Essas frases cheias de “boas intenções” podem prejudicar muito sua filha, evite-as

Você nunca imaginou que poderia magoar sua filha apenas dizendo uma dessas frases. Está na hora de você parar. 

Erika Otero Romero

Uma antiga frase diz: “De boas intenções o inferno está cheio”. Sim, muitos pais cometem alguns erros com seus filhos, pensando estar fazendo o que é melhor para eles. 

Mas é quase impossível não cometer erros em uma tarefa tão complicada quanto criar filhos, ainda mais quando se é um neófito no assunto. Mas se você achou que as coisas não poderiam piorar, deixe-me dizer que todos os filhos são diferentes e as diferenças aumentam, dependendo de se você estiver criando meninos ou meninas. 

Não é que seja mais fácil criar meninos que meninas. A verdade é que o mundo de hoje exige que você seja cuidadoso com seus filhos. Porém, na criação de meninas existe uma série de preconceitos e expectativas ultrapassadas que estão ligadas a certos estereótipos, que podem levar os pais a incutir em suas filhas pensamentos errôneos sobre como devem se comportar ou o que devem tolerar ou não de pessoas ao seu redor. 

Segundo a terapeuta familiar Dr. Laura Froyen, Ph.D , há algumas frases “bem-intencionadas” que alegam dar às meninas segurança e confiança, mas que podem fazer mais mal do que bem. Por essa razão, ela sugere que é melhor evitá-las, para que não lhes dê uma falsa concepção de como devem ser tratadas “por serem mulheres”. 

5 frases que você nunca deve fizer às suas filhas 

A terapeuta explica que os pais devem evitar estas 5 frases na criação de suas filhas: 

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1. “Sim, você é bonita” 

Não há nada de errado em dizer à sua filha que ela é bonita; o problema surge quando você se concentra apenas em assegurar que seja bonita e não destaca nenhuma outra de suas qualidades. É contraproducente, porque sua filha vai crescer acreditando que ser bonita é a única coisa que vale a pena na vida de uma mulher. 

Uma boa autoestima nas filhas não tem apenas a ver com o quanto são bonitas, mas também ressaltar as outras qualidades que sua garota tem. Se, além de dizer a ela que é bonita, você disser que ela é inteligente, criativa, gentil, carinhosa, etc., seu amor-próprio será alimentado mais favoravelmente do que se você disser apenas que ela é linda. 

Sua filha deve saber que a aparência é importante, mas que não é a única coisa de valor na vida uma mulher e que ela é muito mais do que um rosto bonito. 

2. “Você parece mais magra (ou mais gordinha)” 

Este é o grande calcanhar de Aquiles na criação de meninos e meninas. É muito ruim salientar que eles são ou estão gordos ou magros, pois isso influencia muito em seu autoconceito. 

Comentários sobre a aparência podem ser muito prejudiciais para as crianças, pois acontece exatamente como quando você diz à sua filha “como você é linda!”. Em ambas as frases sobre seu peso ou aparência, quer esteja ressaltando-os ou criticando, você está dizendo que a aparência é o que importa e que o seu sucesso ou felicidade dependerá disso. 

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3. Ele comete esses abusos porque gosta de você 

Pai, mãe: nada é mais cruel do que dizer à sua filha que os maus-tratos que sofre de um homem são porque ele se sente atraído por ela, ou pior, que ele a ama. 

Além do mais, essa frase me lembra muito o começo do filme “Ele Não Está Tão a Fim de Você“. Nas primeiras cenas, uma garotinha é vista brincando num parque, em uma caixa de areia, depois chega um menino que a empurra e insulta. Quando a menina vai chorando contar para sua mãe o que aconteceu, ela simplesmente lhe diz“Você sabe por que aquele menino te empurrou e disse aquelas coisas? é porque ele gosta de você”. 

O mais terrível é que isso não fica na argumentação de base de um filme. Todos nós fomos vítimas dessa frase, e isso é falso! É necessário que sua filha saiba que, se um homem a trata mal ou a ignora, é porque ele não a quer ou não a vê como ela gostaria de ser vista. 

Quando diz isso à sua filha, você está condenando-a a “suportar” os relacionamentos em que ela é constantemente magoada. Não faça dela outra vítima da violência “por amor”. 

4. Seja uma boa menina, comporte-se” 

Quando você pede a uma menina que “seja boa”, ela está, basicamente, sendo ensinada que qualquer comportamento que não agrade aos outros é ruim e será recriminado pelos que a rodeiam. Além do mais, isso induz as meninas a serem pessoas complacentes e submissas, que se sentirão obrigadas – em sua mente – a fazer os outros felizes contra sua própria felicidade. 

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Não se trata de forçar a garota a ser gentil, mas de levá-la a analisar o que acontece quando ela não age adequadamente. Você deve ajudar sua (pequena) filha a entender o que o outro sente quando (por exemplo) ela bate em outra criança. Isso a ajudará a ser boa e gentil, não porque você a obriga, mas porque ela realmente percebe quanto é bom ser uma “boa pessoa”. 

5. É que… ele é só uma criança 

Quando, como pai ou mãe, você diz à sua filhinha, que reclama que um amigo ou irmão bateu nela, para não dar bola porque ele é só uma criança e “as crianças são assimvocê incute nela uma sensação de impotência ante à ofensiva de um menino (ou homem), porque ela é apenas uma mulher que não pode se defender. 

Você deve garantir que suas filhas e filhos saibam que qualquer ato ou decisão que eles tomarem, e que afetam os outros, traz consequências, às vezes sérias, dependendo do que eles fizeram. Deixe claro para sua filha que não é porque os homens são homens, que podem prejudicar ou abusar de uma mulher. 

Criar filhos nunca foi uma tarefa fácil, também não é proposto que você saiba tudo. Mas, o que você pode fazer, é corrigir as coisas que ensinou às suas filhas. 

Converse claramente com elas, diga-lhes que são valorosas por serem mulheres, que não importa se são gordinhas ou magrinhas, que merecem ser bem tratadas e que elas próprias devem aprender a defender o que querem, sonham e desejam para a sua vida. Incentive-as a conseguir o que querem sem prejudicar ninguém, especialmente elas mesmas.

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Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original Estas frases con «buena intención» pueden dañar mucho a tu hija, evítalas

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.