Como ajudar seus filhos a desenvolver amor pelos idosos

Há déficit de amor no mundo. As pessoas estão mais raivosas, desrespeitosas e indiferentes. Ajude seus filhos a andarem na contramão! Veja como ajudá-los a respeitar os idosos e amá-los – sejam membros da família ou não.

Erika Strassburger

Várias vezes, ao longo da vida, presenciei jovens referindo-se a idosos como “velha chata” ou “velho gagá”, fossem eles seus avós, vizinhos ou conhecidos. Também já vi desrespeito ainda maior de jovens e adultos xingando, gritando e oprimindo seus pais idosos e avós.

Não precisamos ir muito longe quando algo assim – felizmente – não acontece perto de nós. Basta abrir alguns sites de notícia e lá estão manchetes de jovens espancando os avós para extorquirem dinheiro, filhos negligenciando os cuidados de pais idosos ou batendo neles. Abusos assim também são flagrados por parte de cuidadores contratados.

Enfim, está claro para todos que há déficit de amor no mundo. As pessoas estão mais raivosas, mais desrespeitosas, mais indiferentes e mais focadas no próprio umbigo. Mas quando as vítimas desses corações de pedra são pessoas indefesas, os corações moles choram.

É no lar que tudo isso começa

Todo jovem e adulto que maltrata idosos teve uma primeira vez. Quando ocorreu? Provavelmente na infância. E as crianças não aprendem a desprezar os idosos sozinhas. Elas observam o seu entorno ou não são corrigidas firmemente quando repetem o que viram na rua. É dentro de casa que elas recebem as maiores lições sobre respeito, cuidado, interesse e amor. Exceto em casos como psicopatia ou outros transtornos mentais, os pais podem fazer muito para melhorar esse cenário.

O que os pais podem fazer?

Abaixo estão algumas ações importantíssimas para ajudar seus filhos a amar e tratar bem seus avós e outros idosos, mesmo aqueles que não são gentis com eles:

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1. As lições devem começar desde que o bebê nasce

Quando você permite que seus pais, tios e avós peguem seu filho no colo, quando coloca o carrinho do bebê voltado para os avós, que podem interagir com a criança conversando, sorrindo, fazendo essas brincadeiras que fazemos como os bebês (“Cadê a vovó? Achou!”).

2. Visitar os avós com frequência

A ida das crianças para a casa dos avós costuma ser (ou deveria ser) motivo de grande alegria. Não deixe de levar seus filhos para verem os avós. Isso fortalece o vínculo afetivo. Se moram longe deles, faça chamadas de vídeos frequentes para toda a família participar. Esse contato nunca deve ser perdido.

3. Incentivar demonstrações de amor

Antes mesmo de sair de casa para visitar os avós, convide a criança para preparar uma “surpresa” para eles, que pode ser um desenho, um bilhete, flores ou algo para comer. E reforce – principalmente se a criança for mais arisca – que quando chegarem lá, vão dar uma abraço bem apertado no vovô e na vovó e dizer “eu te amo”.

Elas devem continuar expressando amor à distância, com áudios carinhosos pelo WhatsApp, mensagens de texto e outros meios.

4. Corrigir imediatamente qualquer desrespeito

Os pais devem sempre ficar atentos para a forma como as crianças interagem com as outras pessoas, principalmente as mais velhas. A qualquer sinal de desrespeito, por mínimo que seja, eles devem chamar a criança num canto (nunca corrigi-la em público) e explicar o porquê de aquele tratamento ser desrespeitoso. Ela pode ter repetido algo que ouviu ou não ter consciência de que aquilo é um desrespeito. Elas estão aprendendo, não deixe de ensiná-las.

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5. Ajudá-los a ter paciência com idosos ranzinzas

Não dá para tapar o sol com a peneira, sabemos que muitas pessoas ficam bem ranzinzas quando envelhecem (talvez já fossem antes, enfim…). E por incrível que pareça, as crianças pequenas costumam não dar muita importância a isso. Mas à medida que crescem e vão entendendo melhor as coisas, a tendência é elas se afastarem e deixarem de apreciar aquele avô ou avó. Já não querem visitá-los, e quando estão por perto, mantêm distância.

Explique à criança que o vovô ou a vovó tem dificuldade de expressar amor e que ela pode mudar isso dando o exemplo. Se ela criar o hábito de abraçá-lo(a) mais e dizer “eu te amo”, logo logo seu coração vai amolecer e ele ou ela vai conseguir demonstrar amor também. E também vai sorrir mais. Eu já vi isso na prática. Acontece mesmo!

E algo assim pode ser aplicado também àquele vizinho idoso que vive reclamando dos gritos e risadas das crianças na rua. E se a criança dissesse “Gosto muito da senhora, dona Ana!”? Prevejo um milagre acontecendo.

6. Espelhar-se na cultura oriental

Infelizmente, a cultura ocidental não valoriza muito o idoso. Na verdade, nos últimos tempos, a velhice tem sido tratada como uma doença que todo mundo quer retardar – não é à toa que as indústrias cosméticas são as que mais crescem. Em culturas orientais milenares, no entanto, os idosos são bem cuidados, reverenciados, considerados sábios.

Aí está um exemplo para imitar. Ensine a seus filhos que os idosos têm uma carga de experiência, sofrimento e trabalho árduo muito grande, que são vencedores e merecem todo o nosso respeito e consideração. E, convenhamos, não é fácil ser idoso no Brasil, a começar pela saúde… enfim, não é esse o foco aqui.

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7. Prestar serviço ao idoso

Os idosos são os que mais precisam de ajuda. Seus filhos podem se oferecer para limpar o pátio, lavar a louça, levar o cachorro para passear, fazer alguma compra de mercado – dependendo da idade – etc. E uma coisa surpreendente acontece quando servimos às pessoas: passamos a amá-las. É impressionante!

8. E o mais importante: ensinar pelo exemplo

Quando você cuida de seus pais, é gentil com seus pais e avós, trata bem qualquer idoso que encontra, presta-lhes serviço, fala bem dos idosos que conhece, seus filhos terão uma base sólida para desenvolver ou construir esse tipo de amor. “As palavras convencem, mas o exemplo arrasta”.

Leia também: Estudo alerta: quanto menos você interagir com seus pais, menos tempo de vida eles terão

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.