Eu me divorciei. E agora, o que faço se já sou uma mulher mais velha?

Sempre há vida após o divórcio, independentemente da sua idade. É imprescindível ter em mente os pontos que apresentamos aqui.

Emma E. Sánchez

Esta semana, encontrei-me com uma amiga que sofreu no casamento durante muitos anos. Então, depois de muita dor e desafios, ela finalmente tomou a decisão e se divorciou.

Conhecendo tudo o que ela passou, imaginei que a veria bem ou, pelo menos, animada. Mas quando nos encontramos, fiquei muito surpresa ao ver que minha amiga não estava melhor do que a vi quando estava casada.

Ao conversarmos, ela me disse que, apesar de agora sentir um grande alívio ao chegar em seu pequeno apartamento e ter paz de espírito, não brigar com ninguém, comer em paz e não se sentir ameaçada; disse também, com triteza, que se sentia muito sozinha, frequentemente triste, e o mais difícil: sem saber o que fazer da vida.

Depois do divórcio, muitas mulheres podem experimentar algum grau de depressão

Afinal, o divórcio não é fácil para ninguém. Embora posssa ser muito esperado ou desejado, ao se concretizar, pode se tornar devastador.

As pessoas podem pensar que, uma vez divorciada, uma mulher que sofria maus-tratos pode se sentir livre e muito feliz. Mas a verdade é que as mulheres passam por vários estágios até finalmente conseguirem retomar a vida e o equilíbrio.

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O mais importante, nestes casos, é que amigos e familiares a acompanhem para que sua fase de luto não se prolongue além do saudável e normal.

Os trâmites, as acareações ou audiência de conciliação com o juiz, os advogados, o encontro com o ex-cônjuge etc. Tudo isso é muito desgastante e, sabe de uma coisa? As coisas se complicam e têm seus próprios desafios dependendo da fase da vida da mulher separada.

A vida após o divórcio para as mulheres mais velhas

Desta vez, vou focar nas mulheres com mais de 45 anos, que é a faixa etária feminina com o segundo maior índice de divórcio.

Nessa idade, muitas delas já tiveram filhos, que são adolescentes ou até adultos, de modo que a negociação da pensão alimentícia pode ser mais rápida.

Um percentual considerável de mulheres nessa faixa etária trabalha, ganha seu próprio dinheiro e não depende de pensão do ex-marido; ou não vai entrar em disputa por pensão com a mesma intensidade que entraria uma jovem mãe de filhos pequenos que se dedica a eles e ao lar.

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As mulheres mais velhas que se mantiveram ativas, com um grupo de amigos e familiares e, sobretudo, que geram sua própria renda, tendem a passar mais rapidamente pelo processo de luto e a se adaptar mais rápido e melhor à nova vida.

O contrário acontece com aquelas mulheres que, na casa dos quarenta anos, não aproveitam essas oportunidades.

Agora, é muito importante mencionar que, após o divórcio, se a mulher vive um processo saudável de reencontro consigo mesma , busca apoio emocional, psicológico e até espiritual, sua recuperação é inevitável. Vai às alturas! E é aí que podemos ver essas mulheres bonitas, trabalhadoras, independentes e bastante influentes na comunidade, que até mesmo rejuvenescem.

Todas as mulheres podem conseguir, é só seguirem o caminho que as leva a esse objetivo.

Os primeiros passos

Assim que o divórcio for concedido, é preciso analisar alguns passos muito importantes. Vamos conhecê-los:

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Os legais

Você tem que fazer a transferência para o seu nome dos bens que porventura ficaram para você na partilha e fazer outras transferências determinadas pelo juiz. Deve-se certificar de que seu ex-marido fez o mesmo ou relatar.

Mudar os beneficiários dos seguros que tiver, verificar se o seu nome não consta em empréstimos, dívidas ou qualquer assunto que não seja mais de sua responsabilidade.

No México, as mulheres não alteram legalmente o sobrenome quando se casam ou se divorciam. Mas, se for esse o seu caso, dedique algum tempo para resolver essa questão.

Nota do editor:

No Brasil, para retirar o sobrenome do ex-marido, a mulher precisa manifestar essa vontade no processo de divórcio. Quando o divórcio sair, o próximo passo é fazer a sua averbação. Para averbar o divórcio, é preciso comparecer ao cartório onde o casamento ocorreu, levando o mandado de averbação expedido pelo juiz, onde será emitida uma certidão de casamento averbada. Este documento comprova o divórcio perante os demais orgãos onde ela deve ir para fazer alteração do nome nos demais documentos pessoais.

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É preciso verificar as informações relativas à previdência social. Talvez notificar a mudança de endereço, se for o caso, junto ao INSS, aos bancos e outros orgãos que enviam extratos, contas, recibos e outros documentos ao seu domicílio conjugal.

Os financeiros

Você trabalha? Vai procurar trabalho? Como estão suas finanças? Vai ter direito à pensão alimentícia? Vai pagar pensão alimentícia? Vais se mudar? Pode vender alguma coisa?

Quando tenho oportunidade de conversar com mulheres que estão com dificuldades no casamento ou que já estão iniciando o processo de divórcio, sempre digo a elas que devem começar a economizar dinheiro, procurar trabalho ou ter uma renda extra. Pois, infelizmente, como em todos os infortúnios, o dinheiro faz uma enorme diferença nos esforços para sair desse estado de um jeito melhor.

Honorários advocatícios, burocracia, mudança e às vezes até recomeçar do zero são coisas que requerem grande esforço financeiro. E depois, voltar à vida de solteiro também requer aquele “colchãozinho” econômico.

Os emocionais

Este é o mais importante do ranking, pois se você estiver bem emocionalmente, pode acreditar, tudo vai estar no seu devido lugar! E tudo ficará bem.

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Se você se sente triste, não sabe o que fazer ou não consegue ver o seu futuro com clareza, convido-a a buscar um objetivo em sua vida, a trabalhar com muita vontade, viajar, prestar serviço a quem precisa, estudar, exercitar-se, iniciar aquele negócio que você deixou pendente, visitar os filhos, a família.

E se ainda houver um vazio em sua vida ou algo não lhe permite ter paz, então, minha querida amiga, procure um especialista. Consultar um psicólogo, um terapeuta ou buscar acompanhamento para o seu luto pode ser de grande ajuda.

Lembre-se: se você estiver bem, tudo começará a fluir; e muito em breve, sua vida será mais tranquila e feliz.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Me divorcié ¿Y ahora qué hago si ya soy una mujer mayor?

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Emma E. Sánchez

Pedagoga e terapeuta de família e de casal. Casada e mãe de três filhas adultas. Apaixonada por Educação e Literatura. Escrever sobre temas familiares para ajudar os outros é minha melhor experiência de vida.