Como lidar com as fantasias da infância

Dicas para pais que estão em dúvida sobre qual a melhor atitude em relação ? s fantasias dos filhos.

Suzana Ribeiro

Ser criança é maravilhoso. No cenário ideal, essa é uma época despreocupada e feliz. Quando se recebe todo cuidado necessário sem qualquer esforço e quando tem-se o dom de acreditar em praticamente qualquer coisa!

Existe quem questione os incentivos que os adultos dão ao mundo imaginário, alegando que não é certo mentir para os pequenos. No entanto, as fantasias são parte saudável da infância. Certa psicanalista austríaca – Melanie Klein, experimentou negar esse privilégios aos seus filhos, ensinando apenas o que chamava de realidade. O resultado foi que certo dia, um de seus filhos, pediu para se mudar para a casa da vizinha, intrigada ela perguntou o motivo e ouviu: “É que lá existia Papai Noel!”

Para aproveitar ao máximo esses doces e misteriosos momentos da vida de seus/suas filhos(as), seguem algumas dicas:

  • Escrever cartas ao Papai Noel atreladas ao bom comportamento. Incentive seus filhos(as) a escreverem para o bom velhinho e fazerem seus pedidos. Explique que nem sempre, ele traz o que pedirem, mas que não custa tentar! Quando eles/elas notarem que existem vários Papais Noeis, diga que todos os que vemos por aí são representantes, pois o verdadeiro só vem mesmo na noite do Natal. Pode ser divertido simular a aparição do personagem super esperado, com pegadas e outras ideias criativas, as crianças adoram!

  • Embora elas vejam milhares de ovos de páscoa espalhados pelos super mercados, você pode tranquilizar a criança dizendo que ela não precisa se preocupar em comprar, pois sempre contam com a visita do Coelhinho em sua casa. Vocês podem se divertir juntos preparando um ninho especial para os ovos, bem como um lanchinho de cenoura e água. Mas geralmente, a criançada prefere o coelhinho bagunceiro, que esconde os ovos pela casa e deixa marcas de patinhas por todo lado!

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  • Fada do dente. Nos desenhos e filmes preferidos da turminha, a presença das fadas é garantida, e a fada do dente é a que mais faz parte da vida real. A troca de dentes por moedas é sempre um estímulo para o momento que o dentinho cai, serve para alegrar, caso a criança fique um pouco assustada e anima todo o período em que ela está com algum dente mole. Seja cuidadoso(a) ao representar a fada mágica, mas caso seja pego(a) é só dizer que estava curioso(a) para saber se ela já tinha passado e disfarçar bem!

  • Incentivar a crença nos bons personagens não significa que seja necessário falar sobre os maus também. Negar as bruxas e monstros pode parecer inconsistente quando se afirma a crença em outros seres mágicos, mas lembre-se que o raciocínio infantil não é tão exigente assim. Você pode também permanecer neutro, ao ser questionado sobre sereias, duendes, ou outros seres, dizendo simplesmente que não sabe, que nunca viu. Acima de tudo, cuide para não deixar seu/sua filho(a) com medo, afinal as fantasias existem para alegrar!

Quando começarem a surgir as desconfianças, deixe que a criança siga seu próprio ritmo, e faça suas descobertas, não tente convencê-lo(a). Responda as perguntas com: “O que você acha?” A partir de 7 anos, é normal que mudem sua percepção da realidade, mas isso não precisa ser feito de forma brusca ou traumática. Caso tenha filhos(as) mais novos, lembre o/a mais velho(a) como era gostoso acreditar no faz de conta e incentive-o(a) a participar da diversão dos irmãos(as).

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Suzana Ribeiro

Suzana A. Ribeiro é autora dos livros: O Elo Forte, uma história contada por quatro gerações, Um Sonho Distante, o que existe além da memória e está escrevendo o terceiro volume da série.