Brincar é coisa séria

Permitir que a criança brinque livremente é um ato de amor. Conduzir e incentivar esta atitude é mais do que amar, é respeitar e valorizar a vida em seu ciclo natural.

Beth Proenca Bonilha

Desde que nasce a criança aprende as regras e coisas da vida a partir da brincadeira. Quando a mãe vai alimentar seu filho e faz aviãozinho ou trenzinho com a colher está ensinando a partir de uma brincadeira que seu filho precisa se alimentar. E ele responde muito melhor com estes estímulos do que simplesmente se a colher for colocada com o alimento em sua boca.

A necessidade de brincar para uma infância saudável

O resultado da formação de crianças que brincam é que se tornam mais curiosas, investigativas e com uma visão de mundo mais rica e tranquila.

Porém o mundo de hoje é muito consumista, e infelizmente as crianças estão inclusas nisso. Muito mais do que brincar, a maioria das crianças consomem brinquedos. Muitos não sabem brincar porque não foi ensinado, mas quando esta experiência lhes é apresentada reagem de maneira positiva.

É natural em todo ser vivo o instinto de brincar. Portanto, são os pais que precisam instigar e promover este instinto na criança. Quando somente brinquedos eletronicos são oferecidos, esse instinto pode ser tolhido pois não interagem com a crianca. Pior ainda quando os pais não permitem que seus filhos brinquem com os brinquedos, guardando-os, quase que intocaveis por medo de quebra-los.

Enquanto a criança brinca desperta curiosidade, criatividade, conhecimento e acumula experiências que farão toda a diferença na sua fase adulta.

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Brincar traz conhecimento

É sabido que quando uma menina embala sua bonequinha está demonstrando seu instinto maternal, ou seja, “treinando” inconscientemente para quando se tornar mãe. Muitos pensadores e pedagogos famosos, ao longo da história têm refletido sobre a questão da aprendizagem a partir do brincar. Tanto Vygotsky quanto Paulo Freire concordam que o conhecimento vem da experiência.

Os brinquedos industrializados são os preferidos da grande maioria de pais e filhos, e com isso a sociedade tem perdido a oportunidade de aprender a partir da experiência, da construção de momentos de pensar e elaborar a brincadeira.

Conservando o tempo para brincar em meio às outras atividades

Pode-se dizer que a ideia de brincar, nos dias de hoje, vem na contramão na vida de muitas crianças que recebem desde cedo uma carga pesada a carregar, com compromissos e agenda lotada de cursos como: aprender uma segunda língua, informática, esportes, aperfeiçoamento escolar, dança, música e outras atividades que acabam deixando pouco ou quase nada de tempo para brincar como criança.

Tudo em excesso é prejudicial, e o contrario também é. Por isso deve-se buscar o equilíbrio, valorizando as coisas mais importantes em cada época da vida de uma criança.

A necessidade de balancear a vida mais tarde

A criança que aprende a ler e a escrever cedo é um grande ícone de potencialidade na sociedade, e isso é possível com treino. Mas requer analisar se é uma forma humanizada, mais coerente e eficaz para a vida desta criança, do que aprender a ler e escrever de forma natural e preferencialmente a partir do lúdico.

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Permitir que a criança brinque livremente é um ato de amor. Conduzir e incentivar esta atitude é mais do que amar, é respeitar e valorizar a vida em seu ciclo natural.

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Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu