Como lidar com a criança que odeia a escola

Se vocês pais sentem-se frustrados sem saber o que fazer sobre isso, a solução é enfrentar o problema. Veja dicas de como fazer e quais atitudes ajudam evitar que isso aconteça.

Sônia Penha

A hora de levar os filhos para a escola nem sempre é algo agradável. Se são pequenos, muitos choram, teimam e até esperneiam; já os maiores parecem que inventam mil desculpas para não ir à escola e estudar. Ter vontade de ficar em casa às vezes não é algo ruim ou anormal, mas se for uma situação repetitiva, será preciso ficar atento e verificar porque isso está acontecendo.

Leia: Como ajudar seu filho na pré-escola

Às vezes ir para a escola não está sendo agradável ou está sendo demais para a capacidade da criança, e isso não é bom. Eloísa Lima, psicopedagoga e mestre em neurolinguística pela UFRJ, disse que “se essa experiência for um evento desconfortável, desagradável ou fora das possibilidades intelectuais da criança, é provável que responda a isso de maneira negativa”.

Porém, deixar de ir à escola não é a melhor solução. “Não deixem seu filho faltar aula, mesmo à frente desta situação. Mesmo que existam motivos para esta resistência, os desafios precisam ser enfrentados. Quando eles crescerem, não deixarão de ir trabalhar porque não estão bem com um colega”, exemplifica e destaca Carla Cascino, pós-graduada em Gestão Escolar.

Se o seu filho se sente massacrado pela escola, não gosta de acordar cedo, odeia ir à escola, se acha inadequado, indefeso, pouco inteligente comparado aos outros, é desanimado, apático, deseja ser deixado em paz, tem falta de autoestima; se os esforços dos pais e professores para ajudá-lo parecem baldados e seu filho um desistente em potencial; se vocês pais sentem-se frustrados sem saber o que fazer, a solução é enfrentar o problema.

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Veja dicas de como fazer e quais atitudes ajudam evitar que isso aconteça.

Primeiro, para lidar com o problema do seu filho não querer ir para a escola é preciso identificar o que está causando essa relutância.

  • Conversar, em qualquer idade, é importante para identificar o que pode estar causando essa oposição de ir para a escola, bem como para adaptação dos filhos na escola.

  • Ouça o que seu filho diz sobre o problema que está enfrentando sem fazer pouco ou dizer que é uma bobagem. Quando descobrir o que o incomoda fale com a escola para juntos buscarem uma solução. Atente para que o problema não seja motivo para não ir à escola. Ensine que aprender e desenvolver traz suas recompensas.

  • Veja se seu filho não consegue aprender. Carla Cascino explica que “todo aluno que não alcança o desempenho esperado se sente mal, quando não consegue responder uma pergunta ou não vai bem na prova, e os outros vão bem ou caçoam dele”. É bom respeitar os limites do filho e não pressionar para ter notas altas. Se perceberem que ele está com dificuldades, falem com o professor e busquem resolver isso. Em casa usem situações e objetos do dia a dia para ajudá-lo a entender um assunto e estabeleça horários de estudo num lugar tranquilo.

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  • Veja se seu filho é vítima de bullying. Esse tipo de agressão atrapalha o relacionamento, faz a ida à escola uma desagradável experiência e a criança preferir ficar em casa, sem ser incomodado pelos outros. Converse abertamente com seu filho e saiba como são as relações dele na escola para poder ajudar.

  • Busque ajuda e orientação. Se a criança ou o adolescente não quer explicar o que está provocando sua rejeição à escola, busque os professores e a coordenação da escola, pois eles podem perceber coisas que os pais não identificam em casa. Em casa pode ser sociável, mas tímido na escola.

Leia: 10 situações que demonstram dificuldade da criança na escola

Algumas atitudes podem evitar que seu filho crie rejeição com a escola.

  • Envolva os filhos na preparação do material escolar. Comprar, encapar, etiquetar, arrumar um local para o uniforme e o material no armário, organizar e guardar deixa os filhos ansiosos para ir à escola e torna a experiência mais divertida.

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  • A escola é onde seu filho passará uma boa parte do tempo. Visite-a antes de começar as aulas e leve também seu filho no dia da matrícula, isso faz a escola e os profissionais dela se tornarem familiar a todos. Sanar as dúvidas é o início de uma relação de confiança entre a criança ou adolescente, os pais e a escola. Passar em frente indicando aos filhos onde eles irão estudar diz à criança que os pais estão seguros quanto àquele local.

  • Estimule a volta às aulas. Use ou monte um calendário com seu filho para contar os dias para o início das aulas e estimular o elemento surpresa do que vai acontecer neste momento da vida e animá-lo. A sua animação pode contagiá-lo.

  • Reveze para levar a criança. A adaptação é mais fácil se a mãe não estiver presente, a criança se torna apegada a ela. Alterne quem levará os filhos na escola para facilitar o desapego de casa.

  • Como há crianças tímidas com dificuldade de se sociabilizar, será preciso estimular a sociabilidade através de atividades em grupo dadas por um professor ou dos pais tentarem aproximar o filho dos que tenham o mesmo gosto que o deles, facilitando a integração da criança.

Leia: Como se envolver com a escola do seu filho

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Existem aspectos comportamentais que vão além dos desafios comuns dos pais e professores e que serão resolvidos de forma eficaz com o trabalho conjunto de ambos, da escola e do lar.

Evitem broncas, punições e ameaças. Diga de maneira diferente para que a escola, o estudo e a educação não sejam vistos como uma coisa negativa. Recompensem o esforço e a dedicação reconhecendo, elogiando ou até mesmo premiando corretamente com um livro ou uma visita a um local histórico.

Deem o exemplo aos filhos, falem como foi para vocês estudar e a importância disso na vida. Mostrem hábitos de leitura, façam cursos ou uma pós-graduação e incentivem atividades familiares educativas como visitas a museus ou jogos educativos. Mostrem apreço pelos estudos, pois se os pais não ensinarem a importância da escola, os filhos não irão aprender isso.

A educadora e escritora, Andrea Ramal, explica que o “primeiro passo para o estudo funcionar bem é criar o hábito”. Se os pais, desde cedo, explicarem a importância do estudo na vida da criança e deixarem os filhos se expressarem através do diálogo, muitas dificuldades poderão ser evitadas.

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Sônia Penha

Sônia Penha é esposa e mãe de duas lindas filhas. Ama sua família, gosta de ler e se informar sobre vários assuntos, gosta de fazer artesanato e atividades que envolvam a família e amigos. Possui formação em Informática e é editora para o Familia.com.br.