Ciência comprova: Crianças que apanham não obedecem aos pais

Para ensinar os filhos a respeitar e obedecer precisamos ser pais bem melhores do que estamos sendo até agora. Confira as descobertas fortes e reais feitas através destas pesquisas.

Cibele Carvalho

Como está o seu comportamento no exato momento em que decide que o melhor a ser feito para educar seu filho é uma surra? Ou palmadas? Exatamente naqueles poucos segundos de decisão e atitude, o que predomina em você: sua raiva e descontrole ou sua preocupação e afeto?

Normalmente as surras são praticadas quando os pais perdem o controle da situação e já não sabem mais ao que recorrer, então utilizam-se de um método costumeiro passado geração após geração: a falta de controle, a surra.

Quando isso acontece ambos os lados perdem muito, aquele que foi o agressor e mais ainda aquele que recebeu a agressão. Confira:

O agressor (pai ou mãe)

Não há outro termo ou forma de se chamar a pessoa que pratica qualquer que seja o mínimo tipo de agressão. Tapas, palmadas, são consideradas sim uma agressão tanto física quanto psicológica.

A pessoa que decide perpetuar essa forma de educação em sua família, deixa de criar um novo e melhor modelo de criação para seus filhos, além de perder uma grande e preciosa oportunidade de crescimento próprio aprendendo a controlar seus instintos e vontades, deixa de exercer um simples e básico autocontrole, o que pode influenciar em outros comportamentos que também exigirão de si um autocontrole.

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A criança agredida

Uma confusão de ideias passa-se na cabeça da criança: como aquela pessoa que diz que ama pode ser capaz de fazer isso?

Crianças que apanham dos pais ficam com sentimentos de raiva, frustração guardados em sua memória, afinal receberam dos pais algo totalmente diferente do que esperavam e mereciam.

O que acontece ao seu filho quando apanha? Veja o que essas pesquisas comprovaram

De acordo com a recente pesquisa Publicada pelo Jornal Family Psychology, baseada em estudos com 160 mil crianças em mais de 50 anos, bater ou dar palmadas em nossos filhos pode:

  • Trazer apenas fatores negativos para educação e não ensina nenhuma lição.

Pesquisadores afirmaram que quando a criança é agredida não consegue relacionar o motivo pelo qual provocou aquilo, sente apenas medo, insegurança e humilhação.

Outra pesquisa realizada pela Universidade de Manitoba, no Canadá, investigando 31 mil adultos e as consequências sérias das agressões demonstrou que:

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A criança que apanha tem mais dificuldade em respeitar e receber ordens imediatas de seus pais, tios, avós e futuramente seus chefes, já que foi controlada pela força física, ou seja, a criança aprendeu a obedecer somente depois de apanhar, assim quando não há o castigo não sabe exatamente até onde vão os limites que pode chegar.

Dessa forma, comprovou-se que aquelas crianças que tinham apanhado em sua infância sentiram mais dificuldades em obedecer seus pais ainda na infância, revoltaram-se em algum momento em sua adolescência e sentem algum tipo de trauma agora já vivendo a fase adulta.

Regras de ouro da educação trazidas por um pediatra

O pediatra Paulo Oom, ensina algumas regras que as chama de Regras de Ouro da Educação, que podem lhe auxiliar a mudar seu comportamento:

  1. Pratique a coerência: Os castigos praticados devem ser coerentes com as ações erradas que seu filho fez. Ex.: brigou com o coleguinha, pedir desculpas, explicar, tomar o brinquedo.

  2. Use a disciplina positiva não negativa: Você é sim a autoridade máxima em sua casa, mas demonstre isso de uma maneira inteligente e sensata, ensine através do seu exemplo. Ex.: Retirar privilégios, deixar de comprar doces, não ceder às birras e manhas.

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  3. Punição deve ser imediata: A punição deve acontecer no exato momento da ação, uma vez que as crianças são imediatistas, não conseguem relembrar de algumas coisas do passado.

Bater nos filhos apenas lhes ensina a serem agressivos e inseguros.

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Cibele Carvalho

Bacharel em Direito, Mediadora e Conciliadora de Família, realiza palestras para noivos e recém-casados sobre relacionamentos, especialista em Psicologia Jurídica, esposa, mãe e genealogista.