Deixar ir quem partiu: soltar para poder seguir em frente

Aprenda a soltar quem já foi para, assim, poder fechar ciclos e ser feliz.

Adriana Acosta Bujan

A morte de um ente querido é o que há de mais difícil de suportar na vida, aceitar que já não estará em sua presença física neste mundo terrenal é devastador; e ainda que transcorra o tempo, as feridas são profundas e difíceis de curar.

Deixar ir a quem se foi não somente se refere à morte de um ser querido, mas também pode ser interpretado como aquelas pessoas que estiveram em nossas vidas e que por alguma razão não estão mais, talvez um amor ou um amigo.

Lamentavelmente, alguns não superam facilmente a partida de uma pessoa, porque vivenciaram um forte apego emocional ou porque lhes dá medo enfrentar o futuro incerto por si mesmas.

Seja qual for o caso, deve-se aprender a soltar as pessoas para seguir em frente, como dizia meu pai: “virar a página ou fechar um ciclo”, do contrário, será mais difícil curar as feridas do coração.

Como soltar para ser feliz

Todas as pessoas que já experimentaram a perda de um ser querido atravessam um processo de luto para poder aceitar a realidade e curar as feridas da alma. As etapas são:

• Negação: etapa na qual o cérebro nega completamente a realidade apesar de estar vivendo a situação.

• Ira: fase em que os sentimentos se convertem em frustração e desilusão.

• Negociação: a mente mantém a ideia de poder reverter ou mudar o fato da morte. Geralmente surgem questionamento do “porquê”.

• Depressão: surgem emoções como tristeza, desesperança, desilusão e dor.

• Aceitação: aprende-se a viver com a dor, e com o tempo, curam-se as feridas do coração.

Quando se supera as fases do luto acima mencionadas, é quando se estabilizam as emoções; isso não quer dizer que se esqueceu o ser querido, mas que a dor começa a diminuir ao se recordar da pessoa.

Então, como deixar ir quem já foi, independentemente do processo de luto?

1. Abandone a culpa

Nos dois cenários, seja o falecimento de um ser querido ou a partida de um amor, é normal que as pessoas se culpem pelo que aconteceu.

Este sentimento pode obstruir o caminho da cura, por isso a importância de não buscar culpados ou responsabilizar-se pelo sucedido, porque não se pode mudar o passado.

Deixar de pensar em ideais irreais com um suposto “poderia ter sido” é questionar o que poderia ter sido diferente, porque estará se provocando, inconscientemente, um esgotamento emocional.

É válido encontrar e decifrar os erros cometidos como meio de aprendizagem emocional e espiritual, sem culpar-se. Afinal de contas, ninguém é perfeito.

2. Construa seus sonhos

Sei, por experiência própria, que a tristeza, a dor e o sofrimento pela perda de um ser querido são emoções negativas que interferem na visão do futuro. No entanto, deixar ir quem já foi, aceitando a realidade, ajuda a voltar a construir novas metas, sonhos e objetivos para seguir com a vida.

Após detectar os erros do passado, isso trará o conhecimento necessário para evitar cometê-los no futuro. Tenha em mente que, para poder deixar ir quem partiu, você deve pensar em si mesmo e focar em novos sonhos.

3. Não se irrite com Deus e nem consigo mesmo

A vingança não faz ninguém se sentir melhor, ainda que se trave um duelo emocional com Deus por haver sofrido a perda de um ente querido ou por sentir rancor no coração por um amor que se foi.

É importante transformar esses sentimentos e emoções negativas em algo produtivo e positivo, do contrário, será mais difícil fechar ciclos.

Para isso, existe uma ferramenta dentro da psicologia que se pode aplicar na vida: o perdão.

Perdoe a si mesmo e àqueles que lhe feriram. Perdoe com o coração e não com a razão! Solte a frustração. Para alcançar essa paz tão buscada, uma boa ideia é escrever cartas para expressar os sentimentos negativos, assim como desenhar, entre outras coisas.

4. Dê lugar a novas oportunidades

Sempre chegarão novas oportunidades na vida, fique atento para aproveitá-las ao máximo. Por exemplo: se um ente querido já não está mais com você porque faleceu, esforce-se para deixar um legado com as coisas que aprendeu com ele ou ela; caso seja um amor que partiu, então dê a si mesmo a oportunidade de voltar a amar.

Refletir é a chave para avançar, é como colocar em uma balança imaginária as coisas boas do presente para poder ser feliz.

5. Não se subestime

Quando uma pessoa passa pela dor da perda de um ente querido, é comum que se subestime, que se critique e autossabote ao pensar que não será capaz de viver sem essa pessoa amada.

Tenha em mente que o pior inimigo está em sua mente, no que pensa de si mesmo, por isso trabalhe sua autoestima, eliminando por completo os pensamentos que só o tornarão uma pessoa débil e indefesa.

Converta os pensamentos negativos em positivos repetindo continuamente consigo mesmo, frases como: “você é forte e inteligente, capaz de fazer qualquer coisa, você pode”, tudo isso com o propósito de continuar com sua vida e deixar ir quem partiu.

6. O presente é o que importa

Infelizmente, o passado não pode ser mudado e o futuro é incerto; então o que importa é o presente, o aqui e o agora.

Alcançar isso pode ser tão simples quanto você o faça, ou seja, aplique em sua vida ferramentas que lhe ajudarão a curar-se, como por exemplo: fazer uma lista das coisas que você tem, incluindo seus projetos a curto prazo e assim, poderá se esforçar dia após dia.

Lembre-se, não é fácil deixar ir quem se foi, mas não significa o fim da sua própria história, já que ainda tem muito que aprender e fazer nesta vida.

Reflita sobre a dor que sente. Descubra o que precisa aprender com esta perda e continue com sua vida, vire a página e dê a si mesmo a oportunidade de ser feliz.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Dejar ir a quien se ha ido: soltar para poder avanzar

Adriana Acosta Bujan

Adriana Acosta estudou comunicação, é mãe de um adolescente, e atualmente se dedica em ensinar e pesquisar em nível universitário em Puerto Vallarta. Publica seus textos esperando que ajude as pessoas com suas vivências úteis.