Estudos comprovam: Casar antes de engravidar é uma das soluções contra o divórcio
Segundo um estudo inédito feito na Inglaterra, os casais que têm filhos antes do casamento estão mais propensos a se separarem.
Stael Ferreira Pedrosa
Atualmente é muito comum, principalmente no ocidente, as pessoas viverem juntas antes de se casar. Segundo um estudo feito na Inglaterra, os casais que se casam antes de ter filhos têm 70% menos chances de chegarem ao divórcio do que aqueles que os têm antes do casamento.
A pesquisa dividiu a amostragem em três grupos:
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Os que se casaram antes de ter filhos
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Os que se casaram após o nascimento dos filhos
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Os que viveram juntos sem se casar
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Os resultados foram:
As mulheres que permaneceram com seus parceiros quando os filhos chegaram à adolescência foram:
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Aproximadamente 76% das mulheres do primeiro grupo (casadas antes de ter filhos)
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Aproximadamente 44% das mulheres do segundo grupo (casadas após o nascimento do(s) filhos)
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Aproximadamente 31% das mulheres do terceiro grupo (vivem juntos sem casar)
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E o mais surpreendente é que no primeiro e no segundo grupo (das pessoas casadas) a incidência de divórcios entre as que se casaram após o nascimento dos filhos é de 56% contra 24% das que se casaram antes de ter o primeiro filho.
Os resultados acabam com o mito de que a relação estável é tão forte quanto o casamento.
A pesquisa traz também outros dados interessantes:
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Idade e escolaridade são fatores que não afetaram significativamente as probabilidades das mulheres se separarem. O fator chave foi se elas se casaram ou não antes de terem filhos.
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Os casais que têm filhos sem se casar estão três vezes mais propensos a separar-se em um período de 15 anos e nunca se casar.
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Poucos (menos de um terço) dos casais que não se casam vão permanecer juntos na educação dos filhos.
A conclusão da pesquisa é de que:
Os casais que se casam antes de ter um filho têm a melhor chance de permanecer fora das estatísticas de divórcio.
Quais seriam as causas?
Segundo alguns estudiosos, as mudanças trazidas ao casal após o nascimento dos filhos exigem comprometimento mútuo para vencerem os desafios.
Especialistas das universidades de Denver e do Texas fizeram um estudo onde mostram que entre 218 casais estudados, 90% (196 casais) se mostraram insatisfeitos com o casamento após a chegada do primeiro filho.
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A mesma pesquisa confirma o que a pesquisa britânica sugere: casais que moravam juntos antes do casamento tiveram mais problemas no casamento após o nascimento do primeiro filho do que aqueles que só passaram a viver juntos após o casamento.
A psicóloga Andréa Soutto Mayor, doutora em psicologia experimental pela Universidade de São Paulo (USP), conclui que “Muitos casais não suportam o grande teste da chegada do primeiro filho. O tempo dedicado ao outro é reduzido drasticamente e muitos maridos não conseguem lidar com o fato… Além disso, claro, há a diminuição da frequência sexual.”
Ideia essa confirmada pelas terapeutas Betty Carter e Monica McGoldrick que em seu livro citam J.O. Bradt: “não existe nenhum estágio que provoque mudança mais profunda ou que signifique desafio maior para a família nuclear e ampliada do que a adição de uma criança ao sistema familiar.”
Voltando à pesquisa das Universidades de Denver e Colorado, um dos autores Scott Stanley, ressalta que: _”a pesquisa não conclui que crianças tragam infelicidade para a vida das pessoas.”_ Porém, foi constatado que a chegada do primeiro filho traz estresse e insatisfação no casamento, não pela criança em si, mas pelas mudanças que essa chegada ocasiona. Sem um compromisso forte como o que o casamento traz, a tendência é a dissolução da união.