Como estimular nos jovens o gosto pela boa música
Considerações sobre a influência da música na juventude.
Suzana Ribeiro
A adolescência é conhecida como um período meio rebelde. Em vários casos isso pode ser notado pelo tipo de música que ouvem. Como o gosto musical revela muito a respeito de uma pessoa – sobre o que ela pensa, sente, acredita ou gosta; trata-se de algo maior do que um mero entretenimento.
É realmente preocupante o número de pessoas que tem ouvido (e feito outros ouvirem, com volume desrespeitoso) músicas com letras vulgares, grosseiras e até mesmo, obscenas. Se seu filho(a) tem ouvido e/ou participado de festas que tocam funk, por exemplo, é muito importante alertá-los(as) quanto à influência negativa que isso tem sobre eles/elas e incentivá-los(as) a desenvolver interesse por músicas mais saudáveis. Seguem algumas reflexões e dicas a esse respeito:
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Quando uma música passou pelo teste do tempo, sendo valorizada pelos nobres e refinados, o fato de deixarmos de apreciá-la não condena a boa música. A falha é nossa. Se um jovem cresce comendo só hambúrgueres e batatas fritas, é bem provável que não se torne um gourmet. Mas a culpa não é da comida refinada. Ele apenas cresceu consumindo algo inferior. Alguns cresceram ouvindo só música do tipo descartável. “Este seria um bom momento para vasculhar sua biblioteca musical e escolher músicas que elevam e inspiram”. (Douglas L. Callister)
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Desenvolver talentos musicais. Incentive seu/sua filho(a) a participar de atividades como aulas de canto, corais, aulas de piano, teclado, violão, violino ou qualquer outro instrumento. Ao estudar música ele/ela pode vir a descobrir não apenas uma ótima aptidão, como também, estilos musicais diferentes do que está acostumado(a).
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Reconhecendo a pungente influência da boa música, Oscar Wilde fez um de seus personagens dizer: “Depois de tocar Chopin, sinto como se tivesse chorado pelos pecados que jamais cometi e lamentado por tragédias que não vivi”. Depois da primeira apresentação de O Messias, Händel disse, respondendo a um elogio: “Meu senhor, sinto muito se apenas os entretive. Meu desejo era torná-los pessoas melhores”. Haydn “vestia sua melhor roupa para compor porque dizia que ia apresentar-se perante seu Criador”.
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Seja um exemplo. Ouça você mesmo boas músicas e deixe que seus filhos(as) escutem. Eles podem não gostar ou até mesmo reclamar, mas ao menos terão contato com algo melhor e poderão ter a chance de comparar como se sentem ao ouvir cada tipo de música.
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Lembre-se que, como pai ou mãe, você tem o direito e o dever de proteger seu filho(a) de tudo que seja prejudicial de qualquer forma. Não hesite em proibir o que considerar ofensivo ou impróprio e controlar o uso de fones de ouvido. Na verdade, é bem melhor conversar, explicar e chegar a acordos, mas em alguns casos, eles/elas podem não ter a maturidade suficiente para decidir por si mesmos. Ao estabelecer regras, mantenha-se firme, mas tenha o cuidado de não ser rude ou agressivo(a) demais.
_Suzana A. Ribeiro é casada, mãe de duas garotinhas adoráveis e atualmente está esperando sua terceira filha. Dona de casa, estudante de Letras e escritora nas horas livres.