Decidindo se deve ou não tomar a medicação para o seu TDAH
A questão sobre o uso de medicamentos para o TDAH requer uma reflexão profunda, para não se correr o risco de banalizar algo tão sério.
Taís Bonilha da Silva
Há de se ter bastante cuidado e responsabilidade ao tratar sobre TDAH, visto que informações errôneas, imprecisas e simplistas tendencionam a compreensão de um assunto tão sério.
Na sociedade em que vivemos há o predomínio da desigualdade, e constantemente vemos aqueles que detêm o poder fazendo mau uso dele ao julgar, classificar e sentenciar as pessoas. Essa compreensão aplicada à escola considera que a própria criança é culpada por não conseguir aprender.
Para evitar contribuir com a disseminação de falsas informações, seguem alguns esclarecimentos:
O que é TDAH?
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção a sigla significa Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade sendo, portanto, um transtorno neurobiológico de causas genéticas que aparecem na infância e seguem a pessoa por toda a vida, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Sintomas
O TDAH é caracterizado por dois sintomas combinados, a desatenção e hiperatividade-impulsividade, na infância tais sintomas resultam em dificuldades na escola e no relacionamento com outras crianças. Em adultos ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano, do trabalho e com a memória. Inquietos e impulsivos, frequentemente apresentam dificuldades de avaliar os próprios comportamentos e compreender que afetam as pessoas à sua volta, são tidos como “egoístas”. Às vezes possuem problemas associados como uso de álcool e drogas, ansiedade e depressão.
A questão sobre o uso de medicamentos para esse transtorno requer uma reflexão profunda, para não se correr o risco de banalizar esse transtorno e nem de diagnosticar tudo como TDAH. Esses dois extremos são perigosos.
Há os que defendem a necessidade de medicação e há os que defendem o contrário, contudo, cada pessoa é única e pode compreender melhor sobre o efeito que esse transtorno tem em sua vida, os prejuízos e a melhor forma para se lidar com essa situação.
Portanto, para decidir se deve ou não tomar a medicação avalie as seguintes questões:
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Quem e quando foi diagnosticado com o TDAH? Procure ouvir outros profissionais antes de apegar-se a um diagnóstico. Cuidado com diagnósticos vindo de professores, alguns profissionais não possuem conhecimento científico, mas apropriam-se de termos técnicos.
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Quais prejuízos o TDAH tem trazido para sua vida? Que efeito tem sobre você ao relacionar-se com as outras pessoas e no ambiente profissional ou escolar?
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Procure tentar alternativas antes de optar pela medicalização, medicamentos são drogas e só devem ser administrados quando forem esgotadas outras possibilidades de tratamento.
O TDAH existe, mas também existem profissionais despreparados, que preferem atribuir suas falhas em problemas fisiológicos.
O fracasso escolar, não raramente, é um fracasso da escola, então, antes de rotular uma criança com algo que ela carregará pelo resto da vida, busque informações em fontes corretas e outras opiniões de profissionais habilitados e especializados no assunto.
Referência Bibliográfica
Pereira, J. G. A crítica à medicalização da aprendizagem na produção acadêmica.__ Dissertação (Mestrado) – Faculdades de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2010.