Como sair do paradigma e driblar a crise econômica

Aqui estão algumas dicas de ouro para quem está desempregado ou que não está ganhando o suficiente para pagar as contas. Diga adeus ao desânimo e mãos à obra!

Stael Ferreira Pedrosa

É muito comum alguém apegar-se a uma ideia e permanecer nela a vida toda. Quando agimos assim estamos dentro de um paradigma, ou seja, um modelo, um padrão de conduta do qual talvez nunca consigamos sair.

Um exemplo clássico é aquela pessoa que pensa que trabalho é só aquele com carteira assinada, ou serviço público que você vai todos os dias e recebe o seu salário no quinto dia útil do mês seguinte. Com toda a certeza isso é trabalho, mas não é só isso.

Muitas pessoas presas dentro do paradigma do emprego se desesperam quando são demitidas, pois pensam que não podem fazer mais nada além daquilo que já fazem há 20 anos. Isso não é verdade. Vivemos em tempos diferentes e é necessário estar aberto para novas oportunidades, sejam as que já existem ou as que criamos.

É possível viver (e muito bem) sem um trabalho formal

Há pessoas que enriqueceram trabalhando a partir de casa com um celular. Isso mesmo, ricos, milionários. É o caso do menino de 8 anos Ryan Kaji, eleito pela revista Forbes como o youtuber mais bem pago do mundo (a lista traz outros 9). Ryan ganhou, em 2019, nada menos que 105 milhões de dólares produzindo vídeos educativos e sobre brinquedos.

Bom, não é todo mundo que vai se tornar milionário produzindo vídeos, mas tem muita gente utilizando esse meio como fonte de renda, tanto explorando assuntos, os mais diversos, quanto ensinando o que sabe. Há vídeos de culinária, de costura, de organização da casa, de montagem e manutenção de micros, sobre ETs, sobre cuidar de animais, leitura de cartas do Tarot, feitiços e qualquer coisa que se possa imaginar. Há sempre alguém querendo aprender aquilo que você pode ensinar.

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Sempre existe procura

Além de escritora e tradutora, eu trabalho também com artesanato. Faço bolsas de vários modelos e materiais, de forma artesanal. Dia desses recebi um telefonema de uma mulher, que, ao saber que eu produzia artesanato, contatou-me procurando quem fizesse peças de biscuit para bolo de casamento. Infelizmente, não pude ajudá-la, não apenas por não trabalhar com esse nicho do artesanato, como também por não conhecer ninguém na cidade que trabalha.

O que se pode fazer?

Se você perdeu o emprego com a crise provocada pela Covid-19, ou já estava desempregado e não consegue recolocar-se no mercado de trabalho, não se desespere. Em um pedaço de papel, escreva tudo o que você sabe fazer, mesmo que seja algo que faça apenas como hobby, seja crochê, consertar computador, costurar, salgados fritos, assados, cozinhar, organizar festas, escrever redações, pescar, enfim, seja o que for que você saiba que faz bem e mãos à obra.

Talvez você não encontre público no seu bairro, nem na sua cidade, mas na internet vai encontrar. Mas, muita calma nessa hora, não basta fazer um vídeo explicando tudo direitinho, subir para o YouTube e aguardar os milhões chegarem. Tampouco criar um grupo no WhatsApp e divulgar seus salgados para festa. Não é tão simples assim. Você tem que “fazer” seu público, tem que ter a habilidade de se relacionar, dedicar e capacidade de divulgar. Divulgar muito. Ninguém gosta de entrar em grupos sem saber do que se trata e ninguém vai encontrar seu canal por telepatia.

Como fazer?                                                                          

Segundo especialistas em mídias digitais, para começar a divulgar seus vídeos, crie uma página no Facebook (o Facebook não permite divulgação de trabalhos pelo perfil) e um perfil no Instagram onde é mais fácil divulgar. Envie convites para todos os seus amigos, especialmente aqueles que já conhecem o seu trabalho, para curtirem a sua página. A página do Facebook, o perfil do Instagram ou o grupo de WhatsApp deve direcionar para o canal no Youtube. Se você tiver um, incentive seus seguidores a se inscreverem no seu canal.

Prepare conteúdo interessante, vídeos curtos e objetivos. Quando alcançar cerca de 400 seguidores da página, o seu canal já terá um bom número de inscritos, mas continue a divulgar até chegar a 1000 inscritos. O YouTube monetiza os likes e comentários e você já pode começar a ganhar algo significativo. Quanto mais inscritos, likes e comentários, mais dinheiro entrando.

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Mas, e enquanto isso?

Até que o YouTube comece a dar retorno, você precisa pagar as contas, alimentar-se e cuidar da família; então, não fique esperando. Comece a fazer outra coisa que possa lhe dar retorno. O segredo, segundo os especialistas em finanças é ter várias fontes de entrada de dinheiro. Se você tem dinheiro guardado suficiente para investir em imóveis, não gaste esse dinheiro nas despesas da casa, invista em terrenos, construções e posteriormente, aluguel.

Se suas economias não são para tanto, use o que você tem. Faça um curso (existem vários gratuitos na internet), aprenda a fazer algo interessante e de que goste, e mãos à obra. É bom, antes de investir, fazer uma pequena pesquisa em seu bairro, ou sua cidade sobre o que não tem disponível. Na minha cidade, que é bem pequena, não tem quem faça biscuit. Mas, será que haveria demanda? Tudo isso tem que ser verificado.

O ponto principal que desejo passar aqui é que não se pode desesperar por perder um emprego, ou com crises, o que se pode fazer é ter jogo de cintura para sair adiante, para deixar o paradigma. Use a imaginação, a criatividade, o seu celular (há sites que pagam bem por fotos boas), enfim, o que você tem disponível para criar novas fontes de renda. Em chinês, a mesma palavra para “crise” é “oportunidade”. Vamos em frente ao modo chinês.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.