identificar oportunidades de trabalho que outras pessoas poderiam não perceber, ou a benção de uma maior resolução pessoal para procurar um cargo com maior intensidade e por mais tempo do que outras pessoas seriam capazes ou estariam dispostas a fazer. Talvez nós queiramos e esperemos por uma oferta de trabalho, mas talvez a benção que recebemos através das janelas celestiais seja uma maior capacidade para agir e mudar nossas circunstâncias, ao invés de esperar que alguém ou algo o faça”.

2. Gastar menos do que ganha

Diz um velho ditado:“Se um homem ganha dez e gasta onze, esse homem é miserável. Se um homem ganha dez e gasta dez, esse homem é e sempre será pobre. Mas se um homem ganha dez e gasta nove, então esse homem se tornará rico”.Economize. Mesmo que você tenha pouco, faça uma poupança: esse será o colchão que evitará que as crises imprevistas lhe machuquem demais e, como sugestão, economize não só dinheiro: armazene também alimentos e roupas. Sim, não seja um escravo da moda.

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3. Aprender a distinguir entre necessidades e caprichos

Posso estar errado, mas tenho a forte impressão de que uma das coisas que fez dos Estados Unidos uma grande potência foi que seus habitantes viviam com sobriedade e indústria. Se sua família aprender a viver assim, ignorando o constante bombardeio consumista da mídia e sociedade, sem dúvida você terá finanças mais saudáveis e viverá feliz. Tente veementemente ser independente em sua economia. Uma das coisas que causaram a crise de 2009, que dura até o presente, é viver para a autogratificação e o consumismo, o que nos leva ao próximo ponto.

4. Organizar um orçamento e viver dentro de seus limites

Em nossa sociedade, aprendemos a ver a palavra “limites” com desagrado. Sentimos que os limites roubam nossa liberdade, dominam-nos, fazem-nos perder o arbítrio. Pelo contrário: gostando ou não, todos temos limites para a quantidade que podemos gastar. Quem não faz isso, começa a contrair dívidas. Então, geralmente contrai mais dívidas para pagar essas dívidas. Com isso, inicia uma carreira que fará de sua vida um verdadeiro pesadelo. No entanto, quem sabe administrar seus recursos, planejar e, em seguida, disciplinar-se para manter esses limites, vai conseguir obter o desejado dom da autossuficiência.

5. Ser honesto em todos os assuntos financeiros

Um amigo diz a seu filho adolescente que a primeira lei dos fracassados é “Ninguém vai ficar sabendo”. E a segunda, “Não terão consequências”. Ouvindo isso dele parece uma piada muito engraçada, mas também é uma lei inegável: aquele que não é honesto em todos os seus assuntos financeiros vai dedicar boa parte de seu futuro para correr, só para evitar ser esmagado pelas consequências de suas más decisões.

Claro, existem outros princípios: todos os filhos devem aprender a trabalhar, a cuidar de suas próprias coisas, a ajudar nas tarefas domésticas, a manter a casa limpa e organizada, a ter um cofrinho para que possam comprar algo, mas esses cinco princípios são essenciais. Se aprendermos como família, e se ensinarmos nossos filhos a viver com esses princípios, repito, como esses são imutáveis e eternos, nos tornaremos imunes a muitos dos hábitos de nossa sociedade, às circunstâncias econômicas que nos rodeiam e viveremos com a satisfação de controlar nossa situação econômica. Diga-me, por favor, o que você acha sobre isso?

Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original Finanzas familiares sanas en medio a una crisis económica global.

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Oscar Pech

Oscar Pech nasceu no México, é conselheiro. De seus 50 anos, 26 tem sido dedicados a sua carreira de conselheiro, de escritor, do ensino e do "coaching".