Encontrar felicidade no casamento

A felicidade no casamento pode ser encontrada com um pouco de esforço e boa vontade.

Andrea Ribeiro Matos

A sociedade atual expõe várias ideias a respeito do casamento e da família. Essas ideias, inclusive, estão recheadas de argumentos contraditórios em que a lógica não se faz presente; no entanto, tem como objetivo principal, o convencimento do maior número possível de pessoas, a fim de colecionar novos adeptos, ganhando assim, força em suas teorias.

Essas ideias são passadas, quase que em sua totalidade, de forma natural entre muitas pessoas. Porém, o que não é natural são as origens nas quais se baseiam essas informações, desprovidas de qualquer conhecimento vindo de fontes confiáveis. Sendo assim, totalmente questionáveis.

Casamento requer esforço de ambas as partes

A ideia de que o casamento não precisa de grande esforço para ser mantido é infundada, pois, nos casamentos duradouros e de sucesso, esses esforços são presentes em todos os casos. A ideia de que os casais não precisam se esforçar para manter um casamento equilibrado, parte do princípio de que o casamento pode ser desfeito facilmente se estiver atravessando um momento difícil, evitando assim, o trabalho que se tem ao tentar melhorá-lo. No entanto, apegar-se a esse pensamento não é saudável, muito menos satisfaz ou nos faz alcançarmos um dos objetivos da união legal entre um homem e uma mulher; que diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de ceder (de colocar de lado seus próprios interesses para adotar uma ideia que seja comum ao casal e não somente a si mesmo); dessa forma, a presença de parceria no relacionamento será evidente e benéfica, o pensamento de desistência não será algo considerado, ao invés disso, a alternativa de lutar pelo que se construiu, tornar-se-á uma escolha atraente e motivadora.

Casamento requer regras a serem respeitadas

Quando comparamos o casamento a outras interações presentes na sociedade, observamos que assim como ele, todos os outros relacionamentos precisam do estabelecimento de regras e o respeito por elas, para a manutenção do equilíbrio. Porém, na comparação entre esses tipos de interações sociais, é notável a resistência atual ao cumprimento das mesmas em alguns tipos de relacionamentos. São eles: O casamento e a amizade. Nesses dois casos, a justificativa para esse comportamento é a falta de parentesco entre os envolvidos, e quando falo disso, refiro-me ao sangue; nesses casos, as pessoas não estão ligadas pela genética, mas pela escolha; e no primeiro caso, pela lei e pelo sagrado. Algumas pessoas tendem a considerar, que se não são parentes de alguém, podem anular as regras que não as agradam ou até mesmo pôr fim a um relacionamento, se isso evitar um esforço para mudança pessoal. Esquecem-se que, o que as ligam, é muito maior, pois, fizeram uma escolha e sacramentaram-na em seus corações, tornaram-na efetiva através da lei e abençoaram essa união através da realização sagrada de uma cerimônia matrimonial.

O que torna um casamento feliz, no entanto, não é algo que se pode comprar ou conseguir facilmente, envolve a decisão de buscar e encontrar essa felicidade através de esforços constantes e vibrantes. O desejo que dê certo é primordial, ajuda na determinação da tarefa e faz com que a tarefa seja determinada. Então, como usar isso em nossos esforços para a melhoria do casamento? Primeiro, vamos entender o conceito de determinação da tarefa e de tarefa determinada.

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Casamento requer mudanças

Determinação da tarefa é o ato de identificar, avaliar e escolher quais mudanças precisam ocorrer em seu relacionamento e de que forma elas irão acontecer. As atitudes (posição tomada ou ação realizada no momento de uma situação incomum, muitas vezes mediante necessidade, não é indicativa de personalidade, não significa que seria a mesma em outro momento, principalmente se pensarmos quais seriam as situações possíveis de acontecer e decidirmos de forma antecipada qual seria nossa reação-atitude conscientizada) e o comportamento (procedimento-maneira de agir que mostra qual é a nossa personalidade e maneira como: Avaliamos o contexto em que estamos inseridos, escolhemos nossas ações com base nisso e reavaliamos nossas escolhas depois de executadas mediante situações corriqueiras), irão permear esse processo. São posturas que: Iremos ter (no caso de atitudes) ou assumir (no caso de comportamento) para conseguirmos mudanças significativas em meio à busca pela felicidade no casamento.

Tarefa determinada diz respeito à forma como executaremos algo que estabelecemos ou que foi estabelecido. Se o fizermos de maneira firme, convicta, com direcionamento claro e definido, de forma persistente, com fito de alcançar nossa meta, estaremos realizando algo de maneira determinada.

Então, o foco (determinar a tarefa) e a vontade de realizar (executar a tarefa de forma determinada), podem muito em nossa ação, porém, muitas vezes, a clareza não está ao nosso alcance, tornando-se difícil até mesmo o primeiro passo (determinar a tarefa, identificando e avaliando a situação do relacionamento em que estamos inseridos para escolhermos os pontos de mudança). Quando isso acontece, precisamos de ajuda familiar e incentivos valiosos para entender nosso papel e prosseguir. O mais importante nisso é buscar encontrar o equilíbrio entre se abrir para familiares e amigos e se abrir para o cônjuge e para uma nova perspectiva; certamente com as doses certas desse equilíbrio, essa visão ampla da situação (ou nova perspectiva) se tornará não só adequada, mas, maravilhosa.

Casamento requer perdas e ganhos

Quando percebermos os pontos positivos de um relacionamento matrimonial, quando finalmente, conseguirmos olhar para ele com uma visão mais sensível e apurada, desfrutaremos mais plenamente dos maravilhosos benefícios que advém da união conjugal entre um homem e uma mulher: o exemplo, a companhia, e a amizade nutrida por ela, enfim, tudo de bom que vem do matrimônio será mais sentido pelos cônjuges e serão verdadeiros presentes, certamente serão dádivas que receberemos ao nos esforçarmos para conseguir maior felicidade e satisfação pessoal e familiar. Porém esses ganhos não vêm senão após muitas perdas; como a perda do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da arrogância e de muitas outras fraquezas humanas que fazem parte dessa grande lista, mas, que podem ser anuladas. Na verdade, essas perdas são ganhos valiosos de novos atributos cujo acréscimo ao relacionamento fará toda a diferença.

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Casamento requer maturidade

Dois valiosos atributos para o equilíbrio em um relacionamento são: A nossa facilidade em nos relacionarmos bem e a nossa capacidade em resolvermos conflitos que, por vezes, aparecem mesmo em convívios que são bem amigáveis. Esses dois aspectos são testados quando estamos expostos a situações de estresse emocional. Pensar e tomar decisões acertadas nesses momentos requer muita maturidade, e em muitos casos ela é sufocada pelo pensamento de que provar que está certo é mais importante que anular a origem da discussão, embora isso minimizaria os efeitos maléficos da contenda e neutralizaria futuros indicadores dela; nesse contexto, o diálogo, ao invés da discussão, e a posterior reflexão sobre a ideia proposta por qualquer um dos lados, são os recursos necessários para uma intervenção imediata e eficaz na solução do conflito e da problemática.

Então, recapitulando, o que contribui para um casamento bem-sucedido e consequentemente feliz é o diálogo, a cumplicidade para o bem e não para o mal, as atividades salutares tão frequentes quanto o puderem ser, a ajuda e o respeito mútuos, a visão de que seu parceiro não é apenas alguém com quem você se casou, mas, alguém que é parte você, que é parte do seu eu, a amizade ao invés da competitividade, pois, o casamento não é um jogo, ele já é o troféu. O grande prêmio, não precisa ser disputado em um torneio, porque ele já é seu, a fé, a esperança, a confiança, a fidelidade, os sonhos, a luta, a perseverança, a paciência, a alegria, a atração recatada um pelo outro, o elogio, o saber ceder quando necessário, o aprender a perdoar e pedir perdão, mesmo quando achamos que temos razão (pois também somos falhos e nossa razão pode estar equivocada). É estabelecer regras e respeitá-las, ou mais ainda; desenvolver o comprometimento por elas, e finalmente, manter a origem do sentimento amor, ou seja, lembrar-se de como tudo começou e de como se lembrar disso é importante para manutenção do casamento, mas, desenvolvê-lo pouco a pouco cada dia para que se torne mais forte do que as nossas próprias conveniências. Manter as origens, mas, aumentar o amor, cultivando-o não só com romantismo, mas, com o perdão, o respeito às regras e com tudo mais que já foi citado, tudo que mostre apreço pelo cônjuge. Dessa forma, encontraremos felicidade no casamento como quando o iniciamos ou até mesmo mais; uma felicidade nunca experimentada antes.

Um casamento feliz não é somente encontrado em filmes românticos, mas, na vida moderna e apressada das grandes cidades ou na rústica e pacata dos campos, na atualidade e nos contos de fadas ou nas verídicas histórias de amor da antiguidade, é encontrado de forma surpreendente nos lares sofisticados ou simples de todo mundo, é encontrado nos sonhos de jovens casais que planejam o futuro ou na serenidade de um amor idoso. É encontrado por cada um de nós que considera o esforço válido. É encontrado e pode ser desfrutado de forma plena (completa), leve (sem muito exagero, pois, não há verdade nisso) revigorante (motivadora) e viva (alegre), não é simples, mas é alcançável. Todos podem! Todos devem encontrar felicidade no seu casamento.

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Andrea Ribeiro Matos

Sou Andrea Ribeiro Matos, 35 anos, casada, mãe de duas meninas (uma de 10 anos e outra de 5).