Casamentos de TV: O bom, o mau e o estereótipo

Podemos confiar nos casamentos que vemos em programas de televisão como sendo um exemplo para o nosso próprio? Quais são as verdades e mentiras que aprendemos sobre o casamento e como podemos fazer nosso melhor?

Valerie Steimle

Desde “Eu amo Lucy” e “O Show de Bill Cosby“, “Raymond e Companhia“, e até “Os Simpsons”, casamentos de televisão têm sido retratados de forma estereotipada. Ou não é verdade? O que podemos usar como um bom exemplo de casamento e o que podemos jogar fora? Veja se você concorda com as seguintes afirmações.

1. Você não se diverte mais depois que se casa

Falso. Esse estereótipo é destaque em vários programas de TV que assistimos hoje. Os comentários sarcásticos dos personagens não são verdade em frases como “Confie em mim, eu tive muita diversão no meu tempo. Até que eu conheci sua mãe.” Sim, o casamento pode ficar obsoleto e desinteressante, mas cabe a nós cultivarmos o relacionamento.

O autor Inglês, David Mace, fez a seguinte observação: “Uma das grandes ilusões do nosso tempo é que o amor é autossustentável. Não é. O amor deve ser alimentado, nutrido, e constantemente renovado. Isso exige criatividade e consideração, mas em primeiro lugar, exige ter tempo para o outro.”

Relacionamentos precisam de carinho. Assim como os casais de namorados reservam um tempo si, casais casados precisam fazer a mesma coisa. Precisamos manter uma constante fonte de alimento em nosso relacionamento conjugal que, por sua vez, irá manter a diversão em nosso casamento.

2. Perdão é sempre necessário

Verdadeiro. Esta ideia tem sido demonstrada em vários programas de TV onde maridos e esposas se metem em problemas ou têm alguma ideia desmiolada que não funciona. Em muitos dos episódios de “Raymond e Companhia”, “Home Improvement” e até “Os Simpsons”, há grandes exemplos de perdão entre maridos e esposas.

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Por exemplo, no programa “O rei do bairro”, o marido, Doug, tem um bom amigo, Spencer, que está namorando uma garota que frequenta uma escola de culinária e dá a Doug provinhas de seus pratos prontos. Doug fica louco com a sua culinária e começa frequentar a casa de Spencer para as refeições. A esposa de Doug, Carrie, se chateia com essas saídas constantes para jantar, mesmo sob o pretexto de testar os alimentos da namorada de Spencer e discute isso com Doug. No final do programa, após muitas confusões o perdão é necessário. O perdão de um cônjuge é uma necessidade para manter o relacionamento. Nós não somos perfeitos e não devemos esperar que os nossos cônjuges o seja. Quando um erro é cometido, e um pedido de desculpas sincero é feito em seguida, o perdão torna-se necessário para continuar os bons sentimentos entre os cônjuges.

3. Você só pode casar com a sua “alma gêmea”

Falso. Na maioria dos casos, não há tal coisa como uma alma gêmea. Sim, há casais que se unem e sentem que foram feitos um para o outro, mas é algo raro. É o compromisso que ambas as pessoas têm na relação que a faz funcionar. Criss Jami em seu livro, “Venus in Arms”, diz: “Dizer que alguém espera uma vida inteira por sua alma gêmea é um paradoxo. As pessoas eventualmente se cansam da espera; e se arriscam com alguém, e pela arte do compromisso procuram tornar-se almas gêmeas, o que leva uma vida inteira para se conseguir”.

A ideia de uma alma gêmea é muito perigosa. Se você buscar durante toda a sua vida encontrar o que você considera uma alma gêmea, você nunca poderia se casar. Muitos solteiros têm expectativas tão altas que a felicidade nunca será alcançada, porque não existem parâmetros.

4. Uma briga justa pode trazer algo de bom

Verdadeiro. Há muitos exemplos na TV do que uma luta justa é e o que não é quando os casais entram em uma discussão. Quando usamos a palavra “briga”, isto significa expressar sua discordância ou raiva ao cônjuge de forma construtiva. Há momentos em que ambos os cônjuges precisam discutir um tema difícil para entender um ao outro, mas existem algumas regras básicas que se aplicam aqui.

De 25 maneiras de ter uma briga justa (texto em inglês), vem alguns bons pontos para os casais se lembrarem ao discutir um tema acalorado: Sem xingamentos ou zombaria com seu cônjuge. Mantenha a calma ou saia para espairecer. Negociação e compromisso são essenciais na discussão. Fale honesta e claramente. Mantenha a discussão somente entre os dois. Todos já vimos exemplos positivos e exemplos negativos de casais da TV “discutindo” as suas preocupações, e como isso prejudica a relação mais do que ajuda. Uma briga justa só é útil se ambas as partes mantiver as regras.

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5. Não há nada de errado em trair um pouco para dar uma “respirada” no casamento

Falso. A ideia de que é divertido e que está tudo bem enganar seu cônjuge durante um curto espaço de tempo é muito prejudicial para um casamento saudável. Nos votos de casamento, prometemos fidelidade e dedicação um ao outro. Flertar ou ter envolvimentos com outras pessoas só causa mais discórdia e ciúmes no casamento. O autor norte-americano, Robert Sexton, diz o seguinte: “Em um momento em que nada é mais certo do que a mudança, o compromisso de duas pessoas uma à outra tornou-se difícil e raro. No entanto, pela sua escassez, a beleza e o valor desse compromisso só foram reforçados.”

Quando o casal já está junto há muitos anos, é ridículo pensar que fazer uma pausa um do outro ajudaria o relacionamento. Seria como comparar um casal a um carro que ficou sem gasolina. Você não troca o seu cônjuge por um modelo melhor, ainda que temporariamente.

Na sociedade parece que os exemplos de casamentos da TV não são para ser levados a sério. Às vezes, sitcoms podem ser considerados instigantes ao mostrar bons exemplos de casamento, mas a ideia de que os casamentos de TV são o que um bom casamento deve ser caiu por terra com “Foi sem querer” ou “Papai sabe tudo“. A partir do tema de “Um amor de família”, Frank Sinatra nos lembra: “Amor e casamento andam juntos como um cavalo e a carruagem. Isso eu lhe digo, irmão, você não pode ter um sem o outro.”

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger do original TV marriages: The good, the bad and the stereotype.

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