Epidemia! ‘Mombies’ ao ataque. Você é uma delas?

Mãe, você tem olheiras enormes? E andar instável? Oh não, você se tornou uma "mombie" (mãe zumbi). Mas será que é tão ruim assim?

Marilú Ochoa Méndez

Há apenas pouco tempo, pude identificar uma terrível “infecção” que contraí depois de ter tido meu primeiro filho, a qual retornou com cada um dos pequeninos que Deus me deu.

Eu experimentei os sintomas, um após o outro, mas não conhecia o conceito. Se você é mãe, tenho certeza de que –assim como no meu caso – conhecer esse fenômeno, além de fazê-la rir, vai lhe dar serenidade, entendendo que, sim, você é normal!

Você verá que suas distrações frequentes, o fato de, no meio do corredor, acabar se esquecendo se estava indo ou vindo, e a maneira despreocupada com que arruma o cabelo, encaixam-se perfeitamente nesta definição que não deve despertar medo em você, mas a autocompreensão.

Existe uma palavra para definir tudo isso

Depois de uma busca exaustiva em diferentes sites na web, posso afirmar que a “mombie” (mãe zumbi) é “uma mulher que dá à luz e, de repente, sofre um “reset” de sua vida anterior, transformando-se em algo completamente diferente: suas conversas são sobre temas quase escatológicos, como cheiro de fralda, banho e vacinas, além disso, ela balbucia palavras às vezes ininteligíveis.

Esse espécime também tem um olhar vazio, cambaleia ao caminhar, tropeça em blocos e bichos de pelúcia, tem uma sombra roxa assustadora ao redor dos olhos, cabelo estranhamente duro e perde o senso de identidade e orientação.

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Mas nem tudo é tão dramático, ela também tem uma doçura incomparável e a capacidade de obter energia dos olhinhos e mãozinhas do bebê, o que a torna quase invencível, mas também provoca mudanças de humor inexplicáveis devido a esses altos e baixos energéticos.

Você também verificou a maioria dos “sintomas”? Toca aqui!

Já dei um nome, e agora?

Pois bem, como dizem na dinâmica dos Alcoólicos Anônimos, a primeira coisa é reconhecer uma mudança em si mesma, você não é mais uma mulher comum. As fotos do seu casamento não cabem mais nessa pessoa que você olha no espelho enquanto lava as mãos às pressas porque o bebê começou a chorar.

Você é outra! É uma “mombie”.

Eu a parabenizo por reconhecer isso. Seu mundo está de cabeça para baixo, junto com seus hormônios, seus horários de sono e prioridades. Então, você me pergunta, o que vem a seguir?

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Agora, informe o povo!

O que mais queremos é que as pessoas ao nosso redor leiam nossas mentes! Talvez você imagine que alguém (vamos supor que seja o homem da loja que você visita regularmente), olhando para as marcas roxas ao redor de seus olhos, vai olhar para o seu cansaço e sobrecarga emocional, mas nem sempre é o caso.

Você, como uma reconhecida “mombie”, tem, primeiramente, a obrigação de olhar para outras mulheres nas mesmas condições que você e de ser amiga delas.

Não despreze a riqueza das lágrimas derramadas do coração por uma mulher que realmente a entende. Sim. A primeira coisa é encontrar outra mulher com os seus sintomas e explicar que, sim, é normal, aceitável e até empolgante.

Que a conheçam, não que tenham medo de você

O terceiro passo que eu recomendaria é mostrar às pessoas mais próximas que sua condição a transformou profundamente de dentro para fora. Você precisa pedir a elas que a ouçam, olhem para você e aprendam a amá-la e a reconhecê-la a partir nessa nova maternidade.

Deixa a roupa de “supermulher” que todas nós vestimos com o famoso cumprimento. Você corre pela casa dando o seu melhor, abusando da sua energia, da sua habilidade e do seu ânimo, porque “é assim que as mulheres são”, “nós podemos fazer tudo”.

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Não há nada de errado em admitir que você fica cansada, que sua mente não anda mil por hora, como costumava acontecer quando você só se preocupava em se preparar a tempo de evitar o trânsito. Seu mundo agora é governado não por horas ou relatórios enviados, mas por leite, arrotos e horas de sono.

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Amar você mesma garante amor para todos

Então olhe para você. Assim, com esse penteado estranho, com as olheiras e as sobrancelhas por fazer. Orgulhe-se de seus braços fortes e quentes que acalmam seu bebê apenas com o toque. Valorize sua energia para criar esse pequeno ser humano que virou seu mundo de cabeça para baixo. E aproveite essa mudança gigante em você para repensar por que e para que você faz o que faz.

Também aproveite a oportunidade para se amar. Amar-se não porque você entrou na calça do tamanho sonhado, mas porque sabe amar e se desdobrar apesar do cansaço.

Abandone esses critérios e pretensões de presunção social e deixe crescer aquela sensação de profundo poder que suas novas habilidades lhe proporcionam: trocar fraldas enquanto fala ao telefone, colocar o bebê no berço sem acordar, e esse leitinho mágico que fez com que a luz de seus olhos crescesse vários centímetros.

Ria muito, principalmente de si mesma

Os meus filhos ainda riem do dia em que estávamos no quarto deles e eu, contando-lhes uma história, comecei a juntar palavras sem sentido: “então, a professora…. a espátula … a criança e o super-herói”. Rindo, acordaram-me para me dizer que minha história havia perdido a lógica e também a graça.

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O caos da maternidade trará uma nova ordem que deixará seus dias cheios de sentido. Ria de sua confusão, de seus fracassos e, por que não, de seus medos. Olhe com compaixão para os seus limites e para os limites daqueles que vivem com você.

Santo Tomás Moro, um homem extraordinário, costumava dizer: “Felizes os que sabem rir de si mesmos, porque nunca terminarão de se divertir “. Essa filosofia ajudaria a tirar aquela carranca que parece fazer parte das “mombies”, mas que devemos deixar de lado, porque o mau humor gera uma infecção verdadeiramente grave, e quase incurável.

E o tratamento?

Dê um tempo a si mesma. Você descobrirá partes de si que não conhecia, que irão potencializar quem você pensava que era. E, por favor, não dê ouvidos a séries de ficção científica que afirmam que “zumbis” são sempre necrófagos e malvados. Ser uma “mombie” é o começo de sua emergência. Desfruta o processo e, felicidades! Esta aventura será apaixonante.

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Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original ¡Epidemia! «Mombies» al ataque. ¿Eres una de ellas?

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Marilú Ochoa Méndez

Enamorada de la familia como espacio de crecimiento humano, maestra apasionada, orgullosa esposa, y madre de seis niños que alegran sus días. Ama leer, la buena música, y escribir, para compartir sus luchas y aprendizajes y crecer contigo.